POR FERNANDO BRITO |
Como os ministros do Supremo Tribunal Federal, diante de Sérgio Moro, não vão além de murmurar, de tão amedrontados de serem expostos pela mídia como “amigos da corrupção” é interessante observar o subterfúgio usado pelo ministro Ricardo Lewandovski para dizer o que pensa da Operação Lava Jato.
Há dois dias, no julgamento de um habeas corpus sem nenhuma ligação com o caso do juiz curitibano, mas que tocava num absurdo apoiado “de bandeirinha” por Moro – a prisão logo após o julgamento de segunda instância, sem o esgotamento dos recursos legais – o ministro, para não dizer com a própria pena, escreveu (aqui, a decisão integral) que “a nossa Constituição não é uma mera folha de papel, que pode ser rasgada sempre que contrarie as forças políticas do momento” e serviu-se de uma manifestação do processualista e desembargador paulista Guilherme de Souza Nucci:
Em nosso entendimento, muito disso se deve à chamada operação Lava Jato, que, a pretexto de combater a corrupção, vem atropelando alguns direitos humanos fundamentais. Esperamos que tal aspecto histórico brasileiro não se prolongue por muito tempo; afinal, o cidadão pobre não tem como suportar uma justiça ágil para prendê-lo e ineficiente para apurar a verdade”. (grifei)
O “grifei”, claro, é de Levandowski e não foi, evidentemente, por acaso.
Hoje, Moro determinou duas prisões de empresários com a confirmação de suas condenações pelo amigo João Paulo Gebran, do TRF-4, o mesmo que pediu “prisão perpétua” para José Dirceu (41 anos de cadeia para quem tem 71 anos o que é?).
O Supremo decidiu que pode acontecer, o que Moro e outros juízes traduziram logo por “tem de acontecer”.
Apesar da covardia, é bom que isso esteja ocorrendo. Pois logo estaremos – mais do que já estamos – na prisão de 1ª instância, na base da “cognição sumária” ou do “pendura até falar”.
Ou naquele antigo personagem do Jô Soares que dizia: “recolhe , Taborda”.
Fonte: http://www.tijolaco.com.br
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