domingo, 1 de agosto de 2021

Em memória de Djalma Maranhão

 Foto: Acervo

Por: Jessyanne Bezerra

No dia 30 de julho, completa-se 50 anos da morte de Djalma Maranhão. Revolucionário, visionário e inovador, foi o primeiro prefeito eleito da cidade do Natal através do voto direto e popular.

Professor e jornalista, lutou até a morte pela democracia. Em sua administração deu prioridade ao setor educacional, lançando a campanha “De Pé no Chão Também Se Aprende a Ler”, inspirada no método Paulo Freire, com o objetivo de erradicar o analfabetismo em Natal por meio da conscientização comunitária.

Graças a isso, milhares de natalenses tiveram acesso gratuito a cursos de profissionalização como: corte e costura, alfaiataria, artesanato, marcenaria, sapataria, enfermagem de urgência, telegrafia entre outros.

Se tornou o terror das oligarquias quando implantou uma gestão que prezava as políticas públicas, algo revolucionário na época, fazendo com que os direitos e a dignidade chegassem aos moradores da periferia. Por isso, ficou conhecido como “o prefeito do subúrbio”.

A passagem de Djalma pela Prefeitura foi assinalada por inúmeras obras: Palácio dos Esportes, Estação Rodoviária, Galeria de Arte, Concha Acústica , etc. Apoiou e estimulou todas as manifestações culturais da cidade de Natal, promovendo eventos e envolvendo a população em diversas práticas artísticas.

O impacto de suas ideias foi imenso e seus projetos começaram a explodir a bolha da capital. Segundo historiadores, prefeitos de todo o estado do Rio Grande do Norte, mesmo com diferentes posições políticas e ideológicas, procuravam Djalma Maranhão em busca de apoio para assinar convênios de cooperação e assistência às suas comunidades no combate ao analfabetismo e desemprego.

E o projeto de expansão da educação teria ido para o interior, se Djalma não tivesse se tornado um preso político.

Em 1964, com o golpe militar, Djalma foi deposto da prefeitura e teve seu mandato cassado. Ficou preso em quartéis do Exército em Natal, na ilha de Fernando de Noronha e no Recife.

Exilado no Uruguai, morreu aos 56 anos de idade, longe de sua família, da sua terra e da cultura do seu povo.

Djalma virou um símbolo dos que lutam por justiça social e democracia. Deixou seu nome marcado na história potiguar como um personagem determinante para a evolução educacional norte-rio-grandense.

Fonte: Contêm dados do artigo do historiador Alexandre de Albuquerque Maranhão

Com Potiguar Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário