segunda-feira, 17 de abril de 2023

UNIVERSIDADE PARA TODOS/AS Na Argentina, CNTE defende o direito ao ensino superior público e de qualidade

 foto: Divulgação

 A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) participa do II Congresso Internacional da Universidade Nacional da Cidade de La Plata, na Argentina, organizado pela Federação Nacional dos Docentes Universitários (CONADU) e pela Internacional da Educação (IE), que discute a universidade como direito e as perspectivas do ensino para a América do Sul.

A atividade, que começou nesta quinta (13) e termina nesta sexta-feira (14), faz parte de uma série de debates que a  IE tem promovido no continente para discutir a mercantilização e a privatização da educação.

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Foto: Divulgação

 Também no país, mas em Buenos Aires, a Internacional da Educação lançará entre os dias 17 e 19 a campanha “Pela pública! Criamos escolas para incentivar a troca de experiências entre as organizações sindicais sul-americanas e subsidiar as entidades na definição de estratégias locais de pressão sobre os governos em defesa da ampliação do investimento em recursos públicos para o setor.

Universal, gratuito e de qualidade

Da mesma forma que ocorre no Brasil, na Argentina a luta pelo acesso ao ensino superior gratuito e de qualidade enfrenta resistência dos setores conservadores e é pauta para as organizações em defesa da democracia e das universidades públicas como mecanismos de inclusão para a transformação social.

O secretário-geral da IE, David Edwards, lembrou que durante a última década, apenas 1% da população mundial acumulou 50% da nova riqueza gerada, segundo dados de um estudo da Oxfam Internacional divulgado em janeiro deste ano.

Enquanto a fortuna dos multimilionários cresce a um ritmo de 2,7 milhões de dólares ao dia, 1,7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras vivem em países nos quais a inflação aumenta mais do que os salários, apontou o dirigente.

Nesse contexto global de desigualdades extremas, Edwards defende que fortalecer os sistemas de educação pública deve ser prioridade, bem como a liberdade de expressão.

“Os ataques à liberdade acadêmica não ocorrem apenas pela pressão e repressão por parte dos estados, mas também pela precariedade, a privatização, a queda na qualidade do ensino, regimes de propriedade intelectual restritivos e a restrição a recursos para a pesquisa em todo o mundo”, afirmou.

A secretária-geral da CNTE e vice-presidenta da Internacional da Educação para a América Latina (IEAL), Fátima Silva, também ressaltou a necessidade do estabelecimento de um ambiente democrático nas instituições públicas de ensino superior.

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 “Uma universidade pública e inclusiva deve estar socialmente comprometida com a democracia e com a participação das organizações estudantis em sua construção”, disse.

Para a secretária-geral da Confederação dos Trabalhadores da Educação da Argentina (CTERA) e integrante do Comitê Mundial da IE, Sonia Alesso, a esquerda encontra-se atrasada em muitos dos debates que envolvem a educação.

“Apenas se fala em educação a partir de um olhar da direita. As vozes daqueles que trabalham no ensino não estão lá. O que estamos debatendo sobre inteligência artificial? Qual debate a academia faz sobre esse tema?”, questionou.

A coordenadora da Rede Latino-Americana de Estudos sobre o Trabalho Docente (Rede Estrado), Mae Martinez, abordou um tema em destaque no Brasil, a regulação das plataformas digitais, e sublinhou os impactos que a ausência de responsabilização desses mecanismos podem trazer.

“As plataformas digitais se apropriam dos saberes e produzem pessoas doentes porque não são regulados. O uso dos conteúdos que são publicados deve obedecer a critérios claros e transparentes”, defendeu. 

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