por Vinicius Segalla
A delegada da Polícia Federal e da extinta operação Lava Jato Erika Marena, em janeiro de 2016, cometeu crime de falsidade ao assinar um termo de lavratura de depoimento que jamais aconteceu.
É o que mostram as transcrições de diálogos entre a policial e procuradores da Lava Jato, periciados pela PF na Operação Spoofing e encaminhados ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (24).
O caso veio à tona há três dias, com trechos de diálogos de procuradores comentando o fato. Em reação ao descobrimento da ilegalidade, porém, as autoridades vieram à público alegar que a conversa havia sido tirada do contexto.
Por causa disso, nesta quarta, a defesa técnica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é réu em processos maculados pelas ilicitudes da Lava Jato, tornou pública uma nova série de diálogos a respeito do tema – todos eles legalmente fornecidos aos advogados pelo Supremo Tribunal Federal.
Na nova leva de diálogos, a própria delegada Marena confessa seu crime, como se vê abaixo.
• 17:00:40 Luciano Flores Logo ele que fica mais do que qualquer outro lendo, relendo e pedindo pra alterar o que disse antes de assinar os termos… esse cara não me engana!
• 17:09:47 Paulo Aqui não temos mídias e os termos não mencionam gravação. Foram tomados pela Erika. Lembram se foram gravados?
• 17:20:34 Luciano Flores Opa! Confundi Fernando Moura com Fernando Soares… sorry…
• 17:38:20 Erika Galvão, ao que me lembre vocês negociaram o acordo com o Moura em um dia e combinaram de no outro o advogado trazer os termos prontos. No dia seguinte os advogados vieram na SR com tudo pronto , segundo eles de acordo com o q tinham combinado com vocês, era um período em q só estava eu na SR por parte da LJ, então eles usaram meu nome no cabeçalho, mas não tomei e não participei de nenhum termo. Se ele está se desdizendo, infelizmente não haverá gravações ….
• 17:39:20 Paulo Ok Erika, só para confirmar!
Como também se nota, a delegada Marena afirma que cometeu o crime porque foi informada que ele havia sido arquitetado entre os advogados do delator (no caso, Fernando Moura) e os procuradores da Lava Jato. Nenhum dos procuradores que participavam da conversa desmentiu a informação.
Fonte: https://www.blogdomello.org
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