segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Na festa em Buenos Aires, multidão pediu Lula Livre


"Lamento. Não tenho bola de cristal, mas acho que a Argentina escolheu mal”. Jair Bolsonaro, em Abu Dhabi, afirmando que não vai cumprimentar o presidente eleito do maior parceiro do Brasil na América do Sul pela vitória.
"O que dirige a diplomacia no governo Bolsonaro é a cegueira ideológica. Bolsonaro diz que não vai parabenizar Alberto Fernández e ameaça excluir Argentina do Mercosul. Fernández é “comunista”. Mas manteve relações comerciais c/ a China “capitalista”. Oi? Erika Kokay, deputada federal (PT-DF).
"Bolsonaro diz que não vai cumprimentar Alberto Fernández, eleito presidente na Argentina. Essa atitude, misto de mesquinhez com infantilismo, ajuda a isolar ainda mais aquele cujo apoio despenca. Seu governo promove crises que serão encerradas pelo povo na rua." Ivan Valente, deputado federal (Psol-SP).
*Com o Viomundo

Em seu primeiro discurso como presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández pede Lula Livre

No dia da eleição na Argentina, Fernández pede Lula Livre e celebra aniversário do ex-presidente em foto com assessores.
Novo presidente da Argentina disse que vai lutar pela liberdade de Lula.


Recém-eleito presidente da Argentina, Alberto Fernández discursou na noite de domingo [27/10] junto com sua vice, Cristina Kirchner, e demais membros da campanha, na sede da chapa Frente de Todos, em Buenos Aires. Durante sua fala, Fernández pediu a liberdade do presidente Lula, o que provocou um coro de “Lula Livre” na multidão que o assistia.

Enquanto as urnas apuravam os resultados das eleições, o novo presidente da Argentina já havia recordado Lula, mas desta vez em uma foto nas redes sociais. Nela, Fernández posava com os demais membros de sua equipe fazendo o sinal de “Lula Livre”. Na legenda, ele celebrava o aniversário de 74 anos do ex-presidente, que foi neste domingo, e protesta contra a sua prisão política.

Alberto Fernández e Cristina Kirchner venceram as eleições na Argentina em primeiro turno. Votação ocorreu no domingo [27/10] e, com 94% das urnas apuradas, a dupla garantiu 47,85% dos votos, enquanto o atual presidente Mauricio Macri foi deixado em segundo lugar, com 40,65%.
Confira:
***
“AMIGO DE LULA” E VETERANO PERONISTA, FERNÁNDEZ É ELEITO PRESIDENTE DA ARGENTINA COM 48% DOS VOTOS
Via BBC Brasil 

Eleito no 1º turno, companheiro de chapa de Cristina Kirchner atua há 30 anos nos bastidores do peronismo; é professor de direito penal, fã de Bob Dylan e dono de um cachorro “instagramer”.

Eleito neste domingo com 48% dos votos, o próximo presidente da Argentina, Alberto Fernández, pode ser um rosto pouco conhecido dos brasileiros, mas é um veterano na política.
Há quase três décadas atua nos bastidores do peronismo, articulando campanhas que levaram ao poder expoentes do Partido Justicialista – sigla à qual é filiado, assim como a companheira de chapa e vice, Cristina Kirchner.

Eles derrotaram o atual mandatário, Maurício Macri, que levou 40,4% dos votos. Na Argentina, é suficiente obter mais de 45% dos votos para ganhar no 1º turno – ou votação acima de 40% desde que haja uma diferença de 10 pontos percentuais para o segundo colocado.

Fernandez é considerado peça fundamental na candidatura presidencial do marido de Cristina, Néstor Kirchner, lançada em 2003 em oposição à corrente peronista mais à direita que governou a Argentina na década de 90, personificada na figura de Carlos Menem, que realizou uma série de reformas neoliberais no país e abriu o capital para estrangeiros.

Alberto é apresentado aos Kirchner em 1997 por Eduardo Valdés, seu colega na Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires.

Valdés, por sua vez, conhecera Néstor e Cristina em 1994, em Santa Fé, durante a constituinte que reformou a Carta Magna argentina.

“Estávamos juntos de segunda a quinta, acabamos nos aproximando.”

Alberto, ele conta, gostava de ler o que Kirchner, então governador de Santa Cruz? província no extremo sul do país, na região da Patagônia ?, escrevia. “E me dizia: ‘Me apresenta a ele, quero conhecê-lo’.”

