sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

A dura missão da inclusão social

Advogado EVANDRO BORGES

Os índices da vulnerabilidade são exorbitantes no país, com trinta por cento da população não conseguindo uma renda até meio salário mínimo (R$ 550,00) por mês. Uma verdadeira violência, violadora dos princípios da Constituição, e com políticas econômicas que aumentam as diferenças sociais, colocando parcelas da população na marginalidade e em muitas localidades nos braços do crime organizado, em que pese uma série de programas compensatórios.

 
A pesquisa nacional de amostragem de domicílios – PNAD do IBGE é muito dura, principalmente com as regiões do Nordeste e Norte, chegando ao ponto de cinquenta e cinco por cento da população atingir como renda um terço do salário mínimo, melhorando em alguns anos e piorando entre outros, explicando assim as razões da violência em face do fragilizado tecido social, em um contexto de injustiças e de indignidade.
 
As políticas e programas públicos no país são executados de forma descentralizada, concentrando a União os recursos e estabelecendo políticas verticais para serem executados pelos Estados e Municípios, na maioria das vezes com recursos depositados fundo a fundo, sem a passagem pelo intermediário do Estado, praticamente com a execução dos Municípios.
 
Na temporada da abertura do ano legislativo os Prefeitos nas mensagens,  via de regra, colocam o diagnóstico do Município ressaltando a repercussão dos programas sociais e seus impactos nas economias locais, mas, revelando uma população com muita vulnerabilidade, dependente das ações públicas, em todas as dimensões da seguridade social, assistência social, saúde e educação.
 
Nos Municípios realizar uma ação em conjunta e integrada que possa como um programa público unificando ações precisa primeiramente, decisão do Prefeito Municipal, e uma coordenação dirigida às famílias que se encontram com mais vulnerabilidades contando com os instrumentos e ferramentas que já existem, buscando os dados no cadastro único, implantados e executados ao longo dos anos.
 
A política nova para os desafios da atualidade é encontrar metas e resultados, que na área social, alavanquem nas famílias fragilizadas processos de construção de justiça com obtenção de renda, reunindo e potencializando os programas compensatórios em diversas áreas. Podendo contar com a sociedade civil existente nos Municípios para agirem de forma solidária.
 
A missão da inclusão social será um desafio para os próximos anos que todos os gestores públicos deverão enfrentar, trabalhando com austeridade e conseguindo reunir os programas, com um governo afinado, agindo com unidade e capacidade, a fim de impulsionar e vencer as vulnerabilidades absolutas, a fim de alcançar uma sociedade mais harmoniosa e com capacidade de convivência.

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