sábado, 2 de fevereiro de 2019

Mais do que demitido, ministro colombiano da Educação deveria ser expulso do Brasil


Nunca antes na história desse país um ministro da Educação (ou qualquer outro) humilhou tanto o povo brasileiro como Ricardo Vélez Rodriguez.

Espécie de amostra grátis da miséria intelectual do atual governo, o colombiano que por reiteradas vezes deu demonstrações incontestáveis de sua incapacidade generalizada, ultrapassou de vez os limites da decência ao chamar os brasileiros de ladrões e canibais.

Ignaro às últimas consequências, utiliza-se do seu cargo no comando da educação brasileira para aviltar figuras históricas do pensamento educacional do país.

As ofensas gratuitas a intelectuais como Leonardo Boff e propostas de retiradas das homenagens ao Patrono da Educação Brasileira, o educador Paulo Freire, insultam tudo o que foi a longa e árdua construção do nosso conhecimento.

Vélez não é só um pedante incapaz de reconhecer suas próprias limitações, é também um estrangeiro acolhido pela República Federativa do Brasil que, a despeito disso, vive de diminuí-la e ridicularizá-la.

Ainda que pese reproduzir o que esse estulto afirmou em sua última entrevista sobre todos nós brasileiros, faz-se necessário grifá-la para que se grave bem o que o néscio pensa sobre o povo que o abrigou e que paga o seu salário.

O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba assentos salva-vidas do avião. Ele acha que sai de casa e pode carregar tudo”.

Para um governo que se elegeu sob o lema mequetrefe de “Brasil acima de tudo”, permitir que um colombiano assuma uma posição de destaque apenas para nos chamar de ladrões só corrobora com a ideia de que Jair Bolsonaro é na verdade o último dos impatriotas.

Menos pelo dever mínimo da compostura no alto escalão do governo, a obediência à lei recomendaria não só a sua demissão imediata do cargo, mas, sobretudo, sua expulsão do país.

Vejamos o que diz o artigo 65 do Estatuto do Estrangeiro (Lei n° 6.815/80):

Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.

De barato Vélez se enquadra em pelo menos duas das condições acima elencadas que justificariam a sua expulsão do Brasil.

Propostas suas como a segregação do ensino superior e a abolição do pluralismo ideológico no debate político-educacional brasileiro afrontam miseravelmente os interesses nacionais.

Da mesma forma, querer repaginar o que de fato foi a ditadura militar brasileira transformando-a como uma opção presente e possível para o Brasil fere criminosamente a segurança nacional e o Estado Democrático de Direito.

Ricardo Vélez Rodriguez, por tudo o que já fez e propôs, não pode passar mais um minuto na cadeira que ora ocupa.

Mais do que isso, se num governo minimamente nacionalista e patriota estivéssemos, sua expulsão do Brasil já deveria ter sido prontamente expedida.

Carlos Fernandes
No DCM

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