José Roberto Torero*
Diário, hoje eu escrevi uma triste carta de despedida. Ficou assim:
“Quando a gente começou, você era tudo pra mim. Você me recebeu de braços abertos, não se importou com meus defeitos nem reclamou desse meu jeito meio estúpido de ser.
“Eu pensei que nós tínhamos sido feitos um para o outro. Você aceitou meus filhos como se fossem seus. E juntos nós fizemos coisas loucas. Chegamos ao ápice, ao cume, ao cúmulo, onde ninguém imaginava que a gente chegaria.
“Mas nada dura para sempre. E as brigas começaram. Você dizia que sem você eu não seria ninguém. Eu dizia que sem mim você não seria nada.
“Para piorar, você começou a implicar com meus garotos. E, poxa, eu simpatizo com eles. Até com aquele meio esquisito.
“Você começou a ser um fardo pra mim. Falavam mal de você à beça. E assim, se eu estava do seu lado, todo mundo já pensava que eu não podia ser grande coisa.
“Pouco a pouco a gente foi se afastando. Antes, você me apoiava 100%. Em tudo a gente combinava. Hoje em dia não é mais assim. Eu sinto que há uma divisão. Parte de você acredita em mim. Parte de você já não me quer mais.
“Enfim, acho que não dá mais para nós ficarmos juntos. O melhor é ir cada um para o seu lado. Vamos acabar com tudo!
“Só precisamos escolher a hora certa pra nós dois. Pra que ter prejuízo com uma separação, não é?
“De qualquer modo, a verdade é que nosso amor já terminou, PSL.
“Foi por isso que hoje, na saída do Palácio da Alvorada, eu falei para um garoto: “Esquece o PSL”. O moleque ainda insistiu e fez uma selfiedizendo: “Eu, Bolsonaro e Bivar juntos por um novo Recife!”. Mas eu falei: “Esquece esse cara, esquece o partido.”
“Sei que você vai me acusar, dizendo que eu te usei, assim como usei todos os que vieram antes de ti.
“Eu vou responder: é isso aí, pô. Adeus.”
Fonte: Jornalistas Livres
Nenhum comentário:
Postar um comentário