sexta-feira, 5 de outubro de 2018

O perigo de a religião se misturar com a política. Por Afrânio Silva Jardim

Publicado originalmente na fanpage do autor
POR AFRÂNIO SILVA JARDIM, professor de Direito da UERJ
Tenho legitimidade para falar sobre esta questão, pois não sou católico e nem evangélico. Não tenho religião e, por isso, não tenho um lado para defender.
Entretanto, como cidadão democrático, vivendo em um Estado laico, sou a favor de que as várias religiões tenham ampla liberdade para desempenharem os seus cultos, uma tolerando as concepções e práticas da outra. É o que tem ocorrido em nossa sociedade, com raras exceções.
Por outro lado, sabe-se que a sociedade brasileira, no momento atual, está politicamente dividida. Os ânimos estão acirrados e a intolerância está sendo disseminada.
Desta forma, parece-me altamente prejudicial para a liberdade religiosa que as várias e importantes religiões venham a ser contaminadas pela intolerância política.
Para que isto não ocorra, é necessário que os respectivos líderes religiosos não induzam seus fiéis a tomarem posições políticas, não preguem o antagonismo e separação entre os irmãos. As religiões não deve reproduzir os conflitos sociais.
Se as religiões devem tomar alguma posição de caráter social é a de ficar do lado dos pobres e dos fracos, conforme o fez Jesus e seus reais seguidores.
Uma coisa é certa. Se as religiões assumirem posições político-partidárias, a intolerância política será dirigida a elas e vamos ter, em nosso país, conflitos e perseguições a estas correntes religiosas. Jesus não concordaria com nada disso. Pregação política nas igrejas não é uma prática cristã !!! Isto vale para todas os credos e religiões.
Fonte: DCM - DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO 

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