quinta-feira, 30 de março de 2023

Paz nas Escolas!

 

No mundo todo presenciamos a ascensão do discurso de ódio, do racismo, da lgbtfobia, misoginia, xenofobia e intolerância.

Esse pensamento tem sido ampliado em fóruns supremacistas na internet e alcançado crianças e adolescentes. Infelizmente, estamos vendo o reflexo dessas redes criminosas do mundo virtual chegarem aos corredores e salas das nossas instituições de ensino em todo o Brasil.

Acreditamos na Escola que tenha paz, que seja um espaço de prática do verbo “esperançar”, propagado por Paulo Freire: um espaço de amplificação do respeito, da segurança e um abrigo para nossa pluralidade e construção de sonhos.

Queremos Paz nas Escolas, em memória das vítimas: para que nunca esqueça e nunca mais aconteça!

O direito à educação não pode limitar-se à visão positivista da aplicação de conteúdos e nem a escola apenas a um local de encontro.

Acreditamos e lutamos por uma Escola que esteja a serviço do povo e do nosso país, sendo um espaço de valorização das nossas potências e de segurança, que permita a identificação da violação dos nossos direitos. Queremos uma Educação emancipadora e antifascista para emancipar nossa juventude.

É urgente a necessidade de acompanhar o crescente adoecimento mental dos estudantes, assim como todos os fatores que implicam em condutas prejudiciais à comunidade escolar. É preciso vencer as armadilhas projetadas.

A escola deve ser um espaço de acolhimento e de entendimento das diferenças, e por meio de um acompanhamento poderá livrar-se da crescente violência e dos discursos de ódios.

A falta de uma rede de apoio psicológico e social nas escolas, junto a ausência e responsabilidade do Estado em ouvir denúncias e demandas urgentes que ocorrem dentro dos muros de instituições por todo Brasil, desencadeou uma desenfreada onda de perpetuação e reprodução de violência por estudantes que já haviam sido expostos à ela.

Vimos isso com o recente atentado na E.E Thomazia Montoro, em São Paulo, onde a equipe pedagógica já havia denunciado o comportamento do estudante e infelizmente só houve uma resposta quando a tragédia que todos vimos, aconteceu.

Essa não é a Escola que queremos e sonhamos! O futuro dos nossos jovens não pode ser roubado pela constante e frustrada busca por respostas, “Quem sou? O que quero? Como vou fazer?”.

O espaço escolar precisa fomentar o desejo do esporte, da arte e cultura, fatores fundamentais para o desenvolvimento integral e bem-estar dos estudantes, além de ajudar a combater as chamadas “doenças do século”, como ansiedade e depressão.

Deve ser um ambiente de inspiração, criatividade e de identificação. É possível se sentir pertencente e acolhido dentro dos muros que serão a base inicial para nos encorajar a alavancar voos maiores. Sendo assim, defendemos urgentemente a criação de circuitos de arte, cultura e esporte.

Queremos o cumprimento da Lei 13.935/19 que garante o acompanhamento do serviço social e psicológico nas escolas. Defendemos também a revogação do Novo Ensino Médio e do esfacelado itinerário do Projeto de Vida, é fundamental que esse seja (re) construído a partir da nossa realidade enquanto estudantes, filhos e filhas da classe trabalhadora. Não nos cabe uma escola que não nos permite ser quem somos.

A rede de ódio e fake news propagada na internet não pode ser o fator mobilizador dos jovens que estão em vulnerabilidade sócio-emocional, queremos a consolidação da Coordenadoria de Direitos Digitais e da Diretoria de Crimes Cibernéticos da Polícia Federal. Não nos contentamos com o mínimo, queremos o máximo de atenção, investigação e combate aos “chans” e grupos supremacistas que se organizam na internet. E assim, que os problemas digitais não respinguem nas nossas escolas e no nosso futuro.

Não podemos cair na armadilha do discurso que a regulamentação do ensino domiciliar, o “homeschooling”, a expansão das Escolas Cívico-Militares, o aumento da presença da polícia militar ou a redução da maioridade penal seja a solução para os problemas sensíveis dos estudantes e das nossas escolas.

É papel do Estado dar suporte, acompanhamento e respostas às inúmeras demandas que encontramos em nossas escolas e isso só acontecerá com a liberdade e a execução de uma escola pública, gratuita e com qualidade.

A Escola não há de ser um espaço de controle e opressão sobre nossos corpos e nossas ideias, mas sim de emancipação da nossa individualidade e do nosso povo, plural e diverso.

É inquestionável que o racismo e a discriminação estrutural existente em nossa sociedade se reflete nas escolas. A presença da população negra e indígena, assim como da população LGBTQIA+, tanto não é estimada, quanto é alvo de injúrias e preconceito.

O nosso gênero, a nossa cor e a nossa classe social não pode mais influenciar a nossa história acadêmica e assim entrar em um efeito dominó na nossa vida. A escola deve servir para fortalecer os valores da tolerância, do respeito e da justiça social. Esse trabalho deve ser feito justamente na formação de pessoas que respeitem as diversidades.

Mais uma vez, nós, estudantes brasileiros, nos solidarizamos com os amigos e familiares das vítimas dos ataques às escolas brasileiras e reafirmamos o nosso repúdio aos atos de ódio e violência.

Queremos uma educação antifascista, em que caiba todos os sonhos, que seja de qualidade e que tenha uma rede de profissionais qualificados para acompanhar a saúde mental dos estudantes.

Os ataques precisam cessar: QUEREMOS SEGURANÇA E PAZ NAS ESCOLAS!

