No dia 11 de abril, um ato unificado acontecerá nas sedes da emissora em SP. RJ, DF, MG e PE.
A
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em conjunto com os Sindicatos de
Jornalistas e Radialistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal,
prepara uma ação no próximo dia 11 (terça-feira), a partir das 13 horas, contra
a Rede Globo, pela demissão em massa de
mais de 50 trabalhadores, entre eles, repórteres, produtores, apresentadores e
técnicos. O ato unificado contra a demissões acontecerá nas sedes da
emissora em São Paulo, no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais e
Pernambuco.
FENAJ
As
entidades reivindicaram, via ofício, uma reunião em caráter urgente para tratar
das demissões que começaram a ocorrer nos diferentes estados onde a emissora da
família Marinho está sediada.
"A
dispensa de profissionais com mais experiência e salários mais altos evidencia
o descaso da Globo com a qualidade do Jornalismo", afirma a presidenta da
FENAJ, Samira de Castro. Ela completa que, pelo número de desligamentos, está
caracterizada a demissão coletiva, o que obriga a empresa a negociar com os
sindicatos das categorias dos jornalistas e radialistas, conforme decisão
recente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entenda o
caso,
Na
manhã do dia 4 de abril, enquanto o Sindicato dos Jornalistas do Município do
Rio de Janeiro realizavam uma assembleia da campanha salarial de Rádio e TV,
jornalistas foram surpreendidos com as demissões que atingiram diferentes
editorias do jornalismo da Rede Globo.
"Entramos
com uma ação no Ministério Público do Trabalho porque a emissora demitiu em
massa, de uma forma contundente cruel e maldosa ao tirar os jornalistas
da assembleia no dia 4".
Ao
longo da tarde, mais desligamentos foram confirmados, incluindo as praças de
Pernambuco e Minas Gerais.
Nas
primeiras horas da quarta-feira, 5 de abril, as demissões começaram a ocorrer
em São Paulo e em outras praças.
A
direitora da Fenaj, Virgínia Berriel disse que é preciso que a empresa faça
algum tipo de compensação para esses trabalhadores, mas também que ela pare de
demitir.
A
dirigente conta que em reuniões com o Departamento de Recursos Humanos da
emissora, o sindicato do Rio de Janeiro, foi informado de que seriam demissões
pontuais e seriam feitas novas contratações.
"
A Globo deve estar demitindo quem ganha R$ 20 mil, o que não é muito para os
padrões da emissora, para possivelmente contratar outros profissionais por R$ 5
mil", analisa.
Virgínia
acrescenta que a Globo teve uma prática antissindical ao coagir os
trabalhadores a sairem da assembleia para serem demitidos e outros que ficaram
sem condições emocionais em participar por ver seus companheiros sendo
demitidos.
"Isso
é uma vergonha porque as demissões devem continuar ainda em abril, em maio e ao
longo de todo o ano", ressalta a diretora da Fenaj.
Em
reunião realizada com profissionais da emissora, o Sindicato dos Jornalistas de
São Paulo salientou que a posição da entidade é a luta contra qualquer
demissão, com a categoria resistindo coletivamente a esse verdadeiro desmonte
de nossa profissão. Fica evidente também a posição etarista da empresa, com a
demissão sumária de profissionais com décadas de experiência.
Diante
disso, as entidades que representam jornalistas e radialistas planejam ações
conjuntas para barrar as demissões, além de abrir um canal de comunicação com a
Rede Globo. Tal prática é, inclusive, uma obrigação de qualquer empresa que
realiza demissões coletivas, como indica recente entendimento do Supremo
Tribunal Federal (STF).
“Não
basta realizarmos as notas de repúdio contra as demissões. Iremos nos organizar
com a categoria para resistir coletivamente às demissões e garantir dignidade a
todas e todos os profissionais da Globo”, afirma Thiago Tanji, presidente do
Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e secretário - adjunto de Mobilização da
Fenaj.
Fonte: CUT NACIONAL
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