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Foto: Arquivo/Rodolfo Stuckert - Marco Maia diz que, se houver irregularidade, será um fato isolado.< |
Marco Maia nega que haja esquema generalizado e diz que denúncia será
enviada imediatamente à Corregedoria, para ser investigada.
A Corregedoria da Câmara vai investigar denúncia do jornal O Globo sobre um suposto esquema de compra e venda de emendas parlamentares liderado pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA).
O pedido de investigação foi feito pelo Psol por meio de ofício
protocolado nesta terça-feira na Presidência da Câmara. O presidente da
Casa, deputado Marco Maia, disse que encaminhará a denúncia de imediato à
Corregedoria.
Marco Maia negou que haja um esquema generalizado de compra e venda
de emendas parlamentares. “A denúncia, que deve ser investigada, envolve
apenas três deputados. Na grande maioria dos casos, a aplicação das
emendas se dá conforme a lei". Maia acredita que as emendas são o
instrumento mais democrático para aproximar o Parlamento do cidadão
comum na aplicação dos recursos públicos.
Para o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), as denúncias são
gravíssimas e precisam ser investigadas, pois, se confirmadas, ferem o
Código de Ética e Decoro Parlamentar.
Denúncia
A reportagem foi publicada no último domingo. Segundo o jornal, a
ex-mulher de Bacelar, Isabela Suarez (filha de Carlos Suarez, um dos
maiores empreiteiros da Bahia, fundador da OAS) disse que o deputado
comprava emendas de vários parlamentares que o procuravam em busca de
recursos para campanha.
Isabela teria contado à irmã de Bacelar, Lílian Bacelar, que Geraldo
Simões (PT-BA) seria um dos deputados federais que venderam emendas para
o ex-marido. A irmã trava com ele uma briga judicial por herança e, por
isso, tornou público o diálogo.
O jornal diz que Bacelar tinha, inclusive, uma tabela pela qual
acompanhava os recursos enviados por Geraldo Simões e Marcos Medrado
(PDT-BA) — e um ex-deputado federal, Fernando de Fabinho.
De acordo com a tabela, Medrado havia
enviado duas emendas para cidades onde Bacelar foi o deputado mais
votado: R$ 2 milhões para Canarana e outros R$ 2,5 milhões para Ibipeba.
Deformação
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Foto: Gustavo Lima Alencar diz que sistema de emendas individuais dá margem a irregularidades.< |
Para Chico Alencar, se a denúncia for comprovada estará havendo
uma deformação do direito do parlamentar de apresentar emendas ao
Orçamento da União.
"A origem disso tudo é o sistema de emendas individuais ao Orçamento,
que permite que elas acabem se tornando moeda de troca eleitoral. A
liberação de emendas também acaba virando moeda de troca para apoio a
projetos do governo. O ideal é que só houvesse emendas coletivas para
programas de governo", afirmou.
Os deputados citados na denúncia foram procurados pela reportagem da Agência Câmara, mas não foram localizados para comentar o assunto.
* Matéria atualizada às 18h.
Da Reportagem
Edição - Wilson Silveira
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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