Estupro coletivo: jovem vítima de
violência homofóbica em Florianópolis segue hospitalizado.Jovem gay de 22 anos
que sofreu estupro coletivo e tortura permanece hospitalizado em estado grave
em Florianópolis. Advogada da Comissão de Direito Homoafetivo da OAB-SC foi
ameaçada de ter o mesmo fim.
Jovem gay de 22 anos que sofreu estupro coletivo e tortura permanece hospitalizado em estado grave em Florianópolis. Advogada da Comissão de Direito Homoafetivo da OAB-SC foi ameaçada de ter o mesmo fim.
O jovem foi estuprado por três homens no Centro de Florianópolis, espancado e torturado na segunda-feira (31), mas o crime, de evidentes motivações de ódio de gênero, só foi divulgado pela polícia na sexta-feira, 4/6. Durante a tortura, o rapaz foi obrigado pelos estupradores a utilizar cacos de vidros para incrustar na própria pele dizeres humilhantes e homofóbicos (como “eu sou viado”) de forma permanente. Ele também sofreu lacerações por vidros e outros objetos cortantes inseridos em seu ânus. Após a sessão de tortura, os três abandonaram a vítima na rua, entre a vida e a morte.
Internado no dia 31 em hospital de Florianópolis mantido em sigilo, o jovem
permanece em estado muito grave. As investigações dos criminosos estão sendo
feitas pela 5ª Delegacia de Polícia da Capital, que mantém não divulga os detalhes
sobre o inquérito para preservar a vítima. Para as autoridades, a motivação
homofóbica é a “principal suspeita”. Inicialmente ele foi atendida pela
Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de
Florianópolis, pois os policiais que o recolheram acreditaram que se tratasse
de um adolescente.
Ameaças contra
advogada e posição da OAB/SC
Relato de
ameaças contra advogada
Em nota pública, a Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero e a Comissão do
Direito da Vítima da OAB-SC repudiaram o ocorrido na sexta-feira (4). “As
Comissões estão diligenciando esforços, junto às delegacias especializadas e
entidades de proteção à comunidade LGBTQIA+, para obtenção de informações sobre
a apuração da autoria do crime e no auxílio jurídico e atenção aos familiares
da vítima, manifestando, desde já, toda a solidariedade”. A presidente da
Comissão, Margareth Hernandes, vítima das ameaças, também se manifestou sobre o
estupro coletivo como mais uma violência que concorre para o “verdadeiro
genocídio da população LGBTQI+, assistido frequente e cotidianamente no Brasil
atual.”
OAB/SC presta solidariedade á vítima de estrupro coletivo
“Mais um dia de violência no país que mais mata homo e transexuais no mundo.
(…) Discursos de ódio são aplaudidos e (…) pessoas morrem de forma cruel”,
afirma, em uma rede social. Confira a íntegra da nota da OAB-SC: “A Ordem dos
Advogados do Brasil, Seccional de Santa Catarina, através das Comissões de
Direito Homoafetivo e Gênero e do Direito da Vítima, vêm a público manifestar
repúdio ao crime bárbaro cometido na cidade de Florianópolis, contra um jovem
gay de 22 anos, que de forma cruel foi torturado, estuprado e tatuado sob
coação, com dizeres homofóbicos, permanecendo em estado grave no hospital.
As
Comissões informam estar diligenciando esforços, junto às delegacias
especializadas e entidades de proteção à comunidade LGBTQI+, na obtenção de
informações sobre a apuração da autoria deste horrível crime e no auxílio
jurídico e atenção aos familiares da vítima, manifestando, desde já, toda a
solidariedade. É mister reforçar o papel institucional destas Comissões, no
sentido de trabalhar com a prevenção dessas violências, amparar as vítimas e
buscar a punibilidade dos responsáveis por essa e inúmeras situações similares,
que compõem um verdadeiro genocídio da população LGBTQI+, assistido frequente e
cotidianamente no Brasil atual.”
Caso de Homofobia em Florianópolis
Nenhum comentário:
Postar um comentário