“Um dia Alberto publicou um artigo no jornal, Néstor leu e disse: ‘Esse é seu amigo, do qual me falou? Convida ele pra jantar’.”

A partir desse encontro, algum tempo depois, surgiria o grupo Calafate, think tank progressista criado para tentar renovar o movimento peronista e formular alternativas ao menemismo.

Recebeu esse nome por reunir-se na cidade patagônia de El Calafate.

Depois da crise de 2001, em que a Argentina decretou calote da dívida e o governo reteve por quase um ano as poupanças – o que ficou conhecido como corralito –, o grupo resolveu lançar a candidatura de Néstor.

Alberto Fernández foi um articulador importante tanto antes quanto depois das eleições, já que assumiu a posição de chefe de gabinete.

Virou amigo pessoal dos Kirchner. Em entrevista dada em junho à rádio La Once Diez, seu filho, Estanislao Fernández, de 24 anos, disse que, para ele, os dois ex-presidentes eram “tios”.

“Cresci com Néstor e Cristina vindo à minha casa. Cristina sempre foi amorosa comigo.”

Na mesma entrevista, o jovem contou que, apesar de Alberto ter se divorciado de sua mãe quando ele ainda era criança, sempre esteve presente em sua vida.

“Nos anos em que meu velho trabalhava na Chefia de Gabinete, separado da minha mãe, sempre ia me buscar na escola, sem guarda compartilhada, sem nada.”

Estanislao é cosplayer, streamer do game League of Legends e a drag queen Dyhzy, que soma mais de 100 mil seguidores no Instagram. Diz já ter saído com meninos e há três anos namora Natalia.


Fonte: https://limpinhoecheiroso.com e BBC BRASIL

Sarampo já chegou e vem aí de volta a pólio e o recorde de dengue, zika e chikungunya

o anjo da morte




Sarampo, pólio, dengue, zika, chikungunya e Bolsonaro ameaçam o Brasil



O trabalho de desconstrução do Brasil do governo Bolsonaro segue de vento em popa. Em agosto, o número de casos de dengue no país é o quarto maior na série histórica. Com a diferença que os outros são índices anuais e esses vão até o mês de agosto apenas, o que pode indicar o maior número de casos de dengue na história, ao final do ano [veja mais adiante].

Não bastasse a vergonha do baixo acesso ao saneamento básico, o país se vê às voltas com o risco de retorno —remoto, mas ainda assim preocupante— da poliomielite. Tal retrocesso já aconteceu com o sarampo, afinal. 
A ressurgência epidemiológica dessas enfermidades virais, capazes de matar ou devastar a vida de uma pessoa, decorre da cobertura vacinal insuficiente. O Brasil perdeu o certificado de erradicação do sarampo três anos após obtê-lo.

Para dar uma ideia do que está acontecendo com a pólio, graças a esse governo terraplanista e antivacinação, em 2010 (sob Lula) a cobertura vacinal para a pólio no país estava em 99,4%. Em setembro agora, com Bolsonaro, caiu quase à metade: 51,5%.

É doença que paralisa, cria deficiências que acompanham a vida toda, e pode ser prevenida com aplicação de simples gotinha.

O Brasil registrou 1.439.471 casos de dengue até 24 de agosto deste ano, número que representa um aumento de sete vezes em relação ao verificado no mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Em índices percentuais, a variação foi de 599,5%.

O total de mortes confirmadas devido à infecção neste ano chegou a 591. Em 2018, o número foi pouco mais de 1/3 disto, com 160 casos confirmados de morte por dengue.
Considerando a série histórica com o total de casos de dengue registrados desde 1998, o ano atual já é o quarto com mais casos, atrás de 2015 (recorde com 1.688.688), 2016 (1.500.535) e 2013 (1.452.489).
O governo informa que houve alta de 44% nos casos de chikungunya. Foram 110.627 casos, contra 76.742 no mesmo período do ano passado, o que representa uma taxa de incidência de 53,1 casos por 100 mil habitantes. Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte são os estados com mais casos. Foram confirmadas 57 mortes no Brasil.

