O ministério da Defesa de Bolsonaro (eleito mediante fraude) emitiu uma nota sobre o golpe de 1964 com uma série de fake news: a primeira delas de que o golpe teria ocorrido em 31 de março e não no dia 1° de abril, o dia da mentira, quando o foi.
A segunda, e mais importante, a que reproduzo a seguir:
As Forças Armadas, atendendo ao clamor da ampla maioria da população e da imprensa brasileira, assumiram o papel de estabilização daquele processo.
Não havia clamor de ampla maioria da população coisa alguma. Havia o de grande parte da imprensa, sim, mas uma pesquisa do Ibope realizada com eleitores de oito capitais entre os dias 9 e 26 de março de 64, mostra que 49,8% dos pesquisados admitiam votar em Jango caso ele pudesse se candidatar à reeleição. Outra pesquisa feita pelo Ibope apontava que 15% dos ouvidos consideravam o governo Jango ótimo, 30% bom e 24% regular. Para 16%, a administração Goulart era má ou péssima. [Fonte: Folha].
Desde quando 16% é maioria, general?
No entanto, essas pesquisas não foram divulgadas na época e só vieram à tona muitos anos depois, em 2003.
Outra pesquisa feita pelo Ibope no período revela que 59% dos ouvidos eram a favor das medidas anunciadas por Jango no histórico comício da Central do Brasil, no Rio, no dia 13 de março de 64. As propostas incluíam a desapropriação de terras às margens de rodovias e ferrovias e o encampamento das refinarias estrangeiras.[Folha]
Pelas pesquisas, general, o golpe foi contra o povo. O que ficou claro nos anos seguintes. Como já está claro agora, 55 anos depois.
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