domingo, 17 de maio de 2020

Bomba: PF adiou operação contra Flávio Bolsonaro para não atrapalhar candidatura do pai, diz empresário que coordenou campanha

Foto: Reprodução/TV Senado
Paulo Marinho também afirma que Bebianno tinha um telefone com conversas com potencial para complicar Bolsonaro e que este conteúdo está "com alguém"
Por Redação - 17-05-2020
O empresário Paulo Marinho, 68, suplente de senador de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e um dos mais importantes e próximos apoiadores de Jair Bolsonaro na campanha presidencial de 2018 afirmou, em entrevista à Folha, publicada neste domingo (17), que a Polícia Federal avisou Flávio com antecedência da Operação Furna da Onça.

A operação investigava o esquema de “rachadinha” e desvio de dinheiro público em seu gabinete que atingiu o ex-motorista e assessor Fabrício Queiroz, seria deflagrada.
O filho do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) foi avisado da existência dela entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro.
Pior ainda. Os policiais teriam segurado a operação, então sigilosa, para que ela não ocorresse no meio do segundo turno, prejudicando assim a candidatura de Bolsonaro.
A coisa não para por aí. O delegado-informante teria aconselhado ainda Flávio a demitir Fabrício Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro em Brasília. O filho do presidente seguiu o conselho e os dois foram exonerados naquele período —mais precisamente, no dia 15 de outubro de 2018.

Bebianno

O empresário diz ainda que Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL durante a campanha e posteriormente ministro da Secretaria Geral da Presidência, “tinha um telefone celular por meio do qual interagiu durante toda a campanha (presidencial de 2018) e a transição de governo com o capitão. Eles se falavam muito por WhatsApp. O capitão adorava mandar mensagens gravadas para ele”.
Ele afirma ainda que “Gustavo tinha esse conteúdo imenso de mensagens, na mais alta intimidade que você pode imaginar. Eram conversas íntimas que provavelmente deviam ter revelações interessantes.
Um dia, num ato de raiva pela demissão injusta que sofreu, tratado como se tivesse sido um traidor quando foi o que mais fez pelo capitão, ele deletou grande parte desse conteúdo. E deixou esse telefone com uma pessoa nos Estados Unidos.
Depois parece que ele resgatou de novo o conteúdo. Ele ficou muito marcado pela demissão, com muito desgosto, melancolia. Ele morreu de decepção, de tristeza mesmo. Mas ele não era homem-bomba. Não tinha nada que pudesse tirar o capitão do governo por algo do passado”.

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