A pasta afirma ainda que houve aumento de 47,1% nos casos de zika neste ano, que teve até agora 9.813 casos, enquanto em 2018 foram 6.669. A taxa de incidência é de 4,7 casos por 100 mil habitantes. Entre os estados com mais casos, destacam-se Tocantins, Rio Grande do Norte, Alagoas e Espírito Santo. Neste ano, foram confirmados duas mortes por zika.[Fonte: G1]

Fonte; Blog do Mellho 

domingo, 27 de outubro de 2019

POVO NA RUA Argentina e Uruguai têm eleições presidenciais “decisivas” neste domingo

Alberto Fernández e Cristina Kirchner encerram campanha presidencial na Argentina, com todas as pesquisas indicando possibilidade de vitória no primeiro turno.

Resultados podem alterar correlação de forças na América Latina e mostrar que população quer conter avanço neoliberal na região.

São Paulo – Argentinos e uruguaios vão às urnas neste domingo (27) para as eleições presidenciais que podem alterar a correlação de forças na América Latina, onde a Bolívia acaba de delegar o  quarto mandato consecutivo a Evo Morales e o Chile vive uma  onda crescente de manifestações populares contra o governo neoliberal de Sebastián Piñera. Nos dois casos, segundo pesquisas de intenção de voto, os candidatos de centro-esquerda estão mais bem colocados. A reportagem é do portal Brasil de Fato.

Na Argentina , a eleição pode ser decidida em primeiro turno, com previsão de vitória da chapa formada por Alberto Fernández e sua vice, a ex-presidenta Cristina Kirchner. O atual presidente do país, Mauricio Macri, aparece em segundo nas intenções de voto.

Já no Uruguai, o candidato da Frente Ampla Daniel Martínez, deve ser o mais bem colocado. Levantamentos, no entanto, apontam dificuldades para o postulante ao cargo mais alto do país em um eventual segundo turno.

Confira alguns pontos para entender as eleições que ocorrem neste fim de semana.

Argentina

As principais pesquisas de intenção de voto mostram uma ampla vantagem da chapa Frente de Todos, composta por Alberto Fernández e Cristina Kirchner, com relação ao governista Juntos Pela Mudança, aliança encabeçada por Mauricio Macri, que tem Miguel Pichetto como vice.

Segundo um levantamento feito pela Consultoria Gustavo Córdoba e encomendado pelo jornal argentino Página/12, o Frente de Todos tem 54,5% das intenções de voto. Já a chapa de Macri aparece com 31,8%. Em terceiro lugar aparece o ex-ministro da Economia, Roberto Lavagna, com 6,1%.

Uma pesquisa feita pelo Instituto Atlas Político também aponta uma grande vantagem da chapa de Alberto Fernández. Segundo o estudo, o Frente de Todos conquistará 46,1% dos votos, enquanto o Juntos Pela Mudança terá 36,8%.

De acordo com o sistema eleitoral argentino, vence a corrida no primeiro turno quem conquistar 45% dos votos ou 40%, caso haja uma diferença de ao menos 10% com relação ao segundo colocado. Deste modo, os dois levantamentos apontam uma vitória da centro-esquerda já em primeiro turno.

As pesquisas confirmam uma tendência de crescimento que já é observada desde 11 de agosto, data em que ocorreram as primárias argentinas. Na ocasião, Fernández e Kirchner conquistaram 47% dos votos, contra 32% de Macri e Pichetto.

Arquivo pessoal/Twitter

Comício final recebeu centenas de milhares de argentinos descontentes com gestão neoliberal de Mauricio Macri
Arquivo pessoal/Twitter
Comício final recebeu centenas de milhares de argentinos descontentes com gestão neoliberal de Mauricio Macri
Temas dominantes

As discussões em torno da economia argentina dominaram a corrida eleitoral. Isso porque o país passa por sua maior crise desde que declarou moratória às vésperas do Natal de 2001.

O próximo mandatário terá que lidar com a crescente desvalorização da moeda nacional frente ao dólar e com uma inflação que fechou 2018 em 47,6%, o maior índice dos últimos 27 anos. O endividamento público do país também é um problema, tendo a Argentina inclusive recorrido a um empréstimo de US$ 57,1 bilhões junto ao Fundo Monetário Internacional.

A legalização do aborto é outro tema que dominou os debates. Em 2018, a pauta paralisou o país. Na ocasião, tramitou um projeto de legalização que chegou a passar pela Câmara, mas foi rejeitado pelo Senado. A aprovação da lei foi amplamente defendida por Kirchner.

Congresso

Além das eleições presidenciais, os argentinos irão renovar parcialmente a composição do Congresso, casa em que os governistas não contam com maioria. O pleito irá preencher 130 cadeiras na Câmara dos Deputados e 24 no Senado.