Fonte: UBES

Justiça Eleitoral retoma coleta de dados biométricos a partir desta quinta (30), em Natal


 Foto: Divulgação

Os Cartórios das 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 69ª Zonas Eleitorais (ZEs), que se situam no Fórum Eleitoral J. M. de Carvalho Santos, retomarão a coleta biométrica a partir do próximo dia 30, quinta-feira. A retomada gradual do cadastramento de dados biométricos no atendimento das eleitoras e dos eleitores do Rio Grande do Norte, está prevista no Provimento nº 1/2023 da Corregedoria Regional Eleitoral (CRE).

Por enquanto, a coleta ocorrerá somente no Fórum Eleitoral da capital e não contemplará pontos de atendimento da Justiça Eleitoral em outras áreas da cidade, como Central Zona Sul, Central Zona Norte, Central Alecrim e sede antiga do TRE.

As zonas da capital trabalharão com o limite de 200 atendimentos diários, com base na quantidade de kits e operadores. Os eleitores que efetuarem Requerimento de Alistamento Eleitoral (alistamento, transferência ou revisão) através do Título Net, terão o prazo de 30 dias para realizarem a coleta biométrica. O cadastramento é destinado também aos eleitores que fizeram alistamento, transferência ou revisão durante o período da pandemia e não coletaram os seus dados biométricos.

A partir do dia 27 de abril, seguindo o cronograma de retorno da coleta biométrica, deverão ser contemplados os eleitores das zonas eleitorais localizadas nos municípios de Macaíba (5ª ZE), Ceará-Mirim (6ª e 46ª ZE’s), São Paulo do Potengi (8ª ZE), João Câmara (10ª e 62ª ZE’s), Touros (14ª ZE), São Tomé (19ª ZE), São Gonçalo do Amarante (51ª ZE), São Bento do Norte (52ª ZE) e Extremoz (64ª ZE). As datas de retomada nos demais municípios do Estado serão anunciadas a partir da proximidade da reabertura do cadastramento nesses locais.

Por ora, não será necessário agendamento prévio, bastando a(o) eleitora(o) dirigir-se ao Fórum, localizado na Av. Rui Barbosa, 215 - Tirol, das 8h às 14h, de segunda à sexta-feira, portando o seu documento oficial com foto e comprovante de residência.

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) reforça que o eleitor que ainda não coletou sua biometria, vai ter acesso ao serviço até o fechamento do cadastro, que só deve ocorrer um pouco antes das eleições municipais de 2024.

Fonte: Ascom/TRE-RN

ANDES-SN realizará seminário nacional sobre a História do Movimento Docente - Fonte> ANDES SN

 

Com tema "Ditadura: reparação, memória e justiça", o evento ocorrerá na cidade de Campinas (SP) nos dias 31/03 e 01/04 .

O Grupo de Trabalho de História do Movimento Docente (GTHMD), o Centro de Documentação (Cedoc) e a Comissão da Verdade do ANDES-SN realizam, nos dias 31 de março e 1º de abril, o Seminário Nacional sobre a História do Movimento Docente. Com tema "Ditadura: reparação, memória e justiça", o evento ocorrerá na cidade de Campinas (SP), no auditório da Associação dos Docentes na Universidade Estadual de Campinas (Adunicamp - Seção Sindical do ANDES-SN), localizado no campus da universidade paulista, e cumpre as deliberações do 41º Congresso do Sindicato Nacional, realizado em fevereiro deste ano. A inscrição para participação no seminário deve ser feita até segunda-feira (27), por formulário disponível na internet (clique aqui). 

A data do seminário foi escolhida em consonância com a descomemoração dos 59 anos do golpe empresarial-militar no país. Militares e civis, articulados com o poder econômico internacional, organizaram um golpe, que tirou o presidente eleito João Goulart do poder e iniciou uma ditadura que durou 25 anos. Durante a ditadura empresarial-militar, milhares de pessoas foram privadas de direitos, perseguidas, presas, torturadas e assassinadas. Muitas ainda seguem desaparecidas.

Na sexta-feira (31), será realizada a mesa de abertura com representantes do ANDES-SN, da Adunicamp SSind., da Secretaria Regional de São Paulo e de entidades convidadas. Em seguida, começará a mesa com o tema "Ditadura: reparação, memória e justiça", que contará com a participação de Milton Pinheiro, 1º vice-presidente do ANDES-SN e integrante da Comissão da Verdade do sindicato; Sebastião Neto, integrante do Grupo de Trabalho "Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical" da Comissão Nacional da Verdade e militante da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo; e a Ana Maria Estevão, docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e ex-diretora do Sindicato Nacional que, na oportunidade, lançará seu livro de memórias, sobre o período em que esteve presa durante a ditadura empresarial-militar.

No sábado (1º), será apresentado o Programa de História Oral do ANDES-SN, que criará uma metodologia para que as seções sindicais criem seus próprios programas de história oral para a construção das suas memórias. Também será lançada a Cartilha de Boas Práticas Arquivísticas do ANDES-SN, organizada pela Cedoc. A mediação da roda de conversa será feita pelo 3º secretário do Sindicato Nacional, Luiz Henrique Blume, diretor responsável pelo Cedoc.

Mais tarde, ocorrerá a Plenária final, com informes da diretoria nacional e das seções sindicais, e encaminhamentos do GTHMD junto com a Comissão da Verdade do ANDES-SN, em acordo com as seções sindicais.

"O governo Bolsonaro retrocedeu diversos encaminhamentos feitos pela Comissão Nacional da Verdade. Um governo autoritário, que fez elogios à ditadura militar-empresarial e desorganizou a Comissão de Anistia. Então, temos várias questões que precisam ser retomadas, para avançar no que atinge diretamente as universidades, por exemplo, as eleições dos reitores. Nós continuamos a ter uma lista tríplice - que é uma herança da ditadura militar-empresarial”, explicou Blume.

