A Política é uma ARTE, mas devemos ficar de olho naqueles "políticos" COPA DO MUNDO que fazem da Política uma ARTIMANHA! EDUARDO VASCONCELOS DE OLHO NA POLÍTICA! AS PRINCIPAIS NOTÍCIAS EM UM SÓ LUGAR! Confira!
O governador do Maranhão,Flávio Dino (PCdoB), disse neste sábado (27) que gestores estaduais estão se articulando para garantir a compra de vacinas contra a Covid-19 diante da demora do Governo Federal de buscar mais imunizantes.
“Estamos lutando para encontrar quem venda e entregue em um prazo razoável. Mas creio que vai andar”, disse o governador ao jornalista Fernando Molica, da CNN Brasil. Dino afirmou ainda que há apenas “muitas promessas”.
Projetos aprovados na Câmara dos Deputados e no Senado também autorizavam a compra de imunizantes por gestores estaduais e municípios.
Jonas Donizetti (PSB), presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), disse à CNN Brasil que cerca de 100 municípios estão para lançar um consórcio para a compra de doses.
“Nossa primeira opção é que as compras de vacinas sejam feitas pelo governo federal. Mas não podemos ficar de braços cruzados”, afirmou à jornalista Raquel Landim, da CNN Brasil.
O guru bolsonarista Olavo de Carvalho, 73, está com pneumonia. Ele fez uma publicação no Twitter hoje (27) informando sobre seu estado clínico, dizendo que está no hospital e que voltará na próxima semana.
No vídeo publicado na rede social, Olavo, que é uma das referências intelectuais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), avisou seus alunos do seu curso on-line de filosofia que não haveria aula hoje pois estava com pneumonia e precisou ir ao hospital.
“Caros alunos, hoje não vai ter aula. Peguei uma pneumonia e estou no hospital, desculpem a mancada! Volto na semana que vem, abração!”, diz mensagem publicada no perfil do guru.
A governadora Fátima Bezerra (PT) anunciou nesta sexta-feira (26) que o Rio Grande do Norte terá "toque de recolher" entre 22h e 5h. As aulas presenciais nas escolas também serão suspensas.
As medidas publicadas em decreto no Diário Oficial do Estado (DOE) neste sábado (27) e terão validade até 10 de março.
Toque de recolher, suspensão de aulas, missas, cultos e fechamento de parques e clubes; confira novas restrições contra Covid-19 no RN
"A medida central é o toque de recolher. O decreto traz o toque de recolher entre 22h e 5h da manhã do dia seguinte. Significa que a partir deste horário fica proibida a circulação de pessoas em todo o Rio Grande do Norte", disse a governadora em entrevista ao RN 2, da Inter TV Cabugi.
Em relação às escolas, Fátima Bezerra (PT) disse que "naquilo que é de competência estadual estão suspensas as atividades de ensino na rede pública estadual e na rede privada, com exceção apenas para as séries iniciais e para o fundamental 1".
No caso dessas séries iniciais, segundo o governo do RN, deve haver uma concordância entre pais e escolas. "A gente sabe o que significa essa questão das crianças com a assistência dos pais que trabalham. Então, os pais têm que pactuar com as escolas, porque eles já vinham fazendo aquele sistema híbrido, que nem toda a sala fica completa. É a única ressalva", explicou o vice-governador Antenor Roberto.
Além dessas duas medidas, a gestora anunciou a suspensão de atividades religiosas. "Poderão funcionar apenas para orações e atendimentos individuais, mas estarão suspensas as atividades religiosas em templos cultos, entre outros", disse Fátima Bezerra.
A governadora também disse que estão proibidas festas e eventos de qualquer natureza.
"Infelizmente vivemos hoje um dos momentos mais dramáticos, não só aqui no Rio Grande do Norte, como em todo Brasil. Nós estamos vivendo o colapso a nível nacional".
Segundo a governadora, a fiscalização será feita pelas forças de segurança. "Mas nós esperamos, sobretudo, o engajamento da população. Nós não podemos nesse momento ter qualquer sentimento que não seja o coletivo, sobretudo o da solidariedade. Nós estamos vendo todo dia entes queridos indo embora. Estamos vendo as pessoas em busca de leito de UTI e não tendo leitos suficientes", disse, emocionada, a governadora.