Também estão programadas eleições provinciais em Buenos Aires, Catamarca e La Rioja, além de disputas para eleger prefeito e legisladores locais da capital do país.

Frente Ampla Uruguai

Último dia de campanha presidencial no Uruguai amanheceu com marcha de apoio aos candidatos da Frente Ampla, Daniel Martínez e Graciela Villar
Frente Ampla Uruguai
Último dia de campanha presidencial no Uruguai amanheceu com marcha de apoio aos candidatos da Frente Ampla, Daniel Martínez e Graciela Villar
Uruguai

Se na Argentina o cenário indica uma vitória fácil da centro-esquerda, o mesmo não acontece no Uruguai. Isso porque embora a Frente Ampla, coligação que governa o país desde 2005, tenha vantagem no primeiro turno, poderá encontrar um cenário polarizado na segunda fase do pleito.

Diferentes pesquisas de intenção de voto apontam que a Frente Ampla, formada por Daniel Martínez e sua vice, Graciela Villar, irá conquistar entre 41% e 33% dos votos. Já o Partido Nacional, representado pelo candidato de direita Luis Lacalle Pou e sua vice, Beatriz Argimón, conquistará entre 27% e 22%. Na sequência aparece o Partido Colorado, que terá entre 16% e 10% dos votos.

A partir daqui começam as dificuldades. Segundo analistas, para vencer, Martínez deverá tentar obter uma boa quantidade de votos no primeiro turno – ao menos 40% – , uma vez que não será fácil conseguir somar forças com outros partidos em um eventual segundo turno. Lacalle, por outro lado, teria que formar um governo de coalizão com o Partido Colorado, algo que já ocorreu no passado.

Diferentemente da Argentina, as presidenciais do Uruguai são mais parecidas com as que ocorrem no Brasil: para ser eleito, o candidato precisa conquistar 50% mais um para vencer a disputa. Se ninguém conseguir, então o pleito irá para o segundo turno.

O candidato que assumir o cargo de Tabaré Vázquez terá pela frente o desafio de minar o aumento da violência no país, que em 2018 registrou um crescimento alarmante em comparação com o ano anterior: 45%, segundo estimativas. No entanto, o país registrou sucessivos índices de crescimento macroeconômico nos últimos 15 anos.

Colômbia

Para arrematar, eleições regionais também ocorrerão no mesmo dia na Colômbia. O pleito irá eleger os governadores dos 32 estados, deputados, prefeitos para 1.101 municípios, e vereadores.

Fonte: Rede BRASIL ATUAL

��Dallagnol é vaiado em SP – Expectativa para as eleições na Argentina – ...

Prefeitos criticam fim de gastos mínimos em saúde e educação


 Foto: Agência Brasil
 
A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) publicou nota nesta sexta-feira (25) criticando uma medida que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve adotar. Em pacote voltado para equilibrar o orçamento da União, estados e municípios, Guedes avalia incluir uma proposta que revoga os percentuais mínimos investidos em saúde e educação.
 
"A preocupação dos governantes locais se dá pelo cenário atual. Os dados oficiais mais recentes (2018), publicados no anuário Multi Cidades, apontam que os municípios investem em média 25,2% de sua despesa total em Saúde, muito acima do piso constitucional (15%)", consta em trecho da nota.
 
"Além disso, 54,4% de todos os recursos destinados ao setor são próprios e não oriundos das transferências. Paralelamente, os estados e a União têm disponibilizado cada vez menos dinheiro para essa área. Somente em 2018 foram destinados valores semelhantes aos de 2008, pela União, e aos de 2003, pelos estados".
 
Os líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), devem entregar na próxima semana um pacote de medidas econômicas para auxiliar o Ministério da Economia na busca do equilíbrio fiscal.
 
Inicialmente está prevista a apresentação de quatro propostas de emenda à Constituição (PECs) – uma sobre reforma administrativa, que deve começar a tramitar pela Câmara dos Deputados, e outras três relacionadas às regras orçamentárias, que vão ser acolhidas pelos dois senadores.
 
Os prefeitos também cobram que o governo federal envie o conteúdos das propostas de emenda à constituição e que o texto era ser para construído com os mandatários antes de iniciar a tramitação no Poder Legislativo.
 