O diretor do Sindicato Nacional destacou também a importância da roda de conversa prevista para o sábado (1), que irá orientar as seções sindicais sobre o registro de suas histórias. “Já temos várias seções sindicais que têm mais de 40 anos e é preciso que elas organizem essa memória, os arquivos das seções, que tragam entrevistas e depoimentos dos que construíram as seções e suas lutas e, portanto, o ANDES-SN. Também é preciso que as seções sindicais enviem representantes para retomarmos as comissões da verdade nas universidades", afirmou.

Golpe 1964


Militares e civis, articulados com o poder econômico internacional, organizaram um golpe empresarial-militar em 1964, tirando o presidente eleito João Goulart do poder. Durante a ditadura empresarial-militar, que durou 25 anos, milhares de pessoas foram privadas de direitos, perseguidas, presas, torturadas e assassinadas. Oficialmente, o regime assassinou 434 não indígenas e 8.350 indígenas, segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade. No entanto, há razões para acreditar que esse número seja bem maior. Dos 434 mortos e desaparecidos, 106 eram estudantes universitários, 12 docentes e 1 técnico-administrativo, conforme o levantamento feito por Milton Pinheiro, e apresentado em 2019.

Durante a ditadura, dentro de universidades, foram instalados sistemas de vigilância e espionagem contra docentes, estudantes e técnico-administrativo. Essa vigilância resultou em prisões, mortes, desaparecimentos, privação de trabalho, proibição de matrículas e interrupção de pesquisas acadêmicas.


Acesse aqui a circular com a programação completa.

quarta-feira, 15 de março de 2023

Autor de 'Torto Arado' sobre racismo: 'Não vem da cor da pele'

 

O escritor Itamar Vieira Junior, autor do premiadíssimo best-seller "Torto Arado", escreve na Folha uma reflexão sobre racismo.

Racismo não vem de cor da pele, mas de projeto de desumanização

Nos últimos dias, o discurso xenófobo e racista proferido pelo vereador de Caxias do Sul (RS) Sandro Fantinel recordou-me os ensaios de dois grandes autores negros do século 20: Toni Morrison e James Baldwin. São reflexões sobre o embrião do racismo, de onde parte e o que há por trás do preconceito baseado na diversidade de origem, cor e fenótipo, mesmo sabendo que a diferença é uma singularidade da espécie humana.

Em "Romantizando a escravidão", Morrison conta que, quando criança, recebeu em casa a visita de sua bisavó, matriarca da família que gozava de prestígio por ser parteira de uma comunidade. Ao olhar para a futura escritora e a irmã que brincavam no chão de casa, Millicent MacTeer apontou a bengala para as duas e disse: "Essas crianças foram adulteradas".

Elas não eram capazes de compreender o significado daquela expressão, mas a mãe de Morrison protestou veementemente, sem que o mal-estar fosse desfeito. Anos mais tarde, Morrison compreenderia o sentido daquelas palavras: a bisavó, uma mulher de pele negra e retinta, afirmava que as netas de pele mais clara não eram "puras".

Foi dessa maneira que Toni Morrison aprendeu ainda muito cedo que as diferenças podem se tornar fontes de uma inferioridade proveniente do fato de ser o outro. Na coletânea "A Origem dos Outros", Morrison se vale da literatura para refletir o que torna a diferença singular de homens e mulheres em muros, que por vezes podem se tornar intransponíveis. No caso do racismo, o muro confina a cor da pele numa categoria que inferioriza e é sinônimo de subalternidade.

Morrison chama esse fenômeno, de fazer da diferença um fator de divisão, de "outremização" (do inglês "otherness"). Se o outro do branco seria o não branco, o outro do humano seria o não humano e, portanto, um ser inferior.

Humanos foram racializados não por serem compreendidos como diversos, mas para atender a projetos de poder que dependiam da "outremização", ou seja, do subjugo, da exploração do trabalho, da violência que nos desumaniza. Morrison escreve que "a tendência de os humanos separar aqueles que não pertencem ao nosso clã e julgá-los como inimigos a serem controlados é longa e ocorre desde os primórdios da humanidade".

Nesse sentido, raça nada mais é que uma convenção social, já que não há justificativa científica para revelar uma subcategoria de nossa espécie. Morrison avança escrevendo que o conceito de raça, criado pelos opressores, "tem sido um parâmetro de diferenciação constante, assim como a riqueza, a classe e o gênero, todos relacionados ao poder e à necessidade de controle".

Um ensaio de James Baldwin que reflete sobre a origem do racismo é "Um estranho na aldeia", disponível no livro "Notas de um Filho Nativo".

Ali, Baldwin relata uma temporada num vilarejo da Suíça. Num lugar onde só havia pessoas brancas, nos idos dos anos 1960, ele contempla a surpresa dos habitantes ao conhecerem-no. A observação afiada de Baldwin revela um misto de ingenuidade dos locais —que lhe tocavam o cabelo e a pele, "espantando-se ao ver que a cor dela não saía"— e de racismo igualmente doloroso, ainda que fomentado por um contato de estranhamento prévio, não como a consciência racial dos Estados Unidos segregado, onde ele nasceu.

Se, neste local, Baldwin viveu a experiência primeva da "outremização", o estranhamento, ele também destacou que ser reconhecido como estranho pode revelar um projeto de poder, em que o diferente nunca será familiar, ou seja, jamais será reconhecido pelo que se compartilha mutuamente. Ou ainda, perversamente, o familiar pode servir para legitimar a subalternidade do diferente.

Desconstruir a ideia do outro é impossível, mas podemos subverter o senso que impera e serve apenas à lógica da subalternização e da perpetuação do poder.

Para tanto, Morrison faz uma defesa enfática da arte, em especial da literatura, que é capaz de nos possibilitar uma subversão de valores onde a experiência humana pode transpor os muros das diferenças. Ela escreve: "A ficção narrativa proporciona uma selva controlada, uma oportunidade de ser e se tornar o Outro. O estrangeiro". A literatura pode ser um poderoso instrumento que nos permite reconhecer o que há de humano em todos nós, independentemente de nossas origens e diversidade.

