A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), através
de sua Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, se manifesta
favorável à política pública de reserva de vagas em universidades
públicas com base no sistema de cotas raciais, ressaltando que a luta
depois deve ser ampliada para o mercado de trabalho.
Foi aprovada por unanimidade na noite desta quinta-feira (26), no
Supremo Tribunal Federal (STF), a constitucionalidade da reserva de
vagas em universidades públicas com base nas cotas raciais, na
Universidade de Brasília (UnB), que foi a primeira universidade federal a
instituir esse sistema, em junho de 2004. Atos administrativos e
normativos determinaram a reserva de cotas de 20% do total das vagas
oferecidas pela instituição a candidatos negros (entre pretos e pardos).
As cotas raciais como uma ação afirmativa, que visa incluir os negros
e afrodescendentes no ensino superior público, são de extrema
importância como uma forma reparatória. "É importante inserir o cidadão
em todos os aspectos da sociedade e a universidade é um dos elementos
centrais dessa inclusão reparando anos de escravidão e exclusão",
afirmou Valmira Luzia, secretária de Promoção da Igualdade Racial da
CTB.
A dirigente ainda destaca que a política de ação afirmativa não será
algo definitivo, mas sim emergencial. "A aplicação e efetivação das
cotas raciais é algo emergencial que deve durar algumas décadas até que o
Estado brasileiro tome medidas definitivas que iniba qualquer tipo de
segregação racial", ressaltou.
Apoio da ONU
Seguindo a mesma linha de
pensamento, a Organização das Nações Unidas (ONU) reafirmou também o seu
apoio à política de cotas raciais nas universidades brasileiras. "O
Sistema das Nações Unidas no Brasil reconhece a adoção de políticas que
possibilitem a maior integração de grupos cujas oportunidades do
exercício pleno de direitos têm sido historicamente restringidas, como
as populações de afrodescendentes, indígenas, mulheres e pessoas com
deficiências", afirmou em nota oficial.
Sendo assim, a CTB reitera seu apoio às cotas raciais como forma de
luta contra o racismo e desmitificarão do mito da falsa igualdade racial
que ainda impera no país. Estando ciente também da necessidade de
ampliação da luta para dentro do mercado de trabalho. "No mercado de
trabalho os jovens negros encontram dificuldades de inserção sendo assim
é importante que lutemos também dentro do espaço da classe trabalhadora
contra o racismo. Para que os jovens após concluírem a universidade
possam exercer suas funções profissionais alcançando ascensão social
visando o progresso de todos", enfatizou a dirigente.
Portal CTB, com informações da Agência Brasil
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