sábado, 6 de outubro de 2018

Eleições 2018: não podemos referendar o golpe de 2016

Circula nas redes sociais um meme que diz o seguinte: “Passando pra lembrar que de 2003 a 2014 o filho do pedreiro virou médico... de 2015 para cá o engenheiro virou Uber”. O meme desenha, em poucas palavras, o retrato da situação em que o país afunda. Faltam dinheiro, emprego, segurança jurídica, investimentos financeiros nas áreas sociais.


O país parou e começou a andar, rapidamente, para trás, envenenado pelo discurso do ódio disseminado pela mídia. Enfrenta a maior estagnação econômica de sua história e assiste atordoado o crescimento do neofascismo, do machismo e das ideias nacionalistas xenofóbicas e ultraconservadoras. Instituições que deveriam defender os direitos da maioria e serem a guardiãs da Constituição Federal, envolvem-se na política partidária e executam manobras que favorecem a estrangeiros. Instigam a população a aderir ao neofascismo e a achar natural a Justiça ser seletiva. Interferem nos processos eleitorais.

O Brasil ia bem até 2015, enfrentando com dignidade a crise econômica mundial. Mas o golpe criou o caos. O fascismo cresce até entre a classe média, maior beneficiada do governo democrático-popular. E criou uma figura conservadora, pseudomoralista, travestida de novo, mas com atitudes e um discurso machista, fascista e misógino. Uma personagem que atuou por 28 anos na Câmara dos Deputados como parlamentar improdutivo.

Revestiu-se de honestidade para usar a faixa presidencial, mas é investigado pelo Ministério Público Federal por pagar com dinheiro público uma funcionária fantasma (Wal do Açaí). Diz que combate privilégios, mas recebe auxílio-moradia tendo imóvel próprio, local que, por sinal, declarou que usava para “comer gente”. Diz que irá melhorar a segurança, porém, não elaborou nenhum projeto de lei e nem sequer destinou emendas para melhorar a situação da segurança do RJ, e nem para melhorar as condições de trabalho de policiais.

Ao contrário, declarou que apoia as milícias. Desfila como um político que não tem rabo preso, mas é acusado pelo Ministério Público de lavar dinheiro da JBS por meio de partido político. Promete unir o país, mas insufla o ódio aos LGBTs, às mulheres, aos negros e negras, aos indígenas e a qualquer pessoa de pensamento de esquerda. Fala em fuzilar petistas, em matar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, fechar o Congresso Nacional e diz que para resolver os problemas do Brasil só com uma guerra. 

O fascismo ressurge em carne e osso após a difusão pela mídia de inverdades e acusações sem comprovações que pavimentaram golpe de 2016. E querem avalizá-lo nestas eleições. Como ilustra a imagem, capa da edição 134 do Le Monde Diplomatique, os candidatos que dizem defender o país são os que eliminaram direitos, entregaram riquezas e aprovaram a Emenda Constitucional nº 95/16, que congelou por 20 anos investimentos do Estado nas áreas sociais. A restrição orçamentária é tão séria que afundou Brasil no desemprego e na crise.

Prova disso é o estudo recente do Serasa Experian que mostra aumento da taxa de inadimplência entre brasileiros(as) com mais de 61 anos. A EC95 retirou o futuro dos jovens e jogou idosos na pobreza. Três milhões de idosos não conseguiram pagar as contas de luz, água e gás em julho deste ano. Isso é o que revela o Serasa Experian, segundo o qual o atraso no pagamento de contas básicas representa 34,3% do total de dívidas de 8,8 milhões de idosos, em julho, mês em que o país registrou um total de 61,6 milhões de inadimplentes. Os idosos estão 14,9% mais endividados com contas básicas do que a média nacional de 19,4%.

O problema é tão sério que até o senador Tasso Jereissati, ex-presidente nacional do PSDB, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que os tucanos cometeram “erros memoráveis” após a eleição de Dilma Rousseff, com reflexos para o próprio PSDB nas eleições deste ano. 

“O primeiro [erro] foi questionar o resultado eleitoral. Começou no dia seguinte [à eleição]. Não é da nossa história e do nosso perfil. Não questionamos as instituições, respeitamos a democracia. O segundo erro foi votar contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT. Mas o grande erro, e boa parte do PSDB se opôs a isso, foi entrar no governo Temer. Foi a gota d’água, junto com os problemas do Aécio [Neves]. Fomos engolidos pela tentação do poder”, declarou.

O futuro do Brasil e o nosso próprio futuro, enquanto trabalhadores(as) da educação, estão nas nossas mãos. As eleições de 2018 podem ser o último momento para retirarmos o Brasil do fundo do poço e barrar o avanço de uma gestão suicida e entreguista. Nos textos que iremos publicar nos próximos dias, trás ao leitor o questionamento para análise da atual conjuntura, a fim de esclarecer com toda sinceridade não vista pela mídia nacional os projetos políticos e econômicos de cada postulante à Faixa Presidencial. A todos e todas uma boa leitura e um voto de esperança!

Fonte: SINPRO/DF

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