quarta-feira, 30 de novembro de 2022

1º CIRCUITO DE CORRIDAS DO SERVIDOR! "ETAPA NOVA CRUZ-RN" - PARTICIPEM! 3ª DIREC - SEEC-RN

 

1º CIRCUITO DE CORRIDAS NOTA POTIGUAR
Etapa Nova Cruz – 10/12/2022 a partir das 14:30h
INSCRIÇÕES até 09/12/2022- CIRCUITO DE CORRIDAS NOTA POTIGUAR - ETAPA 1 - NOVA CRUZ RN (ingressos84.com.br).

Valor: R$ 20,00 (presencial) R$ 22,00 (no site) + 1 pacote/lata de leite

Os participantes receberão na sede da regional (CAIC – Nova Cruz) um kit com camisa, garrafinha e medalha (pós prova).

Com opção de saída e chegada da sede da 3º DIREC ou percurso livre, comprovado via aplicativo. "1º CIRCUITO DE CORRIDAS NOTA POTIGUAR!, que ocorrerá dia 10 de dezembro do em curso.

Fiquem ligados! "Esporte é SAÚDE!"

Obs. Importante que todos e todas as pessoas que amam o ESPORTE COMO UM TODO PRESTIGIE ESSE SENSACIONAL EVENTO.

Atenção! Procure a 3ª DIREC - NOVA CRUZ-RN e faça a sua INSCRIÇÃO! Saúde é VIDA!!

Promoção: 3ª DIREC - NOVA CRUZ-RN

Dúvidas? Entre em contato com a 3ª DIREC - Setor de Esporte (Sala da Inspeção - professor, MARCONE).

Fonte: 3ª DIREC - SEEC-RN - Governo do Estado do Rio Grande do Norte

domingo, 27 de novembro de 2022

27/11: DIA NACIONAL DE COMBATE AO CÂNCER - JORNALISTA: LETÍCIA SALLORENZO Fonte: SINPRO-DF

O Dia Nacional de Combate ao Câncer foi criado pela Portaria MS/GM nº 707/1988, e é celebrado em 27 de novembro com o objetivo de ampliar a conscientização e as informações da população brasileira sobre o câncer, principalmente sua prevenção.

A humanidade chega à terceira década do século XXI sendo capaz de curar algo entre 60% e 68% dos tipos de câncer – alguns tipos já chegam a 100% de cura. Para isso é necessário que sejam feitos todos os exames de prevenção. Ademais, um dos principais trabalhos da medicina oncológica, além de aumentar mais ainda a porcentagem de cura, é manter a qualidade de vida do paciente a despeito das reações aos medicamentos do tratamento e garantir sua recuperação no pós-tratamento.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o câncer é a segunda doença que mais mata no mundo: cerca de 9,6 milhões de óbitos por ano. Em 25 anos, será a principal, uma vez que a própria OMS informa que a cada ano surgem 12,4 milhões de novos casos por ano.

Aqui no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima o surgimento de 704 mil novos diagnósticos da doença a cada ano entre 2023 e 2025, com maior incidência de cânceres de mama feminino, de próstata e de cólon e reto.

Segundo o Inca, os tipos de tumor mais incidentes no país são tumores de pele não melanoma (31,3% dos casos), de mama feminino (10,5%) e de próstata (10,2%) como os mais incidentes no país no próximo triênio, seguidos dos casos de cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

Nos tumores que mais atingem homens, o de próstata é predominante em todas as regiões do país, mas fica atrás dos casos de câncer de pele não melanoma.

Prevenção é a solução

Parar de fumar, evitar o sedentarismo, modificar hábitos alimentares, usar protetor solar (no rosto e no corpo) são hábitos que podem reduzir em até 33% as mortes por câncer. Fazer exames preventivos periódicos também é uma atitude muito importante, principalmente em indivíduos com forte história familiar e risco aumentado.

“Para a mulher é essencial fazer exames preventivos. Mamografia uma vez por ano a partir dos 40 anos reduz a mortalidade por câncer de mama em 30%; papanicolau e colonoscopia também são importantes para a prevenção de câncer de colo de útero e outros tipos de cânceres colorretais. Prevenção é a palavra-chave para cuidar da saúde”, diz Elbia Pires, coordenadora da secretaria de assuntos de saúde de trabalhador do Sinpro.

É importante lembrar que os e as profissionais do magistério público do DF, efetivos ou temporários, têm direito a um dia por ano de licença para realização de exames preventivos de próstata, mama e colo de útero, bem como doação de sangue.

Fonte: SINPRO-DF

Média móvel de casos de covid-19 completa 2 semanas em alta; Nordeste tem alta 381% em número de casos - " SOS - TODO CUIDADO É POUCO" - Eduardo Vasconcelos - Radialista e presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC-RN

 Foto: Reprodução

A média móvel de casos de covid-19 no Brasil ficou em 19.702 na quinta-feira (24), completando duas semanas em tendência de alta. As informações são do consórcio de veículos de imprensa. Ao todo, foram 25.790 novos casos conhecidos da doença hoje. Desde março de 2020, o país teve 35.147.091 testes positivos notificados.

O índice variou 133% em comparação com 14 dias atrás. Se o número fica acima de 15%, ele indica alta; abaixo de -15% significa queda, e entre 15% e -15% sinaliza estabilidade.

A média móvel é calculada a partir da média de ocorrências dos últimos sete dias. O indicador é considerado por especialistas como a forma mais eficaz de medir a evolução da doença.

Quatro regiões do país apresentam alta na média móvel de casos: Nordeste (381%), Norte (148%), Sudeste (298%) e Sul (403%). Já o Centro-Oeste tem estabilidade, com variação de -1%.

Além disso, nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 71 novas mortes causadas pela covid-19. Acre, Alagoas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe não registraram óbitos nesta quinta-feira (24).

 Desde o início da pandemia foram 689.396 óbitos decorrência da doença no país.

A média móvel de mortes ficou em 73. O índice variou 59% em relação a 14 dias atrás, e segue em tendência de alta pelo quarto dia seguido. Todas as regiões acompanham a tendência nacional de alta na média móvel de mortes: Centro-Oeste (118%), Nordeste (136%), Norte (38%), Sudeste (45%) e Sul (72%).

Veja a situação da média móvel de mortes por estado e no Distrito Federal.

Região Sudeste

Espírito Santo: alta (150%)

Minas Gerais: alta (320%)

São Paulo: estabilidade (3%).

Região Norte

 Acre: estabilidade (0%)

Amazonas: alta (27%)

Amapá: estabilidade (0%)

 Pará: alta (50%)

Rondônia: estabilidade (0%)

Roraima: não atualizou os dados hoje

 Tocantins: não atualizou os dados hoje...

Região Nordeste

Alagoas: estabilidade (0%)

Bahia: alta (280%)

 Ceará: estabilidade (0%)

Maranhão: alta (300%)

 Paraíba: alta (1200%)

Pernambuco: alta (86%)

Rio Grande do Norte: alta (100%)

Sergipe: estabilidade (0%)...

Região Centro-Oeste

 Distrito Federal: estabilidade (0%)

Goiás: alta (100%)

 Mato Grosso: alta (200%)

Região Sul

Paraná: alta (480%)

Rio Grande do Sul: queda (-20%)

Dados do governo

 O Brasil reportou 69 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, como mostra o boletim divulgado hoje (24) pelo Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, a doença causou 689.341 óbitos em todo o país.

Pelos números do ministério, houve 22.637 diagnósticos positivos para a covid-19 entre ontem e hoje no Brasil, elevando o total de infectados para 35.104.673 desde março de 2020. Segundo o governo federal, houve 34.186.924 casos recuperados da doença até o momento, com outros 228.408 em aco

Fonte: UOL

Com Potiguar Notícias

Minidrone no ar - UFRN


UFRN recebe nova concessão de patente para um Microvant

Wilson Galvão – AGIR/UFRN

Um Microveículo Aéreo não Tripulado, chamado Microvant, com características que permitem seu uso em missões militares, áreas de monitoramento agrícola, reconhecimento de locais de difícil acesso, monitoramento de fronteiras, busca e salvamento em desastres, recebeu nesta quarta-feira, 16, o registro de propriedade intelectual definitivo. 

A funcionalidade diferenciada do equipamento é alcançada pelo fato de ele possuir tamanho e peso reduzidos. “Porém uma das principais preocupações no projeto foi fazer com que o mesmo possuísse grande autonomia de voo e fosse capaz de levar uma carga para realizar missões autônomas, trazendo informações ao usuário”, pontua Alysson Nascimento de Lucena.

Na época aluno do doutorado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação, Alysson acrescenta que o Microvant possui baixo risco durante a operação e simplicidade no uso, diminuindo a burocracia e facilitando sua aplicação em áreas povoadas. Orientador da tese que resultou na patente, Luiz Marcos Garcia Gonçalves, contextualiza que a invenção também apresenta baixo custo de produção e manutenção, com decolagem por lançamento manual e pouso sem necessidade de pistas apropriadas, além de baixo RCS (Radar Cross Section) ou baixa resposta a radar, tornando-a útil em aplicações militares.

Microveículo Aéreo não Tripulado (Microvant) tem dimensão inferior a 30 centímetros e peso inferior a 200 gramas – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

“A aeronave é pouco perceptível visualmente devido às suas dimensões reduzidas, o que também facilita a sua camuflagem após o uso. A presente invenção teria vantagem em comparação com os demais Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants) em operação em vários aspectos. Um deles é que, pelo mesmo custo de um Vant, pode-se ter uma frota de Microvants varrendo uma área muito maior em uma missão ou operando durante um período de tempo maior”, salienta o professor do Departamento de Engenharia de Computação e Automação da UFRN.

Pesquisador vinculado ao laboratório NatalNet, Gonçalves frisa que, durante o período em que estavam elaborando o pedido para patentear a tecnologia, no ano de 2016, entre os modelos Vant com depósitos de patente existentes e outros utilizados em sistemas comerciais sem patentes, verificou-se que nenhum deles combina as características apresentadas pelo presente invento, como os aspectos de peso, risco de operação às pessoas e instalações físicas e custo de produção e manutenção baixos, além de requerer número reduzido de pessoas para operá-lo, com decolagem por lançamento manual e pouso sem necessidade de pistas apropriadas, além de apresentar baixo RCS.

