O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é o autor da inclusão do termo “presidencialismo de cooptação” usado no programa do PSD que causou o mais novo capítulo do racha no partido.
Indagado pela Folha, o tucano disse que viu o roteiro antes da gravação e fez “uma correção”. “Como havia uma crítica ao presidencialismo de coalizão, eu corrigi, dizendo que a crítica deveria ser ao ‘presidencialismo de cooptação'”, afirmou.
“Qual é a diferença? É que, neste último, dá-se uma relação com pessoas, mediada por nomeações e interesses pessoais, chegando aos financeiros”, explicou.
“O outro [presidencialismo de coalizão] supõe uma convergência de pontos programáticos em consequência de apoio aos quais se abrem espaços no governo.”
A corruptela incomodou tucanos e também políticos que viram na crítica ao sistema político mais uma deixa para pedirem cargos que hoje estão com o PSDB.
A peça de dez minutos foi ao ar na quinta-feira (17) em rádio e televisão e imediatamente agravou a crise interna no partido.
Ao fazer uma autocrítica e dizer que o PSDB errou ao deixar de lado suas origens e “ceder” ao fisiologismo, o vídeo despertou reação de três dos quatro ministros tucanos no governo de Michel Temer.
Robson Pires
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