terça-feira, 29 de junho de 2021

Bolsonaro diz que não houve corrupção 'porque não pagamos um centavo por vacina'. Mas não pagaram porque irmão do deputado não deixou

 

Após manter silêncio sobre as acusações relativas à suspeita de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin, Bolsonaro alega que não houve corrupção porque o governo não pagou um centavo sequer pela vacina.
 
Bolsonaro age como o ladrão que é flagrado pela polícia dentro do apartamento invadido, com joias, dinheiro e objetos de valor numa mala, e que alega que não roubou nada. 
 
É verdade. Como o ladrão fictício que não roubou nada, Bolsonaro não pagou pela vacina.  Mas não pagou porque Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado federal Luis Miranda e funcionário de carreira do ministério da Saúde, denunciou irregularidades na transação.
 
O ministério iria pagar 45 milhões de dólares adiantados, o que não estava em contrato, a uma empresa de fachada, que também não estava no contrato. O funcionário negou o pagamento. Por isso nada foi pago. E foi com o irmão deputado ao Palácio denunciar o esquema a Bolsonaro, em março deste ano.
 
Bolsonaro não fez nada. Durante três meses usou a famosa técnica administrativa do "deixa como está para ver como é que fica". Até que o Ministério Público levantou o caso, a CPI convocou os irmãos a depor e o negócio foi desfeito. O que Bolsonaro usa como justificativa para dizer que não houve corrupção.
 
Mas houve a intenção, houve a jogada, foi tudo armado, e o presidente não tomou atitude alguma. Foi no mínimo conivente.
 
E sabe que tem rabo preso, porque em momento algum desmentiu a denúncia dos irmãos, com medo de que eles possuam uma gravação da conversa.
 
Diga que mentiram, Bolsonaro, diga que não falou a eles que esquema era do líder do governo Ricardo Barros.
 
É um desafio.

Fonte: https://www.blogdomello.org

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