Entre os tipos de aeronave mais utilizados estão os multirrotores, tais como tricóptero, quadricóptero, hexacóptero e seus derivados. Essas aeronaves são mais usadas por possuírem um processo de manuseio e controle relativamente mais simples do que o de veículos aéreos do tipo aeroplanadores, por exemplo. Além desses fatores, o projeto de aeroplanadores em menor escala requer maior esforço.

Fonte: UFRN

sábado, 26 de novembro de 2022

INTERNACIONAL: Cônsul-geral de Cuba prevê ‘ambiente amistoso’ com Lula, retomadas de parcerias comerciais e até do Mais Médicos

Foto: Divulgação CTB

O cônsul-geral de Cuba no Brasil, Pedro Monzón Barata, disse apostar em um “ambiente amistoso” na relação entre as nações latino-americanas após a posse do presidente Lula em janeiro de 2023. Ele esteve presente à sede da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), durante a estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.

O diplomata lamentou a quebra nas relações durante o atual governo de Jair Bolsonaro, que impactaram desde as relações comerciais e econômicas, até a posição sobre o embargo americano à ilha caribenha na Assembleia-Geral da ONU de 2019.

“Nós sempre tivemos uma boa relação com o Brasil. Nos últimos três anos tivemos uma troca de política de Estado. O Brasil sempre lutou contra o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba. Durante 30 anos sucessivos, com votações sucessivas contra o bloqueio. Nas Nações Unidas, a imensa maioria votou contra o embargo (187), excetuando-se os Estados Unidos, Israel e Brasil. Um país amigo que não manteve o apoio e se vinculou às piores posições, em particular no caso do bloqueio”, afirmou Monzón. Vale ressaltar que na última edição, em 2021, o país se absteve da votação.

No entanto, para o cônsul, a mudança política não reflete o posicionamento do povo brasileiro. “Não foi o povo que votou contra Cuba nas Nações Unidas e, sim, políticos específicos. Temos uma idiossincrasia muito parecida, apesar de idiomas diferentes, mas fazemos parte do mesmo núcleo latino, que nos identifica muito”, ponderou.

Com o novo mandato de Lula, entre as expectativas de retomadas de intercâmbio, está o programa Mais Médicos. “Deixamos de atender à população mais humilde do Brasil, com a retirada de 8 mil médicos cubanos devido a uma retórica anti-cubana”, especificou Monzón.

Agora, no horizonte há novas possibilidades: “Tivemos muitas companhias brasileiras na Feira Nacional de Havana. Muitas empresas brasileiras da indústria, alimentação e medicina. Podemos avançar muito mais com o ambiente político favorável que se vai criar. Teremos um ambiente amistoso, como sempre foi, e estamos muito felizes por isso”, finalizou Pedro Monzón Barata. A Feira Nacional de Havana foi realizada este ano na capital de Cuba, entre 14 e 19 de novembro.

Fonte: CTB NACIONAL

VERGONHOSO!!! RICHARLISON SOFRE PERSEGUIÇÃO IMPLACÁVEL DE FLÁVIO BOLSONA...


Fonte: https://nogueirajr.blogspot.com

1ª Edição do CINE RN acontece no dia (17) de dezembro, na zona norte de Natal

 

Foto: Assessoria de imprensa/ Sollar Comunicação

O projeto Cine Drive-In Natal, realizado no ano de 2020, foi uma experiência de sucesso para o público e também para as suas realizadoras e apoiadores. Agora, em novos tempos, o projeto se transforma e amplia suas conexões para todo o estado com um novo nome “CINE RN”, levando cinema ao ar livre, de forma gratuita, para todos os públicos; buscando democratizar os espaços numa programação plural e diversa. A primeira edição será realizada na zona norte de Natal, no estacionamento do Ginásio Nélio Dias, no dia 17 de dezembro.

Idealizado pelas produtoras Haylene Dantas (HD Produções) e Keila Sena (Casa de Produção) - ambas com experiência em produção e projetos de cinema em Natal e realizadoras do Cine Drive- In Natal – o CINE RN vai oferecer entretenimento de qualidade, com exibição de alta tecnologia, de forma segura, agradável e única, acolhendo todos os públicos para vivenciarem juntos uma grande experiência de cinema, em quatro sessões: sessão infantil, sessão família, sessão clássico/arte e uma sessão dedicada aos filmes potiguares.

Para ficar por dentro de todas as novidades, o público pode acompanhar o perfil @cine.rn no Instagram.

O projeto CINE RN tem realização da Casa de Produção e HD Produções, com o patrocínio da Prefeitura do Natal, Natal em Natal e Arena das Dunas, via  Lei Djalma Maranhão e apoio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e do Ginásio Municipal Nélio Dias.