Sobre as relações raciais de uma sociedade diversa, Baldwin conclui que só é possível superar o racismo compreendendo a teia de ambiguidades e paradoxos que existe não somente nas relações entre brancos e negros, mas em todos nós. Reconhece que a pacificação não será fácil, porque o mundo racializado estabelecido é "poderoso demais, autocomplacente demais, excessivamente dado a perpetrar humilhações e, acima de tudo, ignorante e inocente demais para que isso seja possível".

Consciente de que o ódio só consegue destruir a quem odeia, Baldwin recusava a aceitação de qualquer injustiça indicando o caminho do combate: "Essa luta começa, porém, no coração, e agora era responsabilidade minha manter meu coração livre do ódio e do desespero".

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CTB reforça tese de Augusto Vasconcelos em defesa da dignidade para cordeiros e ambulantes

 

A Ouvidoria da Câmara Municipal de Salvador realizou, nesta quarta (15), uma importante audiência pública para tratar das condições de trabalho dos cordeiros de blocos e ambulantes no Carnaval. O ato, no Centro Cultural da Casa, contou com a participação das duas categorias e diversas autoridades.

O ouvidor-geral da Câmara, vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB), destacou o papel do poder público. “O nosso objetivo, além de ouvir os diversos segmentos que atuam no Carnaval, é produzir um relatório com propostas para aperfeiçoar o evento em 2024, garantindo dignidade para essas famílias”, afirmou.

A CTB Bahia marcou presença com os dirigentes Jerônimo Júnior, o vice-presidente Reginaldo Alves e Jailton Andrade, que criticou a ganância empresarial. “É inadmissível que grandes blocos ainda coloquem condições para pagar uma diária irrisória. Nossa Central está firme com cordeiros e ambulantes para serem respeitados em sua dignidade”, enfatizou.

Para Mateus Silva, presidente do Sindicorda, o sindicato precisa participar do processo. “Podemos ajudar na qualificação e formação das pessoas. Mas queremos melhorar o valor da diária e as condições de trabalho e que os blocos cumpram o TAC (Termo de Ajuste de Conduta) do Ministério Público do Trabalho, que define várias regras para o nosso trabalho”, disse.

Rosimário Lopes, presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes e Feirantes, reforçou as condições precárias a que as duas categorias são submetidas. “Todos ganham muito com verbas públicas e patrocínios, mas investem pouco em quem trabalha para garantir a festa”, criticou.

Compromissos

Na audiência, o subchefe da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Paulo Alves, disse que está atento às reivindicações. “Não estamos aqui para passar pano ou fingir que não sabemos das dificuldades. Já estamos discutindo o Carnaval de 2024 para que nós consigamos que vocês [ambulantes e cordeiros] tenham condições mais dignas de trabalho”, destacou.

A procuradora do Trabalho Andréa Tannus reforçou a crítica feita pelas categorias e disse enxergar um horizonte melhor para o ano que vem, caso haja diálogo. “É preciso ter um carnaval mais organizado e voltado para a situação social dos trabalhadores”, falou.

Melhorar as condições dos trabalhadores do Carnaval também foi compromisso assumido pelo vice-presidente do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), Washington Paganelli. “Vamos todos juntos melhorar as condições dos trabalhadores. Todos são seres humanos e merecem dignidade”, pontuou. Informações da CTB-BA e Tribuna da Bahia.

Fonte: CTB NACIONAL

domingo, 12 de março de 2023

Idema concede licença de instalação a projeto voltado para extração de ouro em Currais Novos


  Foto: Reprodução/internet

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – Idema emitiu nesta quarta-feira (8), a Licença de Instalação para o Projeto Aura Borborema, referente à extração e beneficiamento de ouro, em uma área total de 490 hectares, na Zona Rural de Currais Novos, a cerca de 170 km da capital Natal. O documento tem validade de cinco anos. A mina de ouro do projeto Borborema, localizada no Seridó do Rio Grande do Norte, é uma das maiores de todo o Brasil e é a aposta da empresa canadense Aura Minerals para a expansão na produção do metal.

A oficialização da entrega ocorreu durante uma reunião entre o diretor-geral do Instituto, Leon Aguiar; o diretor técnico, Werner Farkatt; a supervisora do Naem, Ana Valéria; e os representantes da empresa, o diretor de Serviços Técnicos da Aura Minerals Inc., Tiãozito V. Cardoso; e a coordenadora de Geologia e Controle de Áreas, Jucieny Barros.

(Crédito: Divulgação/Idema)

Para o diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, o foco da gestão estadual é atrair, cada vez mais, investimentos para o RN, fortalecendo a economia, o desenvolvimento sustentável e a geração de emprego e renda. “Precisamos retomar todo o potencial de mineração do nosso estado, com a atenção e os investimentos que o setor merece. Agora com o apoio do Governo Federal, sem dúvidas, o RN ganhará ainda mais projetos para desenvolver nossas regiões e fortalecer as atividades. O Estado fica muito orgulhoso de hoje poder entregar a Licença de Instalação à Aura Minerals”, finalizou o diretor Leon.   

Dentre as condicionantes estabelecidas na Licença, está que o empreendedor fica ciente que deve seguir rigorosamente as condicionantes impostas na Autorização de Supressão de Vegetação; que deve preservar e respeitar as margens dos corpos hídricos como forma de conservar as condições naturais do ambiente; e, também, que o responsável deverá executar todos os Programas de Controle Ambiental.

Além disso, outros pontos importantes são que o empreendedor deve apresentar, anualmente, um Relatório de Monitoramento Geoquímico de Solo, com pelo menos uma amostragem por semestre, para criação de um padrão geoquímico da área, conforme Resolução CONAMA 420/2009; e que é necessário um sistema de drenagem de águas pluviais eficiente, para evitar erosão e desmoronamentos nas instalações e acessos do projeto.

