E para que não haja qualquer tentativa de confundir a derrota emblemática com questões locais, Minas enviou um segundo torpedo ao Brasil.
Embrulhado no ditado ‘só quem não conhece que te compra’, deu a Dilma 43,46% dos votos, contra 39,77% para Aécio Neves.
Nada disso deve ser confundido com otimismo ingênuo diante da virulenta batalha do 2º turno que começa nesta 2ª feira.
Mas é preciso qualificar o adversário que o conservadorismo tentará vender nos próximos dias com o mesmo celofane da ‘unanimidade mudancista’, com que revestiu Marina Silva, quando ela chegou a ostentar 10 pontos de vantagem no 2º turno sobre Dilma (50% a 40%).
Despida a mística do proficiente governador chega-se ao núcleo duro da disputa, aquilo que realmente importa e está em jogo.
Serão três semanas de confronto duro entre dois projetos de país e duas estratégias de enfrentamento da crise mundial, que está longe de acabar.
Uma, preconiza desarmar a sociedade e amesquinhar o Estado. Liberado o campo –de que faz parte derrotar o PT-- entrega-se a economia à lógica do arrocho, esfarelando direitos, empregos, renda e soberania, para dessa forma canalizar riqueza aos mercados encarregados de reordenar o país, a economia e os pilares do crescimento.
É a mesma lógica da ‘contração expansiva’ (contração dos de baixo para abrir caminho à expansão dos do alto) aplicada na Europa há quatro anos, com os resultados sabidos.
A outra estratégia envolve uma obstinada negociação política das linhas de passagem para um novo ciclo de desenvolvimento.
Ancora-se em quatro patas: avanço da igualdade, salto na infraestrutura, impulso industrializantes do pré-sal e reforma política com democracia participativa.
Nessa
repactuação de metas, prazos, concessões, sacrifícios, ganhos e
salvaguardas, a voz dos mercados não poderá sem impor, nem abafar a da
sociedade, que para isso requisita canais adicionais que a vocalizem.
Esse é o jogo, cujo segundo tempo começa agora.
Como diz Lula, não é o tipo do jogo que se ganha em gabinetes.
Mãos à obra.
E pés nas ruas."
Fonte:
Brasil! Brasil!
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