SERVIÇO

CINE RN  - Edição Natal

Dia 17 de dezembro, sábado, a partir das 16h

Local: Estacionamento do Ginásio Municipal Nélio Dias

Av. Guararapes, s/n - Lagoa Azul

ACESSO GRATUITO

Fonte: Assessoria de imprensa/ Sollar Comunicação

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Nelson Rodrigues, o maior craque da crônica de futebol - por Urariano Mota

Foto: Reprodução

Ele na crônica escrevia à semelhança de Garrincha, que driblava para um só lado, e todos sabiam qual, mas ainda assim eram surpreendidos.

Nelson Rodrigues foi, de longe, o maior e melhor e excelso gênio da literatura de futebol no Brasil. Disse tudo? Não, disse menos. Quero dizer: o sonho de todo escritor, o de ser lido pelas massas, discutido por elas, sem cair um só milímetro da sua dignidade artística, o sonho de escrever para todos, esse possível um dia Nelson Rodrigues conseguiu. Disse tudo? Menos ainda, porque devo dizer: não conheço, na literatura mundial, alguém que tenha sido tão magnífico quanto Nelson Rodrigues na crônica esportiva.

Se pensam que me engano, olhem e amaciem na boca feito fruta rara o que Nelson Rodrigues escreveu sobre um jogo de Pelé, antes de começar a Copa do Mundo de 1958. Para não dizê-lo um profeta, devo dizer: a sensibilidade, a genial arte de um escritor descobriu e revelou um fenômeno:

“Depois do jogo América x Santos seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura que o meu confrade Laurence chama de ‘o Domingos da Guia do ataque’. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: — 17 anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de 40, custo a crer que alguém possa ter 17 anos, jamais. Pois bem: — verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo como uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se ‘Imperador Jones’, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: — ponham-no em qualquer rancho e sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor.

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O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: – a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola, e dribla um adversário é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento. E o meu personagem tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônia. Já lhe perguntaram: — Quem é o maior meia do mundo?. Ele respondeu com a ênfase das certezas eternas: — Eu. Insistiram: — Qual é o maior ponta do mundo? E Pelé: — Eu. Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir. Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção que ninguém reage e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meias e no centro, há de ser o mesmo, isto é, o incomparável Pelé… Na Suécia, ele não tremerá de ninguém. Há de olhar os húngaros, os ingleses, os russos de alto a baixo. Não se inferiorizará diante de ninguém. E é dessa atitude viril e, mesmo, insolente de que precisamos. Sim, amigos: — aposto minha cabeça como Pelé vai achar todos os nossos adversários uns pernas-de-pau”.

Isso se deu em crônica de março de 1958. Se a epifania de Pelé antes do reconhecimento universal não causar espanto, olhem, mastiguem lento e com calma o que Nelson escreveu sobre Garrincha:

“Nos acrobatas chineses o que existe é o esforço, é a técnica, é o virtuosismo, ao passo que Garrincha é puro instinto. Possui uma riqueza instintiva que lhe dá absoluto destaque sobre os demais. Até Deus, lá do alto, há de admirar-se e há de concluir: — ‘Esse Garrincha é o maior!’. O ‘seu’ Mané não trata a bola a pontapés como fazem os outros. Não. Ele cultiva a bola, como se fosse uma orquídea rara”.

Foto: Reprodução

Cultivar a bola como uma orquídea rara — isso já deixou de ser futebol e penetrou na delicadeza da arte, no mesmo passo em que vemos a fina e macia pétala que se toca com a percepção da vida fugaz. Mas é uma bola. É uma crônica. Nesta altura eu me sinto um escritor absolutamente desnecessário. O que disser parecerá acento circunflexo sobre o céu azul. Pode? Ser leitor dessas crônicas é tão agradável, que nossa única transmissão possível é copiá-la em trechos, porque o tempo urgente não permite a cópia inteira, o que seria um serviço de utilidade pública e educação estética. É irresistível.

Em O craque sem idade — “A bola tem um instinto clarividente e infalível que a faz encontrar e acompanhar o verdadeiro craque. Foi o que aconteceu: — a pelota não largou Zizinho, a pelota o farejava e seguia com uma fidelidade de cadelinha ao seu dono. (Sim, amigos: — há na bola uma alma de cachorra.). No fim de certo tempo, tínhamos a ilusão de que só Zizinho jogava. Deixara de ser um espetáculo de 22 homens, mais o juiz e os bandeirinhas. Zizinho triturava os outros ou, ainda, Zizinho afundava os outros numa sombra irremediável. Eis o fato: — a partida foi um show pessoal e intransferível.”

Em Vitória Fla-Flu — “O arqueiro Calos Alberto, que chegara a encostar a mão na bola, caiu de joelhos e, assim ficou, de joelhos e atônito, por muito tempo. Dir-se-ia que o gol de Índio era um altar, diante do qual ele se prostrava”.

Em O desfigurado Fluminense — “A batalha definiu-se, contra o Fluminense, no primeiro minuto. Minto: nos primeiros trinta segundos, exatamente. Vejam vocês: — trinta segundos bastaram para liquidar o líder de sete dias. Mas examinemos o lance fatal. Foi assim: — na primeira carga do Bangu, Zizinho, de fora da área, atira. Foi, sem dúvida, um tiro violento. Mas, de longe, muito longe. Que fez Castilho? Apenas isto: — apanha a bola e larga. Devia, em seguida, agarrá-la, de novo. E, no entanto, o arqueiro tricolor parou, ficou só espiando. Conclusão: veio Wilson e empurrou, docemente. Era o primeiro gol do Bangu e, ao mesmo tempo, a derrota do Fluminense”.

