quarta-feira, 27 de julho de 2011

PETROBRAS DA DILMA X PETROBRAS DE FHC




O plano de investimentos da Petrobras, tantas vezes “cortado” pela mídia, finalmente saiu.
Embora a aplicação de US$ 224,7 bilhões de dólares até 2015 seja um valor que dificilmente possa ser apresentado por qualquer empresa no mundo, aqui não se vê dar a ele o valor que merece.
E merece porque mostra o quanto a Petrobras voltou a ser a responsável pelo progresso econômico do Brasil.
Mas, como medir algo tão complexo como o que está sendo investido na perfuração de e poços, em sondas, plataformas, em navios, refinarias, biodiesel, em gasodutos?
Nada mais simples do que comparar com o que era feito antes que a Petrobras retomasse sua vocação de ferramenta do desenvolvimento brasileiro.
O último plano de investimentos da Petrobras do Governo Fernando Henrique, o 2002-2006, era de US$ 31,2 bilhões. O primeiro plano do Governo Dilma, portanto, é 620% maior.
Mas é por causa do pré-sal? É, sim. Mas muito mais que isso.
O investimento em exploração e produção – ou seja, na prospecção e na operação de poços de petróleo – era, naquela época, de US$ 21,4 bilhões, dos quais US$ 14,6 bilhões no Brasil.
Agora, este valor saltou para US$ 127,5 bilhões. Ou um aumento de investimentos de 495,8%.
O que se investia no exterior representava, no final do governo FHC, 24% do total. 76% eram investidos no Brasil. Agora, são 95% no Brasil e 5% no exterior.
Nos setores de refino de petróleo, transporte e distribuição, a previsão em 2002 era a de investir US$ 6,4 bilhões. Em 2011, este valor passou a US$ 70,6 bilhões. A taxa de crescimento? “Só” 1103%.
E porque esta área cresceu mais que as outras, embora todas tenham crescido muito?
Porque essa é a área que cuida, essencialmente, do consumo interno. E da qualidade dos negócios que o Brasil fará com o petróleo extraído do pré-sal.
É aí onde se decidirá se seremos apenas um exportador de petróleo bruto – embora tenhamos de exportá-lo assim, também – que importará seus derivados e produtos de fora.
No refino de petróleo, não há um “especialista” da mídia – unzinho, sequer – defendendo a “abertura do mercado”. Na prática, aí ninguém quer mexer com o monopólio de fato da Petrobras. Nenhuma grande petroleira quer investir bilhões de dólares numa atividade que exige muito tempo e dinheiro para ser implementada.
O abastecimento nacional, o desenvolvimento nacional, o emprego e a renda dos brasileiros que dependem do petróleo não são prioridade. A prioridade é outra.
Os eficientíssimos capitalistas estrangeiros são como aquele deputado que ficou famoso por querer “a diretoria que fura poço”.
Só que os deles são de petróleo. O nosso petróleo.
Fernando Brito

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