Por Luis Nassif
Entre as poucas certezas dessa campanha eleitoral, havia as
seguintes:
1. Eleito,
Fernando Haddad imporia sua própria personalidade ao governo, assim como já
está impondo na campanha eleitoral, ampliando os horizontes do PT e diluindo o
antipetismo com uma frente ampla social democrata.
2. Ciro Gomes
seria o parceiro político preferencial, ajudando a organizar a frente
democrática e as trincheiras da governabilidade..
3. Em 2022, seria o candidato natural à sucessão de Haddad
Afinal, se está falando de dois candidatos diferenciados, no caráter, no conteúdo programático, no combate aos malfeitos.
Não se sabe o que ocorre nessa marcha da insensatez do país. A ideia de que haverá caos com data marcada para terminar, em 31 de dezembro de 2021, saindo daí um novo vencedor é fantasia pura. Ao caos Bolsonaro seguirá uma democracia mitigada, tutelada pelas Forças Amadas, legitimada pela incapacidade total do poder civil se organizar, mesmo ante a perspectiva do caos.
Seguramente, não sei qual é a de Ciro Gomes e seu irmão. Por mais que tenham mágoas da Executiva do PT, estão falando com um público muito mais amplo, composto por eleitores do PT, algo muito maior do que a Executiva, e por todos aqueles que resistem ao estado de exceção que inevitavelmente se ampliará com a eleição de Bolsonaro. E seu interlocutor direto é Fernando Haddad, um candidato que não se envolveu nessas pintinhas partidárias e está acenando permanentemente para Ciro, inclusive tendo a maturidade de colocar os interesses do país – e o objetivo das eleições – acima das idiossincrasias pessoais.
Se Bolsonaro vencer, cada perda de direitos, cada ameaça às liberdades, cada ato de violência, o desmonte das universidades, do ensino público, do SUS, tudo isso será debitado à falência da sociedade civil. Haverá cobranças de Lula e do PT, sim, mas principalmente dos que colocaram projetos pessoais à frente dos interesses nacionais. Lula, Fernando Henrique Cardoso e Ciro serão cobrados. Mas, dos três, o único que ambiciona uma carreira política ainda é Ciro.
Ele, que deu uma largada admirável nas eleições, manteve um bom percentual de votos escudado unicamente nas boas propostas de campanha, corre o risco de queimar-se na reta final.
Seria bom que tivesse um ataque de bom senso que preservasse para o país dois grandes ativos democráticos: o candidato Fernando Haddad e o futuro candidato Ciro Gomes.
Fonte: jornalggn.com.br
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