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Em Derrota brasileira — “Sábado, enquanto o Fluminense perdia no Pacaembu, eu assistia, no Maracanã pequeno, à luta Carlson x Leão de Portugal. E, então, o locutor do estádio, Jayme Ferreira, começou a anunciar os gols do Honvéd — primeiro, segundo, terceiro, quarto, cinco, meia dúzia…”.

E aqui, me permitam, por favor, um parêntese no céu azul. No parágrafo acima, Nelson Rodrigues fala de jogo a que não assistira. E o leitor, se notar, não sente a falta da presença física do repórter. Onde já se viu isso na imprensa esportiva do mundo? Ele acha pouco e na crônica da semana seguinte, sob o título genial de A Derrota Triunfal escreve:

“O que mais admira, em nós, jornalistas, é a desenvolta irresponsabilidade com que escrevemos as nossas barbaridades. Por exemplo: a propósito do jogo Flamengo x Honvéd, um matutino de domingo escreve o seguinte: ‘depois do segundo tento, o calor tomou conta da rapaziada magiar…’ Leio isso e mergulho numa desesperada meditação. Cabem duas perguntas. Primeira: ‘Só fazia calor para os húngaros e para o Flamengo, não? Segunda: ‘Antes do segundo tento, fazia frio no Maracanã, nevava no Maracanã?’… Eu compreendo que a temporada húngara induz qualquer um a ser idiota. Façamos, porém, uma tentativa de inteligência. E, então, chegaremos à visão certa da batalha de sábado. É a seguinte: — não foi o Honvéd que venceu o Flamengo por 3 x 2. Foi o Flamengo que venceu o Honvéd por 2 x 3”.

Foto: Reprodução

Essa crônica esportiva, de gênero e talento que os espanhóis diriam ser esquisito, e aqui recupero pelos sentidos de muito bom e raro, esse texto de Nelson a gente absorve com um prazer e com um sorriso, que posto na face não se desgruda mais. Como é que ele conseguia escrever tão bem, no meio de uma redação barulhenta, sob os tiros de mais de 40 metralhadoras das máquinas de escrever, e nuvens de cigarros, e gritos, e piadas, e explosões de raiva e confusão? Penso que seria como fazer amor em meio às arquibancadas de um estádio durante um Fla x Flu. Vocês já veem que a gente lê Nelson Rodrigues e fica meio contaminado pelo espírito dele.

“Os passes de Didi! São precisos, exatos, irretocáveis como um soneto antigo. Direi mais, se me permitem a comparação: — Didi é a mãe dos pernas-de-pau. Quantos companheiros vivem, e sobrevivem, à sua sombra? Ele não depende de ninguém e quantos dependem dele? Ao lado de Didi, o perna-de-pau já o é muito menos”.

Ele — Nelson Rodrigues em seus craques — arranca humor e graça em frases que guardam sempre os mesmos recursos, imagens, mas ainda assim surpreendem. Ele na crônica escrevia à semelhança de Garrincha, que driblava para um só lado, e todos sabiam qual, mas ainda assim eram surpreendidos. Nelson usa sempre o exagero, as expressões mais despudoradas, melodramáticas, truques de circo na hipérbole, com o maior despudor e cinismo, mas ainda assim o leitor era, é driblado, assim como os marcadores de Garrincha. Que encanto! Com a diferença que a gente é driblado, mas não se frustra, porque enche o peito da gente de felicidade.

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“Olhem Pelé, examinem suas fotografias e caiam das nuvens. É, de fato, um menino, um garoto. Se quisesse entrar num filme da Brigitte Bardot, seria barrado, seria enxotado. Mas reparem: é um gênio indubitável. Digo e repito: gênio. Pelé podia virar-se para Miguel Ângelo, Homero ou Dante e cumprimentá-los, com íntima efusão: ‘Como vai, colega?’ ”.

Na verdade, mesmo sem o seu teatro, Nelson Rodrigues seria imortal, se permitem mais um acento circunflexo no mar de suas crônicas. Dele pode ser dito o mesmo que ele escreveu sobre a morte do romancista José Lins do Rego:

“Morto e, no entanto, parece mais vivo do que muitos que andam por aí, que circulam, que batem nas nossas costas e contam piadas. Não resta dúvida que ‘morrer’ significa, em última análise, um pouco de vocação. Já falei nos vivos tão pouco militantes que temos vontade de lhes enviar coroas ou de lhes atirar na cara a última pá de cal. Esses têm, sim, a vocação da morte. Fomos, todos, enterrá-lo no chão muito doce de São João Batista. Mas é como se não existisse a mínima relação entre o funeral e Zé Lins, entre o caixão e o grande romancista.”

No país das chuteiras, ninguém escreveu sobre o futebol com tanta graça e gênio quanto ele, o recifense Nelson Rodrigues.

