“Ademã que eu vou em frente” |
Uma das coisas mais divertidas de se assistir à GloboNews — se você não for do tipo que se irrita facilmente — é apreciar o mundo paralelo onde vivem Cantanhêde, Valdo Cruz e o resto da turminha.
Segundo esse pessoal, Pedro Parente é um gênio, um gestor incrível que salvou a Petrobras do buraco onde Dilma e Lula a haviam metido.
Cantanhêde o colocou num “dream team” do governo Temer, outra tragédia que ela ajudou a vender.
Sem entrar nem sequer no mérito da política de preços, sua saída é um testemunho eloquente de um fracasso sob qualquer ângulo que se olhe.
Parente durou dois míseros anos no cargo. DOIS. Na primeira crise, pediu o penico e vazou.
A Petrobras perdeu apenas na sexta-feira de sua deposição R$ 40,5 bilhões em valor de mercado.
Em uma semana, foram R$ 126 bilhões.
Toda carta de demissão é, sobretudo, patética.
A de Parente vem carregada de uma arrogância que lhe dá um caráter especialmente picareta.
“Faço um julgamento sereno de meu desempenho, e me sinto autorizado a dizer que o que prometi, foi entregue, graças ao trabalho abnegado de um time de executivos, gerentes e o apoio de uma grande parte da força de trabalho da empresa, sempre, repito, com o decidido apoio de seu Conselho”, diz.
“Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas.”
Ele e Temer não erraram em nada. Então por que está indo embora?
Se o que lhe importa é o “bem público”, por que então abandona o barco justamente nesse momento dramático?
“Permita-me, Sr. Presidente, registrar a minha sugestão de que, para continuar com essa histórica contribuição para a empresa — que foi nesse período gerida sem qualquer interferência política — Vossa Excelência se apoie nas regras corporativas, que tanto foram aperfeiçoadas nesses dois anos”, ufana-se.
Só a megalomania explica alguém se referir ao próprio trabalho como “histórica contribuição”. Platão nunca falou assim de si mesmo. Nem Pelé.
A maneira psicótica como a Globo cobriu a queda de Parente mostra apenas a ilha da fantasia em que vive o grupo, cercada de otários por todos os lados.
Fonte: Diário do Centro do Mundo - DCM
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