No dia 2
de outubro, os brasileiros irão às urnas e o país estará diante
de uma encruzilhada e um desafio. A encruzilhada aponta dois caminhos para a
nação: a retomada da democracia, aviltada e ultrajada, desde a
quebra da institucionalidade em 2016 ou o mergulho definitivo no mundo sombrio
do fascismo.
Nesses
seis anos de enfraquecimento do sistema democrático brasileiro, e nos três anos
e meio de destruição dos princípios republicanos e do atrofiamento da
democracia, os sinais de que o país, adoeceu, estão por todos os lados. O
reacionarismo ameaça a sociedade; o ultra-liberalismo desqualificado, destrói a
economia do país; e o fascismo atua, como um vírus, no aparelho de estado
brasileiro.
É
nesse cenário perturbador que o Conselho Deliberativo do PROIFES FEDERAÇÃO
decidiu por se posicionar diante das eleições de 2022. Seguindo as diretrizes
da Federação, o Conselho Deliberativo da Federação manteve a linha política que
é, afinal de contas, a fortaleza dessa entidade: o respeito à pluralidade de
opinião e à divergência. Num momento tão delicado o PROIFES FEDERAÇÃO não pode
se omitir. Não pode hesitar.
A
Federação, nesse contexto, aponta para necessidade de derrotar o fascismo e,
para isso, defende uma frente ampla de união nacional que tenha condições
efetivas de brecar o projeto autoritário.
Há
um claro ambiente em que a violência política é estimulada pelo presidente da
República, algo inédito na história desse país e os seus constantes ataques ao
sistema eleitoral e à própria democracia, expressam, de fato, esse projeto
autoritário a ser derrotado.
Para
a Federação é fundamental que as forças políticas que defendem a democracia,
tenham a responsabilidade de unir-se em torno de uma candidatura que tenha
potencial forte o suficiente para derrotar o projeto fascista.
É
uma situação inédita na história republicana, dado que há uma clara orientação,
por parte do Chefe do Executivo, em afrontar a Constituição e estabelece um
regime autoritário o que seria um desastre histórico.
Portanto,
o Conselho Deliberativo aprova a seguinte Resolução:
1
– A Federação chama a atenção do Brasil para as graves consequências que o
“projeto de destruição” tem imputado ao povo brasileiro, especialmente os mais
pobres abandonados e desalentados, que têm tido mais dificuldades de
sobrevivência e que veem a fome bater à sua porta diariamente;
2
– O país, em crise econômica, política e social, regride décadas em termos
de investimentos voltados para as áreas da população, que mais merecem e, com
isso, os programas governamentais encolheram, e encolhem, fazendo com que as
estruturas públicas se tornem cada vez menos acessíveis para a população;
3
– Na Educação, especialmente nas Universidades e Institutos Federais,
campeia o desespero dos pesquisadores, impossibilitando o pleno desenvolvimento
da pesquisa e das atividades de extensão; o orçamento das IFES diminuiu a
níveis preocupantes e o sucateamento das entidades é estarrecedor. A educação,
ciência e tecnologia se tornaram “inimigos do estado”;
4
– Com esse cenário, o processo de escolha dos representantes do povo, dos
parlamentares, e da presidência da República, torna-se um momento único na
história republicana deste país e necessita da convicção de que devemos
recuperar a democracia e devolver o país ao seio das nações civilizadas e só
uma candidatura que expresse uma “união nacional em defesa da democracia” pode
derrotar o fascismo.
5
– Nessas circunstâncias especiais, é preciso deter a ameaça fascista e
isso se dará com voto contra esse movimento venenoso, criador de mentiras
diárias e de contínuas ameaças à democracia republicana;
6
– É necessário, também, que se apoie as candidaturas, para o parlamento,
que tenham o compromisso com a democracia, os direitos humanos e a educação
pública;
7
– O CD indica aos sindicatos federados que participem das amplas frentes
em defesa da democracia, de eleições livres, da união nacional contra o
autoritarismo fascista e a violência política, e atuem, nos termos da lei, na
defesa de candidaturas compromissadas com o povo brasileiro.
A Federação, democrática e
plural, não ficará neutra nesse processo de batalha pela democracia.
Fonte: PROIFES
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