247- Com
a cobrança mais dura da ala militar do governo, o governo Jair
Bolsonaro (PSL) começou a deixar o primogênito do presidente, o senador
eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), sozinho para se defender do cada vez
mais obscuro caso envolvendo seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Militares
duvidam até que Flávio tenha condições de assumir sua cadeira no
senado, fato que faria a crise política se arrastar para dentro do
legislativo.
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo
destaca que "das três Forças [militares], (...) existe um consenso de
que Flávio não foi convincente até aqui nas explicações sobre o cipoal
que mistura operações financeiras envolvendo imóveis no Rio com a
movimentação atípica de valores seus e de seu ex-assessor."
O jornal relembra o caso para
explicar o reposicionamento da ala militar do governo que, efetivamente,
é quem manda no país: "a crise em torno do caso foi agravada na terça
(22), quando uma operação liderada pelo Ministério Público fluminense
mirou o ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, suspeito de
liderar uma milícia e um grupo de extermínio na zona oeste do Rio. O
gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio empregou a mulher e a
mãe do ex-PM quando ele já era investigado, e o senador eleito jogou a
responsabilidade sobre Queiroz pelas indicações."
A matéria, finalmente, informa a
mudança de patamar da postura militar dentro do governo: "para um
general ouvido pela reportagem, isso tornou rifar o primogênito dos
Bolsonaros uma prioridade. Como fazê-lo sem envolver o presidente, essa é
outra questão. Ele afirma, no que concorda um almirante, que a mera
ligação com o gabinete não implica culpa de Flávio, mas é basicamente
impossível de ser respondida de forma satisfatória para a opinião
pública."
A gravidade da situação ainda gera
especulações sobre a cadeira de senador para a qual o primogênito da
república foi eleito: "alguns setores da cúpula das Forças Armadas
fizeram chegar ao núcleo militar do Planalto a sugestão de que Flávio
não assumisse a cadeira no Senado, em fevereiro. Isso poderia, para
eles, evitar a contaminação do debate legislativo pelo caso. O temor é
menos por efeitos objetivos, já que Comissões Parlamentares de Inquérito
geralmente acabam em nada, mas pela necessidade de estabelecer um toma
lá, dá cá logo de saída para garantir a tramitação das reformas
econômicas que serão propostas pelo governo Bolsonaro."
Fonte: BRASIL 247
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