sábado, 26 de junho de 2021

Bolsonaro arranca a máscara do rosto do país. Isto tem preço. Por Gilvandro Filho

 

Publicado por 
Diario do Centro do Mundo

Publicado originalmente no Jornalistas pela Democracia

Por Gilvandro Filho

Ao arrancar do rosto de uma criança a máscara que a protegia de riscos de contaminação, o tenente reformado do Exército que, no momento, ocupa a presidência da República, cometeu um ato de extrema gravidade. Além de todas as regras sanitárias quebradas, o ato foi cometido contra um menor de idade que não tinha a menor ideia do que estava ocorrendo. Foi colocado nos braços do algoz, na certa, pelo pai bolsonarista (ou parente) que deve ter achado o máximo a tirada do “mito”. Imagina-se o gargalhar bovino que sucedeu à loucura presidencial. Mas foi uma decisão infeliz que poderia até render ao inconsequente genitor um processo por abandono de incapaz.

A infame “gracinha” aconteceu no município de Pau dos Ferros onde o crime aconteceu e viola as normas baixadas pelo governo do Rio Grande do Norte para mitigar os efeitos do coronavírus. E ataca, de maneira vil, o Estatuto da Criança e do Adolescente. Mais duas infrações cometidas por Jair Bolsonaro em sua cruzada diária contra a ciência e a vida. E mais uma prova a ser anexada às investigações da CPI da pandemia, ou CPI do Genocídio, como o País a chama. A cada ação deletéria que comete, o presidente se afunda num lamaçal que torna o impeachment e o final imediato do seu desgoverno as saídas para o Brasil não se acabar de vez e não cair nas mãos do mais mesquinho e vingativo autoritarismo da nossa História.

As mais de 500 mil vidas ceifadas pela Covid-19 estavam ali, todas representadas pela atitude do tenente presidente de expor uma criança aos perigos de uma contaminação. Ao se negar a aceitar a ciência, ao não comprar vacinas e ao não agir em tempo hábil para o início da vacinação, ele e seu governo respondem por, pelo menos, um terço do total de mortes no país que ele, pelo menos teoricamente, foi eleito para gerir e cuidar. Ao promover aglomerações, motociatas e outros atos da campanha eleitoral antecipada que promove, ele faz exatamente o contrário. E deixa sua assinatura e seu DNA na pior catástrofe que o Brasil já viu.

Ao responder com gracinhas ou com grosserias aos questionamentos sobre o combate à pandemia – “gripezinha”, “não sou coveiro”, “vou comprar vacina à sua mãe” “merda” ou “cala a boca” – ele apenas se utiliza das regras que conhece e entende como as únicas, no nível de sua educação doméstica e do seu despreparo para o cargo que tão inadequadamente ocupa.

Esta semana que hoje acaba trouxe para o debate político da CPI e do País algo tão sério quanto a irresponsabilidade do presidente na questão da saúde pública. Trouxe a corrupção para a agenda, com o escândalo da Covaxin arrancando outra máscara, desta vez a da falácia repetida exaustivamente pelos bolsonaristas de que “nesse governo não tem corruptos”. A CPI do Genocídio vai por a limpo essa tese que está deixando Bolsonaro e sua turma desesperados. Raivoso e cada dia mais alucinado, o presidente arranca a máscara dos brasileiros e deixa o país exposto. Isto tem um preço e será cobrado.

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