Ela ainda disse que a pressão sobre os leitos críticos em todo o Brasil tem gerado uma crise também em relação aos insumos para UTIs; "Não vamos iludir a população. Não basta só abrir leitos de UTI, inclusive quando o Brasil nesse exato momento crise de abastecimento do ponto de vista de insumos. Nós temos hoje um estresse. Os nossos profissionais da saúde não aguentam mais".
"O que está em jogo nesse exato momento é a defesa da vida [...]. Nesse momento, a sociedade está sendo intimada. O cenário é de guerra e nós queremos a paz. É todo mundo de mãos dadas. Que se cumpra esse toque de recolher. Vamos ficar em casa. Vamos cuidar da vida daqueles que mais amamos".
O que funciona no toque de recolher?
Poderão funcionar no toque de recolher os serviços considerados essenciais. São eles:
Farmácias
Indústrias
Postos veterinários
Imprensa
Funerárias
Exercício de advocacia
Alimentação por delivery
Transporte coletivo urbano
Recomendação aos municípios
Além das medidas, o decreto traz ainda recomendações aos municípios. Entre essas medidas, o governo do RN reforça que bares e restaurantes sejam proibidos de funcionar entre 22h e 6h e que conveniências também não vendam bebidas alcóolicas neste horário.
Outra recomendação é para que as prefeituras fechem as orlas das praias durante os fins de semana e os feriados.
247 - A China envia ao Brasil nesta quinta-feira (25), insumos que permitirão à Fiocruz produzir 13 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca.
O IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) deve chegar no sábado. Com ele, será possível fabricar 13 milhões de doses. Se tudo der certo, já no dia 15 de março a Fiocruz entrega um milhão de doses ao Ministério da Saúde, informa a jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
A delegada da Polícia Federal e da extinta operação Lava Jato Erika Marena, em janeiro de 2016, cometeu crime de falsidade ao assinar um termo de lavratura de depoimento que jamais aconteceu.
É o que mostram as transcrições de diálogos entre a policial e procuradores da Lava Jato, periciados pela PF na Operação Spoofing e encaminhados ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (24).
O caso veio à tona há três dias, com trechos de diálogos de procuradores comentando o fato. Em reação ao descobrimento da ilegalidade, porém, as autoridades vieram à público alegar que a conversa havia sido tirada do contexto.
Por causa disso, nesta quarta, a defesa técnica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é réu em processos maculados pelas ilicitudes da Lava Jato, tornou pública uma nova série de diálogos a respeito do tema – todos eles legalmente fornecidos aos advogados pelo Supremo Tribunal Federal.
Na nova leva de diálogos, a própria delegada Marena confessa seu crime, como se vê abaixo.
22 Jan 16
• 16:59:24Roberson MPFCaros, temos as gravações dos depoimentos de Fernando Moura na colaboração? Ele está se desdizendo aqui na audiência em pontos importantes
• 17:00:40 Luciano Flores Logo ele que fica mais do que qualquer outro lendo, relendo e pedindo pra alterar o que disse antes de assinar os termos… esse cara não me engana!
• 17:09:47 Paulo Aqui não temos mídias e os termos não mencionam gravação. Foram tomados pela Erika. Lembram se foram gravados?
• 17:20:34 Luciano Flores Opa! Confundi Fernando Moura com Fernando Soares… sorry…
• 17:38:20 Erika Galvão, ao que me lembre vocês negociaram o acordo com o Moura em um dia e combinaram de no outro o advogado trazer os termos prontos. No dia seguinte os advogados vieram na SR com tudo pronto , segundo eles de acordo com o q tinham combinado com vocês, era um período em q só estava eu na SR por parte da LJ, então eles usaram meu nome no cabeçalho, mas não tomei e não participei de nenhum termo. Se ele está se desdizendo, infelizmente não haverá gravações ….
• 17:39:20 Paulo Ok Erika, só para confirmar!
Como se nota, trata-se da confissão de um crime. Uma delegada de polícia não pode tomar de uma folha de papel com declarações escritas e assiná-la como se fosse aquilo um termo de depoimento tomado oficialmente, com a presença de escrivão e presunção de veracidade concedida pela autoridade policial.
Como também se nota, a delegada Marena afirma que cometeu o crime porque foi informada que ele havia sido arquitetado entre os advogados do delator (no caso, Fernando Moura) e os procuradores da Lava Jato. Nenhum dos procuradores que participavam da conversa desmentiu a informação.