Na quinta-feira (24), o Congresso em Foco ouviu governadores sobre a revogação do piso de gastos para saúde e educação. Até aliados do governo federal, como o governador Ronaldo Caiado (DEM-GO), avaliam que é arriscado enviar propostas assim sem construir um acordo com diferentes setores antes.
 
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) reconhece a necessidade de aprimorar o Pacto Federativo, além de avançar para a diretriz proposta pelo governo Federal “Mais Brasil, menos Brasília”, o que representará condições mais justas e mais recursos disponíveis para os municípios executarem as políticas públicas. Tratar desse tema é uma decisão acertada e urgente.
 
Prefeitas e prefeitos estão atentos à qualidade do gasto e à urgência de buscar o aprimoramento dos serviços públicos, utilizando de forma cada vez mais eficaz os recursos. No entanto, faz-se necessário destacar a posição dos governantes locais diante das notícias, veiculadas na imprensa, de que o governo federal propõe a desobrigação dos patamares mínimos para aplicação em Saúde e em Educação.
 
Sendo assim, a FNP destaca que:
 
1) É fundamental que prefeitas e prefeitos tenham acesso ao texto da Proposta Emenda Constitucional - PEC disponibilizado para a imprensa.
 
2) A preocupação dos governantes locais se dá pelo cenário atual. Os dados oficiais mais recentes (2018), publicados no anuário Multi Cidades, apontam que os municípios investem em média 25,2% de sua despesa total em Saúde, muito acima do piso constitucional (15%). Além disso, 54,4% de todos os recursos destinados ao setor são próprios e não oriundos das transferências. Paralelamente, os estados e a União têm disponibilizado cada vez menos dinheiro para essa área. Somente em 2018 foram destinados valores semelhantes aos de 2008, pela União, e aos de 2003, pelos estados.
 
3) Na educação, as informações não são diferentes. Em 93% dos municípios (dados de 2018) o investimento é superior ao mínimo constitucional (25%)
 
4) Sobre a unificação dos recursos de Saúde e Educação, pelo menos duas questões precisam ser aprofundadas: a aplicação horizontal e vertical dos recursos. Por um lado, a medida proposta pode parecer adequada para flexibilizar as decisões de acordo com os cenários locais, principalmente com o evidente envelhecimento da população. Por outro, é fundamental olhar com atenção para estudos e análises sobre a distribuição e a aplicação dos recursos entre os Entes. Já que, eventuais discricionariedades, dos governos estaduais e/ou da União, por privilegiar uma área poderão acarretar em ainda mais responsabilidades sobres os cofres municipais na outra, direcionando para um problema social nada desprezível.
 
Por isso, torna-se inafastável que os governantes locais participem dessa negociação de mudanças que afetam diretamente as políticas públicas, com irrestrito acesso aos documentos que estão sendo elaborados pelo governo Federal. Nesse mesmo sentido, prefeitas e prefeitos não admitem participar de um Conselho Fiscal da República apenas como convidados, já que o Brasil é uma república federativa e não há subordinação entre os entes.
 
Cabe destacar, que os governantes locais demandam há 18 anos instituição do Conselho de Gestão Fiscal, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Sendo assim, a FNP reforça a importância de aprimoramento do Pacto Federativo e reafirma que prefeitas e prefeitos devem participar de forma efetiva desse debate. Só quem tem legitimidade para promover uma nova pactuação federativa são os governantes eleitos em entendimento com parlamento.