“Recebemos os representantes da empresa para oficializar a atualização da Licença de Instalação para esse importante projeto na região Seridó. E na ocasião, discutimos sobre o planejamento da empresa, a qual agradeceu a atenção do órgão ambiental, a celeridade e atenção com as análises do projeto”, disse a supervisora do Núcleo de Atividades de Extrativismo Mineral (Naem), Ana Valéria.

Projeto Borborema

O projeto Aura Borborema entra no portfólio da Aura Minerals como projeto de crescimento e tem como o objetivo a entrada em operação no quarto trimestre de 2024, segundo seus representantes. A empresa estima a criação de 747 empregos diretos durante a construção, e 600 empregos diretos durante a operação. Com a assinatura do Protocolo de Intenções, em janeiro deste ano, se comprometeu com o Estado em priorizar a mão de obra local, em fazer parcerias para capacitação e incentivar a mão de obra feminina para dinamizar a economia da região.

Fonte: Ascom/Idema

Com POTIGUAR NOTÍCIAS


Aguardem!!! As inscrições começam no dia 13/03 e se encerram no dia 13/04. Participe!

 


Governo discute com Unicef ampliação do programa Caminhos da Aprendizagem - "PARABÉNS! ESTE É SIM UM BOM CAMINHO PARA AS NOSSAS CRIANÇAS!!!" - EDUARDO VASCONCELOS - CPC-RN

 

O Governo do RN discutiu com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), nesta quinta-feira (09), a expansão do "Programa Educacional Caminhos de Aprendizagem: Avexadas para Aprender" que adota novas políticas educacionais no enfrentamento à cultura do fracasso escolar.

O programa envolve a escuta de adolescentes, a formação de professores e gestores, e a elaboração de um currículo diferenciado com o objetivo de facilitar o diagnóstico amplo sobre a distorção idade-série oferecendo um conjunto de recomendações para o desenvolvimento de políticas educacionais.

O programa "Avexadas para Aprender" foi desenvolvido em regime de colaboração entre a Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer do Rio Grande do Norte (SEEC/RN), a União dos Dirigentes Municipais de Educação do Rio Grande do Norte (Undime/RN), com apoio estratégico do UNICEF e do Itaú Social.

Nesta parceria, o Unicef, a SEEC/RN e a Undime desenvolveram uma proposta curricular diferenciada para as escolas integrantes do projeto, buscando apoiar a aprendizagem de estudantes em distorção idade-série e a redução das desigualdades.

No primeiro ano, o Avexadas envolveu 31 turmas e 623 estudantes de 22 escolas públicas das redes estadual e municipal em 16 cidades (Afonso Bezerra, Baraúna, Caiçara do Norte, Caicó, Canguaretama, Cerro Corá, Extremoz, Galinhos, Lagoa de Velhos, Macau, Mossoró, Natal, Nova Cruz, Pedro Avelino, Pureza e Touros). Também estão engajados 167 profissionais da educação e 38 coordenadores pedagógicos.

No RN, a parceria permite a identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. A Busca Ativa Escolar reúne representantes de diferentes áreas – Educação, Saúde, Assistência Social, Planejamento, fortalecendo, dessa forma, a rede de proteção.

Cada secretaria e profissional tem um papel específico, que vai desde a identificação de uma criança ou adolescente fora da escola ou em risco de abandono, até a tomada das providências necessárias para seu atendimento nos diversos serviços públicos, sua (re)matrícula e sua permanência na escola.

A governadora Fátima Bezerra ressaltou que a administração atual trabalha para dotar as escolas públicas de estrutura física agradável e infraestrutura tecnológica para garantir o interesse do aluno e o aprendizado. "Cada dia se torna mais importante a infraestrutura tecnológica reforçando as ferramentas do aprendizado", afirmou.

Secretária Estadual de Educação, Socorro Batista destacou os eixos do projeto que contemplam a formação continuada de educadores e o fortalecimento do pacto federativo para promover ações conjuntas com as prefeituras municipais. "Inclusive estamos trabalhando para elaborar a Carta Potiguar da Educação que será um compromisso em prol da educação", registrou.

Mônica Rodrigues, chefe de educação do Unicef Brasil, disse que "pela primeira vez temos um programa estruturado para junto aos alunos desistentes. Queremos ampliar o programa e a formação de professores, a governança tripartite e a adesão das Direcs como importantes para alcançarmos mais alunos. Estamos muito satisfeitos com o trabalho realizado em parceria com o Governo do Estado que pode contar conosco", declarou.

A reunião com o Unicef Brasil contou também com a participação das também representantes do Unicef Verônica Bezerra, coordenadora de Educação no Semiárido e Socorro Araújo, consultora sênior; secretária executiva da Undimes, Euba Reis e Joária Vieira, presidente da Undime-RN. Por parte da SEEC-RN, Cleonice Koreski, secretária adjunta de Educação; Álvaro Bezerra, subsecretário estadual de Educação; Nazineide Brito, subcoordenadora do Ensino Fundamental; Andreia Varela, pedagoga da Cosede; Magnólia Margarida, coordenadora de órgãos regionais de educação e Glauciane Pi.

Fonte: SEEC-RN

sábado, 11 de março de 2023

VEM AI A NOITE DAS HOMENAGENS DO CENTRO POTIGUAR DE CULTURA - CPC-RN

 

Imagem de Dandara (Esposa de Zumbi dos Palmares

A direção do Centro Potiguar de Cultura - CPC-RN vai se reunir no final de abril de 2023, cuja pauta vai ser a NOITE DAS HOMENAGENS! Onde ARTISTAS (grupos de danças, poetas/poetizas, músicos, entre outros) irão ser HOMENAGEADOS.

O objetivo é valorizar cada vez mais os artistas potiguares. Este ano será realizados eventos em cinco (5) regiões do Estado do Rio Grande do Norte, facilitando assim a locomoção dos artistas e grupos culturais.

