DIVERSIDADE NA MANIFESTAÇÃO EM SP |
Estudantes e trabalhadores vão às ruas em defesa da Petrobras, da educação e da reforma política democrática
Mais de 500 mil pessoas em todo o Brasil ocuparam as ruas de diversas capitais e cidades nesta sexta-feira (13) em atos em defesa da Petrobras, da democracia, por mais investimentos em educação e pela reforma política democrática.
A reportagem do site da UNE acompanhou a marcha na cidade de São Paulo, onde estiveram presentes mais de 100 mil pessoas, que tomaram duas das principais vias da capital, a Avenida Paulista e a Rua da Consolação. Choveu muito durante o ato, o que não impediu que a manifestação prosseguisse até a Praça da República.
Estudantes universitários e secundaristas, sindicalistas, trabalhadores rurais sem-terra, professores, trabalhadores da saúde, mulheres e sem-tetos ocuparam a região central da cidade em um ato pacífico e irreverente.
EM DEFESA DA PETROBRAS E DA EDUCAÇÃO
O estudante secundarista do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) Vitor Tayon foi para a rua nesta sexta-feira defender a Petrobras e o investimento dos recursos da exploração do petróleo na educação.
“Nós entendemos que em torno deste cenário político, há uma tentativa de desestabilizar a maior empresa estatal do Brasil. Isso também é um golpe na educação”, afirma Vitor. “Como a Petrobras corre o risco de cair nas mãos do capital internacional, o prejuízo para a educação será muito maior, pois os 75% dos royalties do petróleo não serão mais investidos no setor.”
O mesmo motivo levou o estudante direito da Uninove, Gabriel Macedo, para o protesto. “O investimento do dinheiro do petróleo na educação é uma conquista que não abro mão. Estou aqui pela defesa da Petrobras e da educação brasileira.”
Já o professor da rede pública estadual e filiado ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) Danilo Santos foi para a Paulista lutar por melhorias na educação brasileira e, principalmente, contra o sucateamento do ensino público em São Paulo. “Tivemos uma depreciação muito grande dos nossos salários e de toda a estrutura da rede pública, o que afetou a educação em todos os sentidos, tanto para os professores como para os alunos”, afirma.
EM DEFESA DA DEMOCRACIA, DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES E DA REFORMA POLÍTICA
O presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, foi para a rua lutar pela democracia e por mais conquistas para os trabalhadores. “Nós estamos na rua para defender a democracia, porque esses últimos doze anos foram positivos para nós que lutamos contra o racismo, pro povo brasileiro e pros trabalhadores. Mas também estamos na rua querendo mais”, afirma o militante. “Estamos na rua também para impedir o pacote de reformas contra os trabalhadores, pois essa proposta atenta contra o direito dos trabalhadores, especialmente dos mais jovens.”
Além da defesa da Petrobras e dos direitos dos trabalhadores, Liciane Andreoli, do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), levantou a bandeira da reforma política com foco na formação de uma constituinte. “Exigimos um plebiscito oficial no nosso país para mudar a forma como a política está estabelecida em nosso país”, diz a militante.
A UNE, a UBES e a ANPG lutam, ao lado de movimentos sociais como o MAB, o MST, CNBB e a OAB, pela aprovação no Congresso de uma reforma política democrática que prevê, entre outras mudanças, o fim do financiamento empresarial de campanha.
REFORMA AGRÁRIA
Muitos trabalhadores rurais também estiveram presentes na luta pela reforma agrária. Zilda Ferreira, da Federação da Agricultura Familiar, veio de Votuporanga, no interior de São Paulo, para reivindicar o seu direito de lutar pela terra. “Para que nós possamos ter o nosso pedacinho de chão para plantar”, afirma a sem-terra.
Já Fátima, da Pastoral da Juventude Rural, além de lutar pelo direito dos jovens camponeses terem vida digna no campo, foi para a Paulista reivindicar, acima de tudo, o seu direito de se mobilizar: “a bancada conservadora está tentando desmobilizar os movimentos sociais e a nossa luta pela terra. Nós jamais desistiremos da nossa luta!”
Bruno Hubberman - UNE
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