A greve dos caminhoneiros não foi e não será o único movimento de desestabilização de um governo de que Jair Bolsonaro faz parte.
Em 1987, uma reportagem da Veja revelou que ele elaborou um plano terrorista para explodir bombas em quartéis e outros locais estratégicos no Rio de Janeiro.
Bolsonaro e outro militar, Fábio Passos, queria pressionar o comando.
“Sem o menor constrangimento, Bolsonaro deu uma detalhada explicação sobre como construir uma bomba-relógio”, escreveu a repórter Cássia Maria.
“O explosivo seria o trinitrotolueno, o TNT, a popular dinamite. O plano dos oficiais foi feito para que não houvesse vítimas. A intenção era demonstrar a insatisfação com os salários e criar problemas para o ministro Leônidas Pires Gonçalves. De acordo com Bolsonaro, se algum dia o ministro do Exército resolvesse articular um golpe militar, ‘ele é que acabaria golpeado por sua própria tropa, que se recusaria a obedecê-lo’”.
Leônidas tentou desmentir a história, mas a revista publicou desenhos feitos à mão pelo próprio Bolsonaro, mostrando a adutora de Guandu, que abastece o Rio, e o rabisco de uma carga de dinamite.
O ato grave de indisciplina culminou em 15 dias de cadeia para o então capitão. Documentos foram publicados pelo DCM com exclusividade.
O STM, por nove votos a quatro, considerou–o inocente, mesmo depois de uma comissão interna do Exército, chamada de Conselho de Justificação, tê-lo excluído do quadro da Escola Superior de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO) e de suas explicações não terem sido consideradas satisfatórias.
Bolsonaro mentiu que não conhecia Cássia. E depois a ameaçou de morte.
Cássia afirma que, quando se preparava para depôr no caso, encontrou Bolsonaro.
Ele fez um gesto com as mãos, como se estivesse disparando uma arma contra ela. “Você vai se dar mal”, disse-lhe JB.
Cássia passou a precisar de proteção policial.
Trinta anos depois, esse sujeito é o segundo colocado nas pesquisas eleitorais, com basicamente os mesmos métodos.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO - DCM
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