CPC-RN tenta a cada dia identificar novos talentos para fortalecer a cadeia cultural, que tanto precisa de incentivos. Iremos em a favor dos artistas bater as portas das instituições, como a SEEC-RN, FJA (Fundação José Augusto), Fundações do BB, BRADESCO, CEF, GOVERNO BRASILEIRO , RN, PREFEITURAS. Empresas, entre outros/as. Finalizou, Eduardo Vasconcelos, atual presidente do Centro Potiguar de Cultura.

Obs. Brevemente manteremos contatos com resultados positivos.

Saudações Culturais.


EDUARDO VASCONCELOS

Presidente

Acessem: centropotiguardecultura.blogspot.com

quarta-feira, 8 de março de 2023

Enquanto milhares morriam de COVID, governo do criminoso deixou 1,9 milhão de vacinas perderem validade

 

Como mostra o tweet a seguir, de Marcelo Queiroga, à época ministro da Saúde, o governo dos EUA enviou ao Brasil mais de dois milhões de doses de vacina.

Só que o prazo de validade delas expirava no final de dezembro. E o governo do criminoso deixou o tempo correr e só conseguiu utilizar pouco mais de 280 mil vacinas. O resto "foi pro lixo". 

Um lixo que custou caro, não apenas nas 1,9 milhão de pessoas que deixaram de receber as vacinas, mas nos custos para se livrar das vacinas vencidas.

Além dos efeitos práticos das sequelas de contagiados, colapso do sistema de saúde e mortos por Covid-19, a falta de distribuição das doses gerou “despesas de quase R$ 1 milhão, com transporte, desembaraço aduaneiro, armazenagem e incineração, sem trazer benefícios à população” concluindo com “o descarte da quase totalidade dos imunizantes”, apontou o TCU (Tribunal de Contas da União). [GGN]

Fonte: Blog do MELLO 

Corrupção e lavagem de dinheiro em prefeituras do RN são alvos de operação da Polícia Federal

 Foto: Reprodução/internet

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (7/3), a Operação Coração Rompido, destinada a apurar os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e dispensa indevida de licitação na prefeitura de Canguaretama/RN.

Cerca de 40 policiais federais estão cumprindo 10 mandados judiciais de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal/RN, nas cidades de Natal, Parnamirim, São Gonçalo e Jucurutu/RN.

A ação de hoje é realizada no interesse de inquérito policial instaurado no ano de 2022, por meio do qual se detectou montagem do processo de contratação de empresa para prestação de serviços de plantonistas no combate a COVID-19, pela prefeitura de Canguaretama, no montante de R$ 640 mil, com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

A investigação comprovou, além da irregularidade na contratação, o pagamento de vantagem indevida ao então prefeito de Canguaretama, o que se deu por intermédio de terceiros.

Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, por corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, dispensa indevida de licitação e lavagem de dinheiro e, se condenados, poderão cumprir penas superiores a 9 anos de reclusão.

Sobre o nome da operação, trata-se de referência à versão (não comprovada) de Santo Agostinho acerca da origem do termo corrupção, que seria a junção de cor (coração) a ruptus (rompido).

Fonte: Ascom/PF-RN

Com Potiguar Notícias

Greve na educação: professores da rede estadual do RN paralisam atividades

Foto: Reprodução/internet

Categoria cobra ao governo do Estado aplicação do reajuste do piso salarial para 2023 de quase 15% anunciado pelo Ministério da Educação no início do ano.

Os professores da rede estadual de ensino entraram em greve nesta terça-feira (7). A principal reivindicação da categoria é o reajuste de 14,9% referente ao novo piso salarial anunciado pelo Ministério da Educação no início deste ano.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte), as propostas feitas pelo governo do RN até o momento foram consideradas insuficientes.

O indicativo de greve foi aprovado na sexta-feira (3) e os profissionais retornaram às salas de aula nesta segunda (6) para comunicar à comunidade escolar sobre a paralisação e os motivos dela.

Em nota nesta segunda, o Sinte disse que aceitou, em 2022, "uma proposta parcelada, que trouxe perdas à categoria, com a implantação em 2 vezes do retroativo programado para iniciar janeiro deste ano" e que "o governo não cumpriu com o pagamento em janeiro, conforme prometeu, adiando para março"

Segundo o sindicato, "a nova proposta do governo, mais uma vez, aponta para a implantação de retroativo no ano seguinte, em pelo menos 8 parcelas a partir de maio de 2024". O Sinte alega que "o reajuste do ano anterior já está sendo utilizado para justificar a inviabilidade do pagamento" de 2023 e que não pode "aceitar que esse seja o argumento do governo no ano de 2024".

"É necessário que o governo aponte para uma proposta que contemple a categoria, resgatando o pagamento do piso para o ano de sua aplicação", cita a nota.

A categoria diz que também cobra o envio à Assembleia Legislativa dos projetos que visam instituir um Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração para trabalhadores da educação, além de melhorar as escolas de tempo integral e garantir as gratificações de diretores e vices a partir do porte das escolas.

Em nota, o Governo do RN lamentou a decisão da categoria pela deflagração da greve e afirmou que continua aberto a negociação. "Destaca-se que o RN é um dos poucos estados brasileiros que consegue apresentar uma proposta executável levando em consideração toda a tabela salarial e a paridade entre ativos e aposentados", diz a nota.

Fonte: g1 rn

Com Potiguar Notícias

sábado, 4 de março de 2023

Semana do Oscar: Cinépolis do Natal Shopping adere à com descontos nos ingressos para filmes indicados

 Foto: Divulgação

A poucos dias da principal premiação do cinema mundial, o Cinépolis, maior operadora de cinemas da América Latina, prepara a “Semana do Oscar” com a exibição de 12 indicados ao Oscar 2023 para maratonar antes da cerimônia de premiação. E o complexo de salas do Natal Shopping não poderia ficar de fora dessa.

