quarta-feira, 7 de junho de 2017

Relator e Gilmar trocam farpas no julgamento da chapa Temer-Dilma

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O clima esquentou na segunda sessão, nesta quarta-feira, 07/VI (Crédito: José Cruz/Agência Brasil)

O segundo dia de julgamento da chapa Temer-Dilma no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi marcado pela troca de farpas entre o relator Herman Benjamin e o presidente do tribunal, Gilmar Mendes. 

Os ânimos se acirraram principalmente na discussão em torno da validade do conteúdo de delações premiadas, como as de executivos da Odebrecht.
Abaixo, os principais momentos do embate:
Herman Benjamin: "aqui, na Justiça Eleitoral, nós não trabalhamos com os olhos fechados. Esta é a tradução desse princípio da verdade real"
Gilmar Mendes: "Vossa Excelência teria que manter o processo aberto e trazer as delações da JBS. E talvez na semana que vem as delações de Palocci. Para mostrar que o argumento de vossa excelência é falacioso. Há limites que o processo estabelece"
Herman Benjamin: "o que se quer é que o TSE feche os olhos à prova da Odebrecht "
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Gilmar Mendes: "essa ação só existe graças ao meu empenho, modéstia às favas. Vossa Excelência hoje é relator e está brilhando na televisão do Brasil todo"
Herman Benjamin: “Vossa excelência [Gilmar Mendes] sabe que eu prefiro o anonimato, muito mais. Um juiz dedicado a seus processos, que não tem nenhum glamour. Aliás, processo em que se discute condenação de A, B, C ou D, em qualquer natureza, não tem e não deve ter nenhum glamour pessoal”
Herman Benjamin: "não escolhi ser relator, preferia não ter sido relator, mas tentei cumprir a minha... só cumpri o que foi deliberação do tribunal”
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Herman Benjamin: "presidente [Gilmar Mendes], eu não quero deixar de ler pontos que sejam objeto de divergência. Eu não tenho nenhuma vontade de ler votos longos. Vossa excelência pode até estar encantado, mas eu não. Quem está falando sou eu"
(O relator se irritou ao ser interrompido por Gilmar)
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Herman Benjamin: "esqueceu de mencionar os donos de inferninhos, para usar a expressão de uma das testemunhas, os donos de cabaré"
Gilmar Mendes: "Vossa Excelência não precisou fazer inspeção não, né?"
Herman Benjamin: "não fiz a inspeção nem foi pedido. E não usei de meus poderes de produção de prova extraofício para tanto"
(essa discussão se deu após Herman dizer que teve de ouvir muitas testemunhas - havia denúncia de que propinas eram pagas em cabarés)
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Herman Benjamin: "Vossa excelência tem que pedir desculpas a si mesmo"
Fonte: CONVERSA AFIADA

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