*Texto do Dicionário Amoroso do Recife

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho

BRASIL: Mulheres negras do PCdoB estão na linha de frente da luta antirracista - por Priscila Lobregatte

 

Daiana, Bruna, Dani, Leci e Olívia. Fotos: reprodução

De diferentes perfis e lugares, elas têm papel fundamental na luta pelos direitos da população negra.


O governo Bolsonaro chega ao fim deixando como herança um rastro de destruição, miséria e violência em todas as áreas. E entre os mais atingidos pela sanha destrutiva da extrema-direita está a população negra. Porém, se por um lado o cenário foi de profunda adversidade, por outro, em meio à lama bolsonarista, emergiram com ainda mais força lideranças dessa e de outras parcelas da população que resistiram, colocando em pauta aquilo que o presidente e seus apoiadores fizeram o possível para apagar ou apequenar. 

Nesse cenário, ganha especial relevância a eleição de mulheres negras, especialmente no campo da esquerda, outro setor fortemente atacado nos últimos anos. O PCdoB é, historicamente, um dos partidos que mais investem nessas candidaturas e neste ano colheu importantes frutos. E esses frutos têm especial relevância na luta antirracista, que se tornou ainda mais urgente diante do aumento das manifestações racistas e mesmo nazistas nos últimos anos. 

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Negras no Sul

Daiana Santos. Foto: Cristiane Leite

Mesmo num dos estados com maior presença bolsonarista, o PCdoB conseguiu eleger uma das duas primeiras mulheres negras a representarem o Rio Grande do Sul na Câmara dos Deputados, Daiana Santos. Também foi eleita Denise Pessoa (PT). 

Uma das frentes prioritárias na atuação de Daiana, que aos 40 anos cumpre seu primeiro mandato como vereadora de Porto Alegre, tem sido a luta antirracista em suas várias facetas. Nesse sentido, pretende, em Brasília, apostar na luta pelo desenvolvimento de políticas públicas voltadas às periferias, de maioria negra; pela implementação de uma agenda política de reparação e por políticas públicas na área da saúde da população negra, assunto que Daiana, que é sanitarista, também é conhecedora. 

“Bolsonaro sempre demonstrou ser contra os avanços e conquistas civilizatórias em nosso país. Infelizmente, o Brasil sofreu com o sufocamento das políticas de Estado de combate ao racismo. Passamos por quatro anos de ataques racistas perpetrados por membros do governo, além da destruição de uma importante instituição, a Fundação Palmares. Acredito que com a volta da Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), vamos conseguir retomar a nossa caminhada na busca por direitos humanos”, destacou. 

Para Daiana, a eleição de Lula representa um avanço para a população negra. “Nossas pautas devem ser trabalhadas numa perspectiva transversal, ou seja, serem parte de todas as políticas de todas as áreas do governo e não somente da pasta de igualdade racial. Precisamos retomar um governo com uma agenda política para o povo negro, trabalhando na inclusão social, educacional e laboral de todas e todos nós.  Além disso, é de muita importância a construção de políticas que priorizem as mulheres negras, que são a base de sustentação de nossa sociedade, bem como aprofundar e ampliar políticas como a de cotas raciais nas universidades”. 

Bruna Rodrigues. Foto: Júlia D’Ávila

Colega de bancada de Daiana na Câmara de Porto Alegre, Bruna Rodrigues, 35 anos, é outra mulher negra e jovem do PCdoB que vai mudar de casa legislativa em 2023, quando assume como deputada estadual. 

Ao avaliar o atual governo, ela destaca a letalidade que Bolsonaro e o bolsonarismo representam à existência negra. “A política deles é algo que fala não apenas da falta de prioridade à nossa dignidade, mas de combate às nossas vidas. Aqui no RS, por mais que o atual governo seja de uma direita democrática, pouco avançamos em políticas de combate ao racismo”.

Para Bruna, a eleição de Lula “é a chance de promovermos uma grande repactuação no que diz respeito à política de igualdade racial. O movimento negro se mobilizou em torno dessa candidatura e agora temos a oportunidade de retomar uma construção que avance na equidade racial e na superação do racismo”. 

Na Assembleia Legislativa gaúcha, Bruna diz que vai ampliar o trabalho executado na Câmara Municipal, como a Lei 13.274, de sua autoria, que cria o Selo Igualdade Racial. “Essa é uma iniciativa que fomenta e valoriza as práticas antirracistas das empresas em Porto Alegre — e queremos ver isso se tornar realidade por todo o Rio Grande. Além disso, queremos propor mecanismos orçamentários e legislativos para assegurar a implementação de uma Política Integrada à Saúde da População Negra, bem como discutir com o devido mérito e coletividade políticas de segurança pública”. 

