O término do conflito que vitimou cerca de 15 milhões de pessoas, completa 100 anos neste domingo, 11. Deveria ser "a guerra para acabar com todas as guerras", mas levou a conflito ainda mais terrível.
O fim da Primeira Guerra Mundial completa 100 anos neste domingo. Em 11 de novembro de 1918, foi firmado na França, o armistício que deu fim ao conflito que durou quatro anos e vitimou mais de 9 milhões de soldados. Além disso, estatísticas estimam que cerca de 5 milhões de civis foram mortos.
"Uma guerra para acabar com todas as guerras". Um dos bordões mais comuns desse período que, a partir de seu fim, deveria culminar em paz entre as nações. No entanto, o armísticio agora centenário criou, na verdade, as condições para uma guerra ainda maior: a Segunda Guerra Mundial. Winston Churchill, primeiro lorde do aumirantado na Primeira Guerra e primeiro-ministro britânico na Segunda, referia-se aos dois conflitos como uma "longa guerra de 30 anos".
Conhecida na época como “A Grande Guerra”, a Primeira Guerra o conflito ficou marcado pela modernização dos armamentos. Houve avanços tecnológicos na área industrial voltados ao poder de guerra dos países e à busca por uma “arma decisiva”.
O confronto começou na Europa em 1914, como resultado de rivalidades políticas entre potências industriais do continente. Neste período, a Alemanha disputava com França e Inglaterra, a busca por terras coloniais. O evento contou ainda com grande protagonismo dos Estados Unidos, em seus anos finais. Uma de suas consequências foi a eclosão, no seu último ano, da revolução socialista na Rússia.
O estopim para o início da guerra foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, e da sua esposa Sophie, em 28 de julho de 1914. Ele foi morto em Sarajevo, na então província da Bósnia, por Gavrilo Princip, um ativista sérvio.
O evento chegou ao fim após a Alemanha e aliados assinarem o Armistício Compiégne, que representou a rendição alemã na guerra.
Participação Brasileira
Nos três primeiros anos de guerra, o Brasil assumiu posição de neutralidade. No entanto, o País foi impactado pelas ações da campanha submarina alemã, que resultou no afundamento do Navio Mercante Paraná. Além disso, outros navios brasileiros foram afundados,como o Tijucas, o Lapa e o Macau.
Após esses eventos, o Governo brasileiro definiu, em 26 de outubro de 1917, por meio do decreto nº 3.361, Estado de Guerra. O decreto permitia a abertura dos portos brasileiros às unidade aliadas e a patrulha do Atlântico Sul.
Notícias desse período no Ceará
Em época anterior ao rádio, as notícias sobre a Primeira Guerra Mundial demoravam a chegar à Capital, e ainda mais ao Interior.
Dias após a rendição alemã, a edição de 16 de novembro de 1918 do jornal sobralense Correio da Semana informava dos esforços do papa Bento XV junto aos governos de Áustria, Inglaterra e Sérvia, pedindo a libertação dos prisioneiros de guerra.
Uma semana depois, em 23 de novembro, o Correio da Semana trazia, em números, o apoio que os Estados Unidos prestou aos aliados na guerra. Para os americanos, três palavras resumiam o programa de guerra do País contra a Alemanha: money, material e men: dinheiro, munições e homens.
O dinheiro, mais do que nunca, foi essencial na guerra. Em fevereiro de 1918, as despesas de guerras se elevaram a cerca de 7 bilhões, sendo mais de 4 bilhões de empréstimos aos aliados. Em julho, a conta já superava os 18 bilhões.
Com o dinheiro, os americanos deram aos aliados europeus o material para guerra. Isso é, carvão, munição e homens. De maio de 1917 à junho de 1918, cerca de um milhão de americanos foram enviados aos campos de guerra.
"Não há hoje mais nenhuma dúvida que o término da guerra com a derrota dos impérios centrais, foi uma consequência da participação direta dos Estados Unidos no grande conflito, como o seu prolongamento foi efeito da revolução da Rússia", dizia a edição do 23 de novembro.
Pesquisa histórica: Fred Souza
Colaboração: João Almada Maia, da Biblioteca Pública, especial para O POVO
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