Carta Maior - Felipe Betim - El País
Mobilização de artistas faz campanha
para pressionar deputados a aceitar denúncia. Pressão popular ainda não é
significativa para votação decisiva
Antes mesmo
da vitória do presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na última quinta-feira, , um grupo de artistas já mirava o passo
seguinte: a votação no plenário da Casa, onde 342 votos são necessários para
que a denúncia de corrupção contra Temer seja aceita, e de fato o Supremo
Tribunal Federal possa decidir ou não tirar-lhe do cargo. Nas redes sociais , o movimento 342 Agora , liderado por vários artistas, tenta furar a polarização
ideológica PT e anti-PT e reavivar uma mobilização que ainda não existe nas
ruas, apesar da baixíssima aprovação popular do presidente. Fazem parte do
movimento, por exemplo, tanto o ator Marcelo Serrado, que se posicionou a favor
do impeachment de Dilma Rousseff e fez
campanhas na rede no ano passado pela sua queda, como o músico Tico Santa Cruz,
identificado com a esquerda, e que na ocasião buscou denunciar "um
golpe" e pede por "Diretas já". Mas tem também Caetano Veloso,
Marisa Monte, e outros famosos globais, como Adriana Esteves, ou Fabio
Assunção.
O "Fora, Temer" virou o ponto de concordância que tenta fazer ebulição até 2 de agosto, para quando está marcada a votação decisiva. "Sempre que os artistas se mobilizam, a repercussão nas redes é grande. Mas a Internet, apesar de conseguir cultivar uma ideia entre a audiência, não é capaz por si só de transformar isso em manifestações de rua", diz Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Laboratório de estudos sobre Internet e Cultura (LABIC) . "Nem direita e nem esquerda conseguem dialogar com conjunto da população, que nega esse sistema político. Por isso há esvaziamento nas ruas. A população não quer fazer papel de isca, de bobo, e legitimar candidato A ou B. Sabe que em determinada manifestação podem pedir a volta do Lula ou querer entregar o poder para outra pessoa".
Os artistas começaram a se unir em torno do "Fora, Temer" no final de maio, quando muitos deles se apresentaram na praia de Copacabana e pediram por "Diretas Já". Depois, houve também ato em São Paulo. Paula Lavigne – dona da Uns Produções e Filmes, que gerencia a carreira de Caetano Veloso e Teresa Cristina, entre outros – transformou seu apartamento em uma espécie de QG das "Diretas Já", num movimento ao que também se engajaram o deputado Alessandro Molon (REDE), o senador Randolfe Rodrigues (REDE) e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). Lavigne chegou a dizer que o encontro foi feito para “acima de tudo para sinalizar a sociedade que precisamos deixar esse racha ideológico de lado e voltarmos a conversar de forma respeitosa para pensamento junto o Brasil que queremos”.
Se vc ainda não foi no site 342agora.org.br ou se já foi vá de novo, e mande mensagens p os deputados , não está fácil não , precisamos de pressão! #342agora #xôvampirão 👉🏾🦇
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