A ação acontece entre os dias 02 e 08 de março, com a exibição de Avatar: O Caminho da Água (4 indicações), Os Banshees de Inisherin (9 indicações), Elvis (8 indicações), Tár (6 indicações), Top Gun: Maverick (6 indicações), Entre Mulheres (2 indicações), Babilônia (3 indicações), Aftersun (1 indicação) e os queridinhos da crítica, A Baleia (3 indicações) e Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, que lidera o favoritismo desta edição com 11 indicações.

Durante o período, haverá desconto progressivo para a compra de pacotes de ingressos nas bilheterias: cinco ingressos têm 30% de desconto, oito ingressos têm 45% de desconto e 11 ingressos têm 60% de desconto.

Outra novidade, é a promoção de bombonière em que 1 porção de boneless chicken ou crispy gouda e 2 Heinekens ou 2 refrigerantes terá o custo de R$ 25,00 e também foi preparado o combo “Semana do Oscar”, que é composto por um balde temático com pipoca dentro e 2 bebidas de 1000ml cada.

A premiação do Oscar 2023 acontece no dia 12 de março e será realizada em Los Angeles, no Dolby Theatre, agora renomeado como Ovation Hollywood, com a apresentação do comediante Jimmy Kimmel.

Serviço “Semana do Oscar na Cinépolis”

O que: Exibição dos 12 indicados ao Oscar

Quando: De 02 a 08 de março

Onde: Cinépolis Natal Shopping

Confira a programação: https://www.cinepolis.com.br/programacao/natal/31.html

 

Fonte: Assessoria de imprensa

COM POTIGUAR NOTÍCIAS

#8M: No dia internacional da mulher, luta contra a violência é pauta prioritária - Escrito por: Andre Accarini | Editado por: Rosely Rocha

Aumento de casos de violência contra a mulher reforça a urgência na retomada de investimentos em políticas públicas de proteção à mulher, que foram destruídas no governo passado.

A luta contra as diversas formas de violência é pauta prioritária no mês de março, mês de visibilidade das lutas das mulheres. Elas são as maiores vítimas das diversas faces da violência que incluem além das agressões físicas praticadas, em especial, por seus parceiros, a violência psicológica como o assédio moral, a violência dada pela discriminação e pela desigualdade nos mais diversos espaços, inclusive o mercado de trabalho e pela violência patrimonial, quando o agressor age para violar a independência da mulher.


Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a CUT, centrais e movimentos de mulheres levarão essa e outras pautas às ruas em diversas cidades do país. Há ainda a previsão do lançamento de um conjunto de medidas voltadas às mulheres pelo governo federal neste dia. (Veja ao final da matéria onde serão realizados atos no dia 8 de março).


A expectativa segundo a secretária da Mulher da CUT, Junéia Batista é de que nesta data, o governo Lula lance um conjunto de políticas públicas voltado para as mulheres, em todas as áreas, envolvendo várias iniciativas que vêm sendo elaboradas pelo Ministério da Mulher, em conjunto com os movimentos feministas. "Esperamos que Lula informe ao Brasil e a ao mundo que também ratificará e adotará a Convenção 190”, completa a dirigente.


A Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabelece normas para acabar com a violência e o assédio (moral e sexual) no mundo do trabalho e as maiores vítimas são as mulheres. A convenção é o primeiro tratado internacional a reconhecer o direito de todas as pessoas a um mundo do trabalho livre de violência e assédio, incluindo violência de gênero.


Recursos


Neste ano, em que o Brasil tem um novo governo, voltado às questões sociais, portanto, sintonizado com a luta das mulheres, as mulheres da CUT e de movimentos sociais reforçam ainda a necessidade da retomada de investimentos nas políticas públicas destruídas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), que garantam as proteção das mulheres com fortalecimento e reestruturação das delegacias da mulher e criação da Casa da Mulher Brasileira, espaço de acolhimento a vítimas de violência, em todas as capitais do país.


“É a partir de investimentos, de destinar recursos a essas políticas, que podemos fazer com que não haja mais a naturalização da violência, como vinha acontecendo. É preciso ter campanhas de sensibilização da sociedade e estrutura para enfrentar essa violência”, ela diz.


Leia Mais: Reconstrução de políticas para as mulheres é foco de luta no 8 de março.


Pesquisas mostram o aumento da violência de gênero


Dados levantados por uma pesquisa realizada pelo Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontam que houve um aumento nos índices de todas as formas de violência contra as mulheres em 2022.


Os números mostram que 50.692 mulheres sofreram violência todos os dias no ano passado. Houve uma piora em todos os aspectos segundo a pesquisa que menciona violência praticada com armas de fogo, facas, espancamento, tentativas de estrangulamento, humilhação e xingamentos.


Ainda de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, somente no primeiro semestre de 2022, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio, uma média de 4 mulheres por dia. Este número é 3,2% maior do que o primeiro semestre de 2021, quando 677 mulheres foram assassinadas.


Os dados indicam um crescimento contínuo das mortes de mulheres em razão do gênero feminino desde 2019, período que coincide com o início da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em relação ao primeiro semestre de 2019, o crescimento no mesmo período de 2022 foi de 10,8%, o que aponta para a necessidade de priorização de políticas públicas de prevenção e enfrentamento à violência de gênero.


Os motivos para o aumento dos índices, de acordo com a diretora -executiva do Fórum, Samira Bueno, estão ligados aos cortes de recursos em políticas públicas de proteção à mulher, à pandemia, período em que os agressores – os companheiros – passaram a conviver mais com as vítimas e à escalada do conservadorismo na sociedade, ou seja, o fascismo característico e incentivado no governo anterior.


“Quando um homem percebe que a mulher não tem para onde correr, não tem como denunciar e se proteger, ele abusa ainda mais da violência contra ela. A opressão machista se dá dessa forma”, diz Junéia Batista, em referência ao desmonte da estrutura de proteção à mulher nos últimos anos.

Todas as mulheres


Além de a violência contra a mulher não ser apenas a física, ela não é praticada somente contra mulheres cisgênero. A população trans também é vítima das agressões físicas e psicológicas praticadas pelo machismo. A própria discriminação tanto na sociedade quanto no mundo do trabalho são exemplos ‘brandos’ dessa violência.


Somente em 2021, foram registrados 140 casos de assassinatos de pessoas trans no país. Do total, 135 eram travestis e mulheres travestis. Os outros cinco casos envolverem homens trans e pessoas transmasculinas. A defesa da população LGBTQIA+ é pauta da CUT.


Tipos de violência


A violência contra o gênero feminino envolve questões sexuais, psicológicas, patrimoniais e morais. Os casos se referem a todos os tipos de ameaças, chantagens, privação de liberdade, controle da vida financeira, exposição da vida íntima das mulheres, entre várias outras condutas que causam danos graves às vítimas.


Violência contra a mulher negra


A violência contra as mulheres negras vai além do feminicídio e do homicídio doloso (com intenção). Os números são assustadores e as variadas formas de agressões são banalizadas e, muitas vezes, ignoradas por parte considerável da sociedade.


Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado no ano passado, mostram que em 2021 62% das vítimas de feminicídio eram negras. Em relação ao ano anterior, 2020, o aumento foi de 20%.

Além disso, pode-se considerar também como violência social a falta de acesso a serviços públicos de saúde, educação, entre outros, condições sanitárias adequadas e a própria fome.


Casos reforçam a vulnerabilidade da vítima


Exemplos de culpabilizar a vítima e deixá-la mais vulnerável é uma estratégia tanto dos autores dos crimes como de seus apoiadores, como se a mulher fosse a responsável pelo ataque sofrido. Dois casos são emblemáticos neste sentido, os dos ex-jogadores de futebol Daniel Alves e Robinho.


Jogador famoso da seleção brasileira, Daniel Alves, um claro apoiador de Bolsonaro, é acusado de ter estuprado uma mulher de 23 anos em um banheiro de uma casa noturna em Barcelona, na Espanha. A última das várias mudanças de versão, apresentada pela defesa à Justiça, para tentar livrar o jogador da acusação. Uma delas foi pedir um laudo psiquiátrico para comprovar a saúde mental da vítima. Ou seja, tentando perpetuar o conceito machista que de que a mulher é sempre “a louca”.


A mais recente “estratégia”, foi dizer que  durante o ato, a mulher teria tido lubrificação vaginal.  O argumento foi usado pelo advogado criminalista Cristóbal Martella, que afirma que a relação entre o jogador e a jovem teria sido consensual, “uma vez que a vítima estaria ‘lubrificada’ durante o ato”.


Em entrevista ao jornal O Globo, a ginecologista Marianne Pinotti, rebateu a tese afirmando que a presença de lubrificação vaginal, mesmo durante uma relação sexual, não é sinônimo de excitação. Ela explicou que existem situações que geram uma lubrificação não fisiológica, que é causada por um corrimento vaginal, por exemplo.


O caso gerou revolta nas redes sociais. Mulheres e homens rechaçaram o jogador.


Também do mundo do futebol – e também bolsonarista – o jogador Robinho foi condenado por estupro de uma mulher albanesa na Itália. O crime ocorreu em 2013. A sentença: 9 anos de prisão.


No entanto, o ex-atleta está no Brasil, e não há acordo de extradição entre os dois países. Por isso, a Justiça italiana solicitou às autoridades brasileiras o cumprimento de pena aqui. O Ministério Público concordou e já forneceu os endereços de Robinho. Por enquanto, o ex-atacante está solto.


Confira onde serão realizados atos no 8 de Março:


Bahia:

Salvador: caminha da Lapinha ao Pelourinho (trajeto 2 de Julho). Tema será “Mulheres insubmissas protagonistas da democracia”

Ceará:

Fortaleza: ato na Praça do Ferreira a partir das 14h. O tema é “Em defesa da vida, pelo fim da fome, contra o racismo e a violência de gênero”. A partir das 16h, haverá caminhada e panfletagem pelo centro da cidade.

Distrito Federal

Brasília: Marcha com concentração no Eixo Cultural Íbero-americano (antiga Funarte), às 26h. De lá, as mulheres seguem até o Palácio do Buriti, para exigir do GDF políticas de enfrentamento à violência de gênero.

Mato Grosso do Sul:

Campo Grande - Ato às 8h na Praça Ari Coelho. O tema é “Mulheres em Resistência, Sempre Vivas e contra todas as Formas de Violência”.

Minas Gerais

Belo Horizonte: ato a partir das 16h, na Praça Liberdade. Caminhada às 17h pelas ruas da cidade. 

Paraná

Curitiba: Marcha das Mulheres, com concentração a partir das 16h na Praça Santos Andrade. Às 18h, acontecerá um ato da Frente Feminista de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral. Às 19h, ocorrerá a Marcha das Mulheres e seguirá em caminhada até a Boca Maldita para o ato de encerramento

Rio Grande do Sul

Porto Alegre: a marcha será realizada às 17h, com concentração na Praça Matriz a partir das 14h. Ao longo do dia outras atividades também serão realizadas, inclusive uma audiência com o governador Eduardo Leite (PSDB)

São Paulo

Capital: ato às 17h no Vão Livre do Masp, na Avenida Paulista. “Mulheres em defesa da Democracia” será a bandeira levada às ruas. Antes, às 15h, haverá atividade no Espaço Cultural Lélia Abramo, na Rua Carlos Sampaio, 305 (próximo à Paulista).


Fonte: CUT NACIONAL