“Idiocracia” é uma comédia americana despretensiosa que serve como tradução do culto do imbecilismo no Brasil.
Joe Bauer (Luke Wilson) é um bibliotecário do Exército meio burro, escolhido para participar de um projeto científico com uma prostituta chamada Rita (Maya Rudolph).
Eles acordam de um congelamento 50 anos depois. A raça humana passou por processo de derretimento das capacidades cognitivas e intelectuais.
Joe e Rita viram luminares num planeta em que todos consideram a atividade de pensar algo para “bichas”.
O presidente, Camacho (Terry Crews), é um idiota exibicionista. Joe, nesse cenário, acaba sucedendo-o e é aclamado como o homem mais sábio da Terra.
Me lembrei do filme ao assistir a entrevista de Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, na GloboNews.
Perto de Damares somos todos gênios. Até Merval Pereira. Até o Gerson Camarotti.
Damares não junta lé com cré. Ela tem um arsenal de indigência mental inesgotável.
As maiores sandices são proferidas com a veemência de uma pastora que viu Jesus num pé de goiaba.
“Temos 20% dos jovens que já se auto mutilaram”; “É preciso fazer uma revolução cultural no país”; “Podemos chamar menina de princesa, menino de príncipe, e isso não causará nenhum problema às crianças”.
E dá-lhe cacetadas na ideologia de gênero, uma coisa que ninguém consegue entender e ela não consegue explicar, mas que tem que ser combatida.
Damares é a cara da república dos néscios do governo Bolsonaro.
Cada asneira que ela profere causa estrago grande porque os porcos chafurdam nela.
Damares defende um tipo de “família” enquanto destroi outras que não se enquadram em sua visão tacanha de mundo.
É engano subestimá-la ou achar que o que ela diz é “cortina de fumaça”.
Damares está falando seríssimo. Ela é a alma da idiocracia.
“Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez conscienciosa”, disse Martin Luther King.
Fonte: Diário do Centro do Mundo - DCM
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