Cartaz divulgação
Para superação da hostilidade da natureza no início dos tempos, como
forma de sobrevivência, o homem primitivo teve como princípio vital o
fenômeno da violência. Hoje, ela assume uma nova face: a de continuar
existindo como consequência da organização humana no mundo. Outrora e
atualmente, retrata o homem e a mulher diante das desigualdades da
relação entre superior e inferior, utilizando o poder com fins de
dominação, exploração e opressão.
A violência é um desequilíbrio
entre fortes e oprimidos. A violência em suas mais variadas facetas,
afeta a saúde, ameaça a vida, produz danos psicológicos e emocionais e,
por fim, provoca a morte. A violência não é só a agressão física, ela é a
própria tirania, colocando a mulher sob o jugo do agressor e resultando
assim, a situação de dominação. A violência física é um dos
instrumentos que o indivíduo usa para dominar outra pessoa.
O insulto, a humilhação, a agressão
sexual são formas de sujeição da mulher, com o intuito de manter o
controle total. Violência de gênero é violência contra a mulher pelo
simples fato de ser mulher. E para ilustrar nossa fala exemplificamos
com uma situação de violência doméstica e familiar que aconteceu neste
Carnaval de 2012 no interior de Mato Grosso. O fato aconteceu no último
dia 17, na cidade de Confresa (a 1200 km de Cuiabá), quando um homem de
iniciais G.C.A., de 20 anos, após ter um pedido de sexo negado pela
mulher, começou a agredir a esposa M.M.S., de 29 anos.
De acordo com informações apuradas
pelo Portal Agência da Notícia, G.C.A. chegou em casa em visível estado
de embriagues e queria fazer sexo a força com a esposa e esta se
recusou. O marido, então, teria partido para agressão, puxando-a, pelos
cabelos, para o quarto. Ainda segundo a polícia, como não conseguiu
levar a esposa para o quarto, o marido pegou uma faca e começou a
ameaçá-la. Em meio à confusão, uma vizinha foi até a residência do casal
para saber o que estava acontecendo. Aproveitando a presença da
vizinha, a esposa então acionou a Polícia Militar, que prendeu o
suspeito, que foi encaminhado para a delegacia de Polícia Civil. O
“homem das cavernas” deve responder pela lei Maria da Penha.
Porque tanta violência?
Denunciar as situações de violência
pelas quais as mulheres passam é fundamental para conhecimento dessa
realidade e garantir o fim da impunidade dos agressores. Este é apenas
um dos casos que chegam ao conhecimento público. Minha preocupação é com
aqueles que não chegam; com aquelas milhares de mulheres deste Estado e
deste país que ainda sofrem caladas tamanha barbárie.
Ana Emilia Iponema Brasil
Sotero é professora, advogada, doutoranda em Ciências Jurídicas e
Sociais, palestrante sobre violência de gênero, presidente do Conselho
Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso e escreve exclusivamente
para este blog toda sexta-feira - soteroanaemilia@gmail.com - http://facebook.com/AnaEmiliaBrasil
Fonte: Instituto Maria da Penha
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