Garantindo a vida negra

Dani Balbi. Foto: reprodução/redes sociais

Estreante no parlamento fluminense, Dani Balbi, 33 anos, é mais uma comunista negra a contribuir na luta antirracista. Primeira transexual a conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Dani também foi a primeira professora trans da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Sobre o cenário que marcou o país nos últimos anos, a professora lembra: “tivemos que sair a campo tanto para que a gente pudesse garantir a vida da população negra — a que mais sofre com o desemprego, com a carestia, além do racismo estrutural — como também em defesa da memória da população negra e da luta antirracista. Além disso aqui no estado do Rio de Janeiro, isso se materializou no genocídio promovido pelo desgoverno de Cláudio Castro que arma a Polícia Militar para ceifar vidas negras”. 

Com o novo momento que se inicia com o governo Lula, Dani defende, entre outras medidas, a volta da Seppir  e a implantação de programas de acesso ao ensino público. “É preciso permitir que pessoas negras tenham acesso facilitado aos recursos para construir a sua formação e também ingressar no mercado de trabalho através de uma política nacional orientada para a reserva de vagas em melhores postos de trabalho e fortalecer a luta no campo da cultura pela valorização da memória e resistência das pessoas negras, suas lideranças e também suas figuras históricas”, argumenta. 

Trajetória antirracista

Leci Brandão. Foto: Alesp

Experiente na luta antirracista, seja nos palcos, seja na política, a deputada estadual, cantora e compositora Leci Brandão, 78 anos, foi reeleita para a Assembleia Legislativa de São Paulo, onde cumprirá seu quarto mandato, sempre pelo PCdoB. 

“Quem acompanha minha carreira tanto na arte quanto na política sabe que as questões relativas à população negra sempre estiveram presentes, afinal a pauta da igualdade racial, do combate ao racismo e da cidadania pela de negros e negras é mais do que uma bandeira de ativismo, é quem eu sou, minha vida, minha ancestralidade. Não teria como caminhar no mundo sem falar e agir em prol dessas questões”, diz Leci. 

A parlamentar avalia que “a extinção da Seppir e a entrega da Fundação Palmares a pessoas que estão na contramão de tudo o que o movimento negro sempre defendeu foram golpes muito graves sofridos por todos os que sempre estiveram na luta antirracista em nosso país”. 

Leci aponta ainda o risco constante, sob Bolsonaro, do fim das cotas, e destaca como sendo de extrema gravidade “a autorização dada pelo atual governo para que crimes de racismo fossem praticados, na medida em que esse governo e seus gestores em todas as instâncias reforçaram ou ficaram calados e coniventes diante das demonstrações de racismo”. 

No próximo governo, diz, será preciso reconstruir o que foi desfeito, em todas as áreas e “ter um olhar para a questão racial, que é transversal, passando por todas as áreas. Já está mais do que comprovado que quando não existe esse olhar específico, a população negra, que é a maioria entre os mais pobres, não é alcançada”. 

Olívia Santana. Foto: reprodução

Outra comunista experiente na luta antirracista é a pedagoga Olívia Santana, 55 anos, que renovou seu mandato pela segunda vez para a Assembleia Legislativa da Bahia pelo PCdoB. Durante a campanha deste ano, disse, sua pauta foi a vida, especialmente a da juventude negra. Ela defende “projetos que fortaleçam uma infraestrutura de direitos para a população negra, sobretudo a juventude que é a mais vulnerável em relação à falta de oportunidades de formação, o desemprego e o enfrentamento à violência policial”. 

Olívia alerta para o grave quadro que leva ao assassinato de grande número de jovens negros nas periferias do país em geral e da Bahia em particular, especialmente pelas polícias. “Temos que de fato enfrentar esse desafio utilizando o mandato como instrumento de denúncia, mas também de maneira propositiva. Nós temos um projeto de lei para colocar câmeras nas viaturas e no fardamento policial; há uma mobilização para que isso aconteça na Bahia e a gente está na na linha de frente dessa agenda”.

A parlamentar aponta ainda que “o governo de Bolsonaro representou um revés muito violento, foi um governo que atacou todas as políticas. Lula está encontrando um país destroçado, são muitos escombros, então a gente vai ter que refazer muito do que já tinha sido feito e que foi destruído. Eu digo que o governo de Lula é um governo de reconstrução nacional”. 

Leia também: PCdoB tem quase metade de mulheres entre suas candidaturas 

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

INFRAESTRUTURA -TCU constata mais de 8 mil obras paralisadas; metade é na área de educação

Foto: Thayse Ribeiro/Cpers

Levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou a existência de mais de 8 mil obras paralisadas no país, sendo a metade na área de educação. Os dados foram atualizados em agosto e divulgados nesta quarta-feira (23) pelo tribunal, durante sessão plenária da Corte. 

portal G1 informa que o tribunal analisou, ao todo, 22.559 contratos de obras no país e encontrou 8.674 obras paralisadas, o que representa 38,5% do total analisado. Desse total, 4.473 são na área de educação. É o caso de prédios de campus universitários, hospitais universitários, escolas profissionalizantes, complexos esportivos e creches e pré-escolas. Os estados com mais obras inacabadas na área de educação são Maranhão, Pará, Bahia, Minas Gerais e Ceará.

