segunda-feira, 18 de julho de 2016

Machado vai entregar nomes de 50 deputados beneficiados para votar em Aécio Neves

Aécio teria recebido R$ 1 milhão em recursos ilícitos para financiar sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados em 2001, de acordo com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado
Delação se refere à eleição do tucano à presidência da Câmara, em 2001
O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, deve entregar à Procuradoria-Geral da República (PGR), nos próximos dias, um complemento à sua delação premiada.

De acordo com informações do colunista Lauro Jardim, neste complemento vão constar os nomes dos 50 deputados para quem ele garantiu ter arrecadado fundos a fim de elegê-los, em 1998, com o objetivo de ajudar na eleição de tucano Aécio Neves à presidência da Câmara, em 2001.

Propina para Aécio foi de R$ 1 milhão, diz Machado em delação premiada

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria recebido R$ 1 milhão em recursos ilícitos para financiar sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados em 2001, de acordo com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em delação premiada firmada com os investigadores da Lava Jato.

Segundo Machado, ele, Aécio e Teotônio Vilela (presidente do PSDB à época) teriam arrecadado cerca de R$ 7 milhões (R$ 19,4 milhões em valores atualizados e corrigidos pelo IPCA). Os recursos teriam sido utilizados para bancar a campanha de pelo menos 50 deputados e formar uma base majoritária para eleger Aécio para a Presidência da Câmara. Na delação, o ex-presidente da Transpetro relata que R$ 4 milhões do total obtido vieram da campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), então presidente da República, em 1998. O restante teria saído de empresas.

“A maior parcela dos cerca de R$ 7 milhões de reais arrecadados à época foi destinada ao então deputado Aécio Neves, que recebeu R$ 1 milhão de reais em dinheiro”, disse Machado, acrescentando que o tucano “recebia esses valores através de um amigo de Brasília que o ajudava nessa logística”. Antes de de filiar ao PMDB, Machado integrava os quadros do PSDB.

Recursos ilícitos serviram para que Aécio Neves se elegesse presidente da Câmara em 2001

Na delação, o ex-presidente da Transpetro corroborou, ainda, outros depoimentos sobre Aécio em relação a recebimento de propina de Furnas e disse que "parte do dinheiro para a eleição de Aécio para a Presidência da Câmara veio de Furnas", à época comandada por Dimas Toledo.

"Todos do PSDB sabiam que Furnas prestava grande apoio ao deputado Aécio Neves via o diretor Dimas Toledo, que era apadrinhado por ele durante o governo Fernando Henrique Cardoso e Dimas Toledo contribuiu com parte dos recursos para a eleição da bancada da Câmara à época", disse Machado.

O senador Aécio Neves já é investigado em dois inquéritos abertos a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS).

No Jornal do Brasil

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