sábado, 24 de novembro de 2018

Quem vai pagar pelo plano de Temer e Bolsonaro de demissão nas estatais é o povo

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 Decisão do STF de autorizar demissão de  funcionários contratados por meio do regime CLT nos Correios, abre margem para demissão em massa nas estatais o que pode prejudicar a população brasileira

Escrito por: Rosely Rocha

No caso da Petrobras, onde a medida também coloca na mesa a possibilidade de demissão em massa de petroleiros, o risco maior, além do desemprego, é o meio ambiente e a população que mora no entorno das refinarias.
“O risco de explosões que afetem a população que vive no entorno de refinarias é muito grande. Mortes e devastação do meio ambiente como ocorreu na tragédia em Mariana (MG), que acabou com o Rio Doce, há três anos, podem acontecer. A Vale era uma empresa estatal e foi privatizada no governo FHC”, diz Deyvid Bacelar, diretor do Sindpetro Bahia.
A possibilidade de poluição do mar também aumenta. Bacelar explica que a Petrobras desenvolveu tecnologia própria para exploração em águas profundas e tem em seu quadro funcionários altamente qualificados para essas operações.
 “Mas se esse corpo técnico sair, pode aumentar o número de acidentes de grandes proporções em plataformas e terminais, como vimos acontecer em 2001, quando a Petrobras demitiu um grande número de funcionários e, logo em seguida, ocorreram graves acidentes na Baia de Guanabara e na Plataforma P 36, na Bacia de Campos, que deixou 11 mortos”, lembra Deyvid Bacelar.
Outro problema que a população deve sentir diretamente são os apagões e a demora no restabelecimento da energia, como já vem sentindo os moradores do estado de Goiás, após a privatização da Companhia de Energia do Estado  (Celg), hoje Enel Goiás.
 Em 2017, foram demitidos mil funcionários que representavam 50% do quadro da empresa.
 “Desmobilizaram o quadro de trabalhadores para substituir por outros com salários mais baixos e sem treinamento. Com isso, aumentou o número de acidentes e piorou a taxa de ligamentos de energia”, diz Fabíola Latino Antezana, secretária de Energia da Confederação Nacional dos Urbanitários.  
Segundo ela, infelizmente, a grande maioria da população não percebe que a Eletrobras é responsável por grandes obras de engenharia, que geram milhares de empregos, e é o corpo técnico qualificado da empresa que é competente para ‘tocar’ essas obras, sem atraso e sem acidentes.
“Após a privatização de parte do sistema Eletrobras, com as demissões do pessoal mais antigo qualificado, sem reposição dessa mão de obra e sem concurso, poucas grandes obras foram feitas. Por isso, há um grande risco de acidentes seja na geração e na distribuição porque hoje tem um trabalhador fazendo o serviço de três, o que fere normas de segurança ”, diz a dirigente.
Dados
Ao todo o governo federal controla 149 empresas estatais, sendo 101 subsidiárias de outra estatal federal. Dessas 101 subsidiárias, 95 são controladas diretamente por três estatais: Petrobras (41), Eletrobras (38) e Banco do Brasil (16). As outras seis são do BNDES (3), Caixa Econômica Federal (2) e Correios (1).
7º Boletim das Empresas Estatais Federais  do Ministério do Planejamento com a Evolução do Quadro de Pessoal Efetivo - 2006 a junho/2018 mostra que as estatais têm 505.135 funcionários - a  maioria em regime CLT.
Fonte: CUT NACIONAL

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