>> Leia a matéria na íntegra no portal G1

(G1, Jéssica Sant'Ana, 23/11/2022)

Fonte|: CNTE

Alexandre de Moraes indefere ação de coligação de Bolsonaro e aplica multa que pode deixar Jair sem casa, salário e mordomias em 2023

A coligação de Jair Bolsonaro, capitaneada pelo presidente do PL Valdemar de Costa Neto entrou com um pedido absurdo de anulação de quase 60% das urnas, com a intenção de tirar a vitória de Lula e declarar Bolsonaro vitorioso no tapetão. Mas apenas as urnas do segundo turno e apenas na eleição presidencial. No entanto, como diz o ditado, foi buscar lã e saiu tosquiada.

O presidente do TSE primeiramente pediu que a coligação anexasse ao processo também as urnas do primeiro turno, o que seria também pedir a anulação de urnas que deram quase 100 deputados ao partido de Valdemar e Bolsonaro, o PL 22. 

Claro que não o fizeram. Em vista disso, Alexandre de Moraes escreveu em sua sentença:

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A total má-fé da requerente em seu esdrúxulo e ilícito pedido, ostensivamente atentatório ao Estado Democrático de Direito e realizado de maneira inconsequente com a finalidade de incentivar movimentos criminosos e anti-democráticos que, inclusive, com graves ameaças e violência vem obstruindo diversas rodovias e vias públicas em todo o Brasil, ficou comprovada, tanto pela negativa em aditar-se a petição inicial, quanto pela total ausência de quaisquer indícios de irregularidades e a existência de uma narrativa totalmente fraudulenta dos fatos.

 

Conforme se depreende de modo cristalino da documentação técnica acostada aos presentes autos, as urnas eletrônicas, de todos os modelos, são perfeitamente passíveis de plena, segura e clara identificação individual, uma a uma.
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Os argumentos da requente, portanto, são absolutamente falsos, pois é totalmente possível a rastreabilidade das urnas eletrônicas de modelos antigos.
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Diante de todo o exposto, INDEFIRO LIMINARMENTE A PETIÇÃO INICIAL, TANTO EM RAZÃO DE SUA INÉPCIA (CPC, art. 330, § 1º, c/c art. 485, I), COMO PELA AUSÊNCIA DE QUAISQUER INDÍCIOS E CIRCUNSTÂNCIAS QUE JUSTIFIQUEM A INSTAURAÇÃO DE UMA VERIFICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA (artigo 51, caput, da Resolução TSE n. 23.673, de 14 de dezembro de 2021). A conduta da requerente exige, entretanto, a condenação por litigância de má-fé. 

Os Partidos Políticos, financiados basicamente por recursos públicos, são autônomos e instrumentos da Democracia, sendo inconcebível e inconstitucional que sejam utilizados para satisfação de interesses pessoais antidemocráticos e atentatórios ao Estado de Direito, à Justiça Eleitoral e a soberana vontade popular de 156.454.011 (cento e cinquenta e seis milhões, quatrocentos e cinquenta e quatro mil e onze) eleitoras e eleitores aptos a votar. 

Nos termos do § 3º do art. 292 do CPC, arbitro o valor da causa no valor de R$ 1.149.577.230,10 (um bilhão, cento e quarenta e nove milhões, quinhentos e setenta e sete mil, duzentos e trinta reais e dez centavos), que é, exatamente, o valor resultante do número de urnas impugnadas, ou seja, todas aquelas diferentes do modelo UE2020 havido no parque de urnas do TSE e utilizadas no 2º Turno (279.383) multiplicado pelo custo unitário das últimas urnas eletrônicas adquiridas pelo TSE (R$ 4.114,70). 

Assim, nos termos do art. 81, caput, do CPC, CONDENO A AUTORA POR LITIGÂNCIA DE MÁ- FÉ, À MULTA DE R$ 22.991.544,60 (vinte e dois milhões, novecentos e noventa e um mil, quinhentos e quarenta e quatro reais e sessenta centavos), correspondentes a 2% (dois por cento) do valor da causa aqui arbitrado. 

DETERMINO, ainda, à Secretaria Judiciária e à Coordenadoria de Execução Orçamentária e Financeira, ambas desse TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, os IMEDIATOS BLOQUEIOS E SUSPENSÕES DOS FUNDOS PARTIDÁRIOS DOS PARTIDOS DA COLIGAÇÃO REQUERENTE até efetivo pagamento da multa imposta, com depósito dos respectivos valores em conta judicial. 

CONSIDERANDO ainda o possível cometimento de crimes comuns e eleitorais com a finalidade de tumultuar o próprio regime democrático brasileiro, DETERMINO seja oficiada a Corregedoria-Geral Eleitoral, para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade, em eventual desvio de finalidade na utilização da estrutura partidária, inclusive de Fundo Partidário, em especial no que se refere às condutas de VALDEMAR DA COSTA NETO e CARLOS CÉSAR MORETZSOHN ROCHA. 

DETERMINO, por fim, a extração integral de cópias e sua imediata remessa para o Inquérito n. 4.874/DF, em curso no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, para investigação de VALDEMAR DA COSTA NETO e CARLOS CÉSAR MORETZSOHN ROCHA. 

Publique-se e intime-se. [trechos retirados da sentença, que pode ser lida na íntegra aqui]

Fonte:  https://www.blogdomello.org