Fonte: Congresso Em Foco

sábado, 26 de outubro de 2019

CEFET há de sobreviver ao governo Bolsonaro

Foto: Divulgação

Elika Takimoto: “Está evidente que o CEFET foi aparelhado. Há muita gente que não sabe perder e muito menos respeita a democracia”
Em agosto deste ano, fomos surpreendidos com a nomeação do diretor pró-tempore para o CEFET/RJ. Havíamos acabado de finalizar nossa eleição para Diretor Geral na qual, por decisão acirrada, elegemos Maurício Motta. Houve uma denúncia de irregularidade, que foi devidamente apurada pelo Conselho Diretor que votou pela homologação da nomeação de Motta.
Ainda assim, o ministro da Educação nomeou um professor externo para a nossa Direção Geral. Maurício Aires, o interventor, chegou tentando amenizar os ânimos, dizendo que estava ali de forma temporária, até que todos nossos problemas em Brasília fossem resolvidos – o que levaria 60 dias dada a sindicância aberta. Isso foi registrado por ele mesmo na nossa página oficial do CEFET. Palavras do interventor nas quais tivemos que acreditar.
Para quem não sabe, foi aberta uma sindicância investigativa instalada pelo MEC que iria completar nesta sexta-feira, dia 25 de outubro, o prazo de 60 dias para se encerrar e ser emitido um relatório. Estávamos todos atentos, já que não temos ideia do que se trata essa sindicância. Toda a justificativa da intervenção federal estava vinculada diretamente à tramitação desse processo que falarei mais adiante.
Ou seja, estávamos sob uma intervenção sem saber exatamente o real motivo. Hoje, ao menos, teríamos alguma pista.
Nesse período, muita coisa aconteceu. Nos movimentamos muito politicamente. Fizemos passeatas, colocamos cartazes pelo CEFET, fizemos assembleias e muitas reuniões com o intuito de proteger o que é nosso: uma instituição com quase 20 mil alunos, que coloca na sociedade técnicos, engenheiros, mestres e até doutores de qualidade. No entanto, tivemos que aguentar essa gestão, já que se não deixássemos o interventor trabalhar, ficaríamos sem salário e sem bolsas, por exemplo.
Aguentamos as inúmeras postagens do interventor em nossa página oficial feitas com o intuito claro de mostrar para a comunidade que ele estava trabalhando e se preocupando com nosso CEFET.
Um detalhe importante: Mauricio Aires não fazia parte do nosso quadro de servidores, que está em torno de 1.500 pessoas. A escolha de um nome externo foi justificada pela necessidade de ter uma pessoa isenta das discussões que vivemos ali dentro durante as eleições.
O inferno terminaria hoje com o fim do prazo da sindicância.
Qual o quê…
Foi publicado nesta quinta, 24 de outubro, uma nova portaria do MEC prorrogando por mais 60 dias a sindicância investigativa. E, pasmem: o interventor não cumpriu sua palavra e partiu da mesma forma que chegou. Sem aviso algum!
Por que diabos ele não ficou até o fim desse processo sigiloso, conforme combinado?
A nossa comunidade que sempre trabalhou de forma séria foi desrespeitada desde o início desse pesadelo.
E piora:
Antes de sair, Maurício Aires, o interventor, nomeou outros nomes para o cargo:
de Chefe do Departamento de Administração, da Diretoria de Administração e Planejamento,
de Chefe do Departamento de Gestão Orçamentária, da Diretoria de Administração e Planejamento,
de Diretor da Diretoria de Gestão Estratégica e de assessor da Direção-Geral.
A (essa sim!) balbúrdia por eles feita é tão grande que, observem o nível, no mesmo dia que foi publicada a portaria que nomeia o novo diretor pró tempore, Marcelo Nogueira, todas as nomeações para os cargos acima citados também foram realizadas. O curioso é que todos esses nomes estão alinhados com a  chapa perdedora da nossa eleição. E se não escolhemos Sérgio Araujo como Diretor Geral, tínhamos nossos motivos, que têm a ver com tudo isso que está acontecendo.
Em junho deste ano, foi entregue em mãos no protocolo do gabinete da SETEC, em Brasília, um documento proveniente da liderança no Senado Federal do PROS, partido político da base aliada do governo Bolsonaro. Consta desse processo que um dos interessados é quem? Ele mesmo: Sérgio Araújo.
Tem mais: o senador Telmário Mota assumiu ter indicado Sérgio Araújo como Diretor Geral do CEFET/RJ, mesmo sem conhecê-lo, atendendo a um pedido do diretório do seu partido no Rio de Janeiro. Não está tudo muito estranho? Piora: o senador assinou uma carta logo depois pedindo para desconsiderar o pedido do Sérgio Araújo e, ao que parece, o que foi desconsiderado foi sua carta. Os motivos? Desconfiamos de muitos.
Por que trocaram toda a administração? Por que demitir uma diretora de planejamento faltando um mês para o término da execução orçamentária? A instituição corre o risco de ter que devolver milhões do nosso orçamento recebido. A antiga direção de gestão estratégica tinha uma responsabilidade com a finalização do PDI, um documento norteador para o CEFET. O novo diretor não tem experiência alguma com esse documento e pode alterar as diretrizes do CEFET, abrindo as nossas portas para o Future-se, um projeto do MEC que tira por completo a nossa autonomia!
Está evidente que o CEFET foi aparelhado para isso. Há muita gente que não sabe perder e muito menos respeita a democracia.
A sindicância termina daqui a dois meses, quando estaremos de férias e todos os parlamentares em recesso. Isso não é coincidência.
Precisamos lutar pelo o que é nosso.
CEFET, assim como as Universidades e Institutos Federais, merece toda nossa disposição.
Semana que vem, quarta-feira, dia 30 de outubro, às 16h, teremos uma assembleia extraordinária no CEFET, campus Maracanã.
Vamos sobreviver a esse governo.
A democracia há de vencer!
Número do processo sigiloso: 23123.006032/2019-46
Número do processo movido pelo senado federal: 23000.018375/2019-40
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.

Após discurso histórico de Cristina Kirchner, Argentina vai às urnas: “Nunca mais a pátria deve cair nas mãos do neoliberalismo”

Cristina Kirchner e Alberto Fernandez em discurso histórico em Mar del Plata (Reprodução)
Com a Argentina levada à bancarrota pelas políticas pró Fundo Monetário Internacional (FMI) implantadas pelo governo Maurício Macri, Cristina Kirchner, candidata a vice na chapa de Alberto Fernandez, fechou a campanha com um discurso histórico em Mar del Plata nesta sexta-feira (24), antes de enfrentar as urnas neste domingo (27).
“Hoje em Mar del Plata não estamos encerrando uma campanha eleitoral. Estamos encerrando um ciclo histórico: nunca mais a pátria deve voltar a cair nas mãos do neoliberalismo. Nunca mais estas políticas”, disse Cristina, que foi presidenta da Argentina por dois mandatos.
Macri chega na disputa deste domingo (27) acuado com as medidas que levaram mais de 35% das famílias para a situação de pobreza. A porcentagem da indigência (extrema pobreza) também subiu: foi de 4,9% no primeiro semestre de 2018 para 7,7% no primeiro semestre de 2019.
Especialistas entrevistados pelo jornal argentino Página 12 apontam que as principais causas são o aumento do desemprego, que passou dos dois dígitos, e a queda no salário real dos trabalhadores, de cerca de 17% desde 2015. A inflação chegou a 55%, o peso sofreu forte desvalorização e o endividamento externo cresceu.
Combate à fome
Admirador de Lula, Alberto Fernández, que encabeça a chapa kirchnerista, lançou durante a campanha o plano “Argentina Sem Fome”, inspirado no “Fome Zero”, idealizado pelo ex-presidente brasileiro.

“Vivemos num país que diz ter potencial para alimentar 400 milhões de pessoas, mas que não pode resolver a fome de 15 milhões de pessoas pobres”, declarou, na cerimônia de lançamento do plano, na Faculdade de Agronomia e Veterinária da Universidade de Buenos Aires.
Além disso, a dupla Alberto e Cristina pretendem reverter boa parte das medidas neoliberais impostas por Macri, com uma forte política de geração de emprego no país.
Eleições
Os argentinos vão às urnas neste domingo (27) para escolher além do novo presidente, 130 dos 257 deputados, 24 dos 72 senadores e a maior parte dos governos regionais.

A legislação eleitoral prevê que se no primeiro turno nenhum candidato obtiver 40% dos votos válidos, além de 10% de vantagem sobre o segundo colocado, ou ainda 45% dos votos válidos, um segundo turno, denominado balotaje, ocorrerá em 24 de novembro. Os eleitos serão empossados para mandatos de quatro anos.
Fonte: Revista Fórum

Foto épica de protesto no Chile com bandeira Mapuche viraliza nas redes

Foto: Susana Hidalgo
Registro da atriz Susana Hidalgo foi feito durante a manifestação histórica desta sexta-feira (25), que juntou mais de 1,2 milhão de pessoas na capital do país.
A maior manifestação do Chile desde o retorno da democracia, em 1990, ganhou um registro igualmente histórico. A foto da atriz Susana Hidalgo da grande marcha desta sexta-feira (25) viralizou nas redes sociais.
Internautas têm chamado atenção para a presença da bandeira do povo indígena Mapuche no topo da imagem, símbolo que fortalece ainda mais o registro dessa convulsão social que tomou o país há mais de uma semana.
As mobilizações contra o presidente do Chile, Sebastián Piñera, levaram cerca de um milhão de pessoas às ruas da capital Santiago nesta sexta. Os manifestantes lotaram as ruas da cidade pleiteando contra Piñera, a desigualdade social e o sistema neoliberal que vigora no país.
Confira outros registros da atriz:
 Fonte: Revista Fórum