Segundo o deputado Paulo Pimenta, o presidente preferiu não se submeter
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declinou do encontro com familiares determinado pelo ministro do Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta ao pedido dos advogados do ex-presidente, que tentaram em assegurar o direito previsto em lei de acompanhar o enterro do irmão Vavá, nesta quarta-feira 30, que faleceu no dia anterior.
Minutos se passaram entre o despacho e o sepultamento de Vavá no Cemitério Pauliceia, em São Bernardo do Campo. Se a demora e da Justiça e da Polícia Federal já eram vistas como escárnio entre parentes e apoiadores, a liberação em cima da hora agravou essa impressão.
De acordo com o advogado Manoel Caetano Ferreira, Lula acredita que encontrar a família em um quartel seria um ‘vexame’. Além disso, os parentes podem visitá-lo na sede da Polícia Federal em Curitiba, sempre às quintas-feiras.
Segundo o deputado Paulo Pimenta, o presidente preferiu não se submeter “ao circo que Sérgio Moro armou”. “Lula não tem motivos para se encontrar às escondidas com a família como se isso fosse um favor do MPF e do Judiciário da turma da Lava Jato”, escreveu.
Toffoli atendeu parcialmente o pedido da defesa e liberou o presidente para um encontro restrito a familiares em uma unidade militar próxima da cidade. Os parentes poderiam escolher levar ou não o corpo de Vavá até o local. Mas o irmão mais velho de Lula já havia sido enterrado.
De acordo com a presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, Lula considera a negativa judicial ‘pura maldade’. “Não posso fazer nada porque não me deixaram ir. O que eu posso fazer é ficar aqui e chorar”, disse a senadora, citando mensagem do ex-presidente transmitida à família, pela manhã.
Idas e vindas
O pedido da defesa passou por várias mãos antes da decisão de Toffoli – mesmo garantido expressamente pela Lei de Execução Penal.
Na noite de terça, a PF decidiu que por questões de segurança, Lula só poderia ser levado para São Paulo em um helicóptero da corporação, mas todos eles estariam em Brumadinho (MG). O documento também apontou “risco a ordem pública”.
Diante dessa manifestações, a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução penal do petista, negou a saída no início da madrugada. Por volta das 5h da manhã, o desembargador Leandro Paulsen, em nome do TRF4, declarou que não havia “o que reparar” e manteve a decisão.
Fonte: CARTA CAPITAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário