domingo, 11 de novembro de 2018

HISTÓRIA Há 100 anos, chegava ao fim a Primeira Guerra Mundial



Soldados franceses na Batalha de Verdum (Foto: AFP)

O término do conflito que vitimou cerca de 15 milhões de pessoas, completa 100 anos neste domingo, 11. Deveria ser "a guerra para acabar com todas as guerras", mas levou a conflito ainda mais terrível.

O fim da Primeira Guerra Mundial completa 100 anos neste domingo. Em 11 de novembro de 1918, foi firmado na França, o armistício que deu fim ao conflito que durou quatro anos e vitimou mais de 9 milhões de soldados. Além disso, estatísticas estimam que cerca de 5 milhões de civis foram mortos. 
"Uma guerra para acabar com todas as guerras". Um dos bordões mais comuns desse período que, a partir de seu fim, deveria culminar em paz entre as nações. No entanto, o armísticio agora centenário criou, na verdade, as condições para uma guerra ainda maior: a Segunda Guerra Mundial. Winston Churchill, primeiro lorde do aumirantado na Primeira Guerra e primeiro-ministro britânico na Segunda, referia-se aos dois conflitos como uma "longa guerra de 30 anos".
Conhecida na época como “A Grande Guerra”, a Primeira Guerra o conflito ficou marcado pela modernização dos armamentos. Houve avanços tecnológicos na área industrial voltados ao poder de guerra dos países e à busca por uma “arma decisiva”.
O confronto começou na Europa em 1914, como resultado de rivalidades políticas entre potências industriais do continente. Neste período, a Alemanha disputava com França e Inglaterra, a busca por terras coloniais. O evento contou ainda com grande protagonismo dos Estados Unidos, em seus anos finais. Uma de suas consequências foi a eclosão, no seu último ano, da revolução socialista na Rússia.
O estopim para o início da guerra foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, e da sua esposa Sophie, em 28 de julho de 1914. Ele foi morto em Sarajevo, na então província da Bósnia, por Gavrilo Princip, um ativista sérvio.


Soldados em Somme, na França (Foto: AFP)

O evento chegou ao fim após a Alemanha e aliados assinarem o Armistício Compiégne, que representou a rendição alemã na guerra.
Participação Brasileira
Nos três primeiros anos de guerra, o Brasil assumiu posição de neutralidade. No entanto, o País foi impactado pelas ações da campanha submarina alemã, que resultou no afundamento do Navio Mercante Paraná. Além disso, outros navios brasileiros foram afundados,como o Tijucas, o Lapa e o Macau.
Após esses eventos, o Governo brasileiro definiu, em 26 de outubro de 1917, por meio do decreto nº 3.361, Estado de Guerra. O decreto permitia a abertura dos portos brasileiros às unidade aliadas e a patrulha do Atlântico Sul.
Notícias desse período no Ceará
Em época anterior ao rádio, as notícias sobre a Primeira Guerra Mundial demoravam a chegar à Capital, e ainda mais ao Interior.

Edição do dia 16 de novembro de 1918, do jornal Correio da Semana
Dias após a rendição alemã, a edição de 16 de novembro de 1918 do jornal sobralense Correio da Semana informava dos esforços do papa Bento XV junto aos governos de Áustria, Inglaterra e Sérvia, pedindo a libertação dos prisioneiros de guerra.
Uma semana depois, em 23 de novembro, o Correio da Semana trazia, em números, o apoio que os Estados Unidos prestou aos aliados na guerra. Para os americanos, três palavras resumiam o programa de guerra do País contra a Alemanha: moneymaterial e men: dinheiro, munições e homens.

Edição do dia 23 de novembro de 1918, do jornal Correio da Semana, trazia os números da contriubuição dos Estados Unidos com a Primeira Guerra Mundial

O dinheiro, mais do que nunca, foi essencial na guerra. Em fevereiro de 1918, as despesas de guerras se elevaram a cerca de 7 bilhões, sendo mais de 4 bilhões de empréstimos aos aliados. Em julho, a conta já superava os 18 bilhões. 
Com o dinheiro, os americanos deram aos aliados europeus o material para guerra. Isso é, carvão, munição e homens. De maio de 1917 à junho de 1918, cerca de um milhão de americanos foram enviados aos campos de guerra.
"Não há hoje mais nenhuma dúvida que o término da guerra com a derrota dos impérios centrais, foi uma consequência da participação direta dos Estados Unidos no grande conflito, como o seu prolongamento foi efeito da revolução da Rússia", dizia a edição do 23 de novembro.
Pesquisa histórica: Fred Souza
Colaboração: João Almada Maia, da Biblioteca Pública, especial para O POVO

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