Foto: Raquel Camargo
Acordos coletivos não serão negociados apenas na data-base, 1º de setembro, e terão maior amplitude
Escrito por: FEM/CUT-SP
Terminou nesta terça-feira (12) o seminário “Competitividade e o futuro da indústria automobilística” com uma declaração em que sindicalistas e representantes das montadoras assumem o compromisso de manter negociações permanentes nas cinco empresas automobilísticas localizadas na base da FEM (Federação Estadual dos Metalúrgicos) da CUT – Volks, Ford, Mercedes, Scania e Toyota.
O maior avanço deste acordo é que as conversas irão além do diálogo que metalúrgicos e patrões já mantém sobre problemas cotidianos ou as discussões salariais nas datas-base nas montadoras, como foi conquistado pelos metalúrgicos do ABC, São Carlos e Taubaté.
A partir de agora, as negociações englobarão estes assuntos e temas que não fazem parte do universo de negociações das outras montadoras instaladas no Brasil. Entre as novidades estão a atração de parques de engenharia e tecnologia, aumento de competitividade, geração de empregos de qualidade e encontrar formas de concorrrer com veículos importados.
“Avançamos porque vivemos realidades diferentes das demais montadoras”, explicou Sérgio Nobre (foto), presidente do Sindicato. “Ao contrário das outras, com a criação dos Comitês Sindicais de Empresa já negociamos diariamente, nossos salários são mais elevados, temos benefícios sociais superiores e estamos batalhando para conseguir novos investimentos que são fundamentais para assegurar o futuro e a qualidade dos empregos na categoria”, prosseguiu.
Ele destacou ainda que a conquista derruba um dos pilares que amarram o sindicalismo brasileiro. “Junto com o imposto sindical – que garante a sustentação financeira dos sindicatos sem representatividade – e a unicidade sindical (monopólio de representação) – que acomoda o dirigente, pois as eleições já estão garantidas – a data-base foi imposta para limitar a negociação a uma vez por ano”, declarou.
Sérgio Nobre entende que diante dos desafios da indústria moderna, negociar só uma vez por ano não é suficiente, pois as mudanças são permanentes e a negociação também deve ser.
“Conciliar avanços sociais e econômicos diferenciados e ao mesmo tempo atrair novos investimentos, produtos novos e de alta tecnologia será nosso grande desafio e tema permanente”, concluiu o presidente do Sindicato.
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