O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa afirmou ontem que seu colega e presidente da corte, Cezar Peluso, "se acha" e "tentou criar" obstáculos à corregedora do CNJ, Eliana Calmon.
A declaração, dada a jornalistas após a posse da ministra Carmem Lúcia na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foi uma resposta ao que disse Peluso em entrevista anteontem ao site Consultor Jurídico.
Nela, o presidente, que deixa hoje o cargo, chamou Barbosa de "inseguro" e disse que quando a denúncia do mensalão foi aceita, em 2007, o ministro chegou a ser aplaudido em um bar no Rio e pensou em tomar um rumo político.
Ao mesmo site Peluso criticou a presidente Dilma Rousseff, dizendo que ela descumpriu decisão judicial sobre o aumento dos salários do Judiciário, e Calmon, afirmando que ela também pode ter pretensões políticas e que não apresentou "resultado concreto algum".
"O Peluso se acha. Ele não sabe perder. A Eliana [Calmon] ganhou todas. E ele diz que ela não fez. E ela fez muito, não obstante os inúmeros obstáculos que ele tentou criar", afirmou Barbosa.
Questionado sobre seus supostos planos políticos, disse: "Eles [que aventam a possibilidade] que sabem. Estão inventando essa história. Jamais falei com qualquer pessoa sobre candidatura".
Ja vai
Em sua última sessão como presidente do Supremo, Peluso não foi homenageado pelos colegas, como tradicionalmente acontece.
Usualmente, ao final da última sessão do presidente, um ministro pede a palavra e destaca os principais pontos do mandato. Outros ministros também fazem comentários, assim como o integrante do Ministério Público e algum advogado presente.
Questionados, os ministros afirmaram que não houve um motivo específico para não haver homenagem e argumentaram que normalmente ela é feita pelo integrante mais antigo, o ministro Celso de Mello, que ontem não participou da sessão.
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