Pela segunda vez em minha vida estou lutando contra a Depressão, uma doença terrível e silenciosa que pode até matar.
Apesar de ter combatido ela há três anos, voltou a se manifestar no início deste ano e foi aos poucos corroendo minha capacidade de raciocínio e minha razão, ao ponto de me fazer tentar tirar minha própria vida no começo desta semana. Só não fui embora porque a quantidade de remédios que ingeri não foi suficiente para me matar.
“Mas como você pode ter tentado tirar sua vida? Que absurdo? Não pensou nem na sua filha?” Esse tipo de pergunta é o que a gente mais ouve depois de cometer tal insanidade, porque a Depressão é uma doença que não parece doença e que é desconhecida para a maioria das pessoas.
Só quem já passou por isso sabe como as funções cerebrais ficam completamente comprometidas e seus pensamentos são invadidos por paranoias, medos, delírios e certezas que, em estado normal, você consideraria ridículos. “Minha filha vai ficar melhor sem mim, ela não merece um pai como eu” é o tipo de coisa que entra em nossos pensamentos, acreditem. Não é brincadeira. É o horror.
A Depressão é uma doença tão terrível, que mesmo pessoas que JÁ FORAM vítimas dela ou a estudam podem tratar um doente de forma brutal e até desumana, especialmente quando seus sintomas se manifestam de forma diferente do que é o “mais conhecido”, ou seja, aquele estado em que a pessoa vira um zumbi sem vontade própria que não reage e passe o tempo todo chorando ou dormindo.
Muita gente deve achar errado eu vir aqui me expor dessa forma, mas eu acho importante mostrar às pessoas como é passar por tudo isso, porque tenho certeza que muita gente pode estar na mesma situação ou então conhecer gente que esteja doente e pode procurar ajuda profissional. Porque sem ajuda adequada, a Depressão acaba com casamentos, com amizades, com trabalhos e até com vidas.
Acreditem em mim. Sei bem do que estou falando.
Fonte: Blog Tudo em Cima (André Luz)
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