A credibilidade da Folha, do Globo e da mídia comercial em geral já estava na boca do ralo quando os principais jornalões aceitaram publicar ontem uma matéria paga [acima, mas com texto desfocado porque não vou divulgar a fake news por aqui] por uma obscura Associação de Médicos defendendo o uso de produtos que não têm eficácia alguma no tratamento da COVID-19, segundo todos os países sérios do mundo, inclusive cientistas brasileiros.
Certamente virão com a desculpa de que foi o departamento comercial que publicou a mensagem mentirosa, que decisão não passa pelo jornalismo etc., como se fôssemos todos idiotas.
Mas a verdade nua e crua é que é uma imprensa vendida, que usa de qualquer expediente para faturar um troco, como durante muitos anos o jornal O Globo publicou classificados de sexo - o que denunciei aqui. Lembrando que a prostituição não é crime, mas tirar proveito da prostituição é.
Agora, em meio a uma pandemia, com um genocida presidente que nega a ciência, incentiva aglomeração, critica máscaras, vacina e prega um "tratamento precoce" (como defendido na matéria paga), que não tem comprovação científica, publicar essa matéria paga foi demais.
Um dos medicamentos indicados pelo grupo é a Ivermectina, que o próprio laboratório da formulação original publicou nota negando que tivesse qualquer efeito positivo na prevenção ou tratamento da COVID-19. Agora, ouçam o que diz a Dra. Marisa Reis, do Comitê Científico do Rio Grande do Norte, no vídeo a seguir. 90% dos internados em UTI naquele estado tomaram Ivermectina.
É o fim da mídia comercial brasileira, que afunda junto com Bolsonaro e o Brasil.
A Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), em conjunto com a Associação dos Municípios do Médio e Alto Oeste Potiguar (AMOP), da Microrregião do Seridó Ocidental (AMSO), Associação dos Municípios do Seridó (AMS) e Associação dos Municípios do Litoral Agreste (AMLAP) decidiram seguir, após reunião com a governadora Fátima Bezerra nesta segunda-feira (22), o decreto mais recente do Governo do RN que dispõe sobre as medidas temporárias para a prevenção ao contágio pelo coronavírus.
A FEMURN e as associações reforçam o apelo para que prefeitos dos municípios potiguares se unam aos esforços do governo estadual no sentido de promover o isolamento social, a fim de evitar a propagação da doença.
A posição da federação e das associações se baseia no Decreto nº 30.379, do Governo do Estado, e na recomendação dos Ministérios Públicos Estadual (MPRN), Federal (MPF) e do Trabalho (MPT), que emitiram um documento em conjunto nesta segunda-feira (22), para que os municípios cumpram fielmente os termos do decreto estadual.
O presidente da FEMURN, Babá Pereira, participou da reunião virtual com os presidentes das associações regionais de municípios e com a governadora Fátima Bezerra, a fim de alinhar com as prefeituras ações que possam ajudar a frear a disseminação do vírus nas cidades potiguares.
A FEMURN considera imprescindível a colaboração das prefeituras no sentido de adotarem medidas restritivas, para que a situação, já delicada em todo o Estado, não se agrave ainda mais.
O decreto estadual publicado no último sábado (20) recomenda, entre outras, medidas temporárias para restringir o horário de funcionamento de bares, restaurantes e congêneres até as 22 horas, suspendendo a realização de festas e eventos promovidos por entidades públicas ou privadas e suspendendo a comercialização e o consumo de bebidas em locais públicos após às 22 horas por um período de 14 dias.
“A situação em todo o Estado é bastante delicada e já começam a faltar leitos em determinadas regiões. Por isso precisamos do empenho de todos os prefeitos nesse momento crítico de combate à doença”, declarou o presidente da FEMURN, Babá Pereira, que também é prefeito de São Tomé-RN.
O Rio Grande do Norte chegou ao maior número de pacientes internados com Covid-19 em leitos críticos (UTI e semi-intensivo) desde o início da pandemia. Ao todo, 388 pessoas estão internadas em tratamento intensivo da doença em leitos públicos e privados no estado.
O aumento de internações em UTIs e semi-intensivos cresceu 79% em apenas um mês. Em 23 de janeiro, eram 216 pessoas internadas.
Antes, o maior número de pacientes internados em leitos críticos no estado havia sido registrado em 28 de junho, quando 363 pessoas sofriam com o agravamento da Covid-19 nos hospitais do Rio Grande do Norte.
Os dados constam no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).
Na edição da terça-feira (23), a pasta informou que os leitos críticos em hospitais particulares do estado atingiram os 100% de ocupação, com 153 pacientes. Na rede pública, a ocupação é de 77,4%, com 235 internados.
Considerando também os leitos clínicos, o estado chegou a 687 pacientes internados por Covid-19 nesta terça-feira (23), o segundo maior número de toda a pandemia. O maior também foi registrado no dia 28 de junho, quando chegou a 692.
De acordo com o Regula RN, plataforma que monitora em tempo real as internações no estado, o RN tem atualmente 84,2% de ocupação dos leitos críticos no geral, sendo a Região Metropolitana de Natal a que mais preocupa, com 88,3%.
Com mais pacientes com necessidade de atendimento intensivo na fila (28) do que leitos críticos disponíveis (26), praticamente não há mais vagas na Região Metropolitana para pacientes graves de Covid-19.
Pelo menos três internados da Grande Natal precisaram ser transferidos de avião para hospitais pelo interior do estado. Dois seguiram para leitos críticos em Mossoró e um para Caicó.
O Regula RN indica ainda que atualmente oito hospitais do Rio Grande do Norte estão 100% de ocupação nos leitos críticos:
Hospital de Campanha de Natal
Hospital Giselda Trigueiro
Hospital Maternidade Divino Amor
Hospital Regional Alfredo Mesquita
Hospital Regional João Câmara
Hospital Regional Tarcísio Maia
Hospital Lindolfo Gomes Vidal
Hospital Universitário Onofre Lopes
O Rio Grande do Norte ultrapassou também na terça-feira o número de 3,5 mil mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. Os casos confirmados da doença já somam mais de 161 mil.
Com o sistema pressionado, recentemente a Prefeitura de Natal anunciou a abertura de mais 10 leitos de UTI para Covid-19 no Hospital de Campanha. Já o governo do RN também prevê a abertura de mais 40 leitos para tratamento intensivo da doença.
O juiz André Prado de
Vasconcelos, da 7ª Vara da Justiça Federal da Primeira Região, em Belo
Horizonte, deu prazo de 72 horas para Jair Bolsonaro, a União e a Petrobras
explicarem a indicação do general da reserva Joaquim Silva e Luna para a
assumir a presidência da estatal em lugar de Roberto Castello Branco.
A determinação atendeu a uma ação popular impetrada pelos advogados Daniel Perrelli Lança e Gabriel Senra da Cunha, que consideram as mudanças ilegais e pedem uma liminar para impedir a troca no comando da estatal.
O juiz determinou que os citados sejam ouvidos antes de conceder a liminar. “Assim, intimem-se os réus tão-somente para manifestação, no prazo de 72 horas, sobre o pedido de liminar, articulando, de forma concisa e objetiva, as razões e argumentos que entender pertinentes e relevantes à discussão da causa”, decidiu o magistrado.
Os advogados alegam que o general Silva e Luna não cumpre os requisitos determinados pela lei, como ter 10 anos de experiência na área de atuação da empresa, além de formação acadêmica compatível com o cargo.
Nova política de defesa inclui cenário de guerra na América do Sul (Foto: Ag. Brasil).
“A nota fala da saudade que os brasileiros sentiriam da ditadura, quando todas as pesquisas dizem o contrário. Não há saudade nenhuma. A população não quer mais saber de ditadores e torturadores”.
Foi um fracasso a nota em que o Clube Militar lamenta a manutenção da prisão de Daniel Silveira. Outras notas, com as compras de bacalhau e uísque 12 anos, todos sob suspeita de superfaturamento, tiveram maior repercussão.
Os jornais da grande imprensa deram com destaque as notas das compras há uma semana. E agora esconderam nos cantinhos dos sites a nota de exaltação da ditadura.
A grande imprensa e o centrão, que referendaram a prisão de Silveira, não cairiam na armadilha de lamentar a punição de um fascista, para defender Bolsonaro e a ditadura.
A nota do Clube Militar tem, para a população em geral, menos valor do que as notas do bacalhau. Porque o bacalhau tem peso e tem preço concretos, ao lado de outras iguarias. O cheiro do bacalhau é um incômodo real.
A nota fala da saudade que os brasileiros sentiriam da ditadura, quando todas as pesquisas dizem o contrário. Não há saudade nenhuma. A população não quer mais saber de ditadores e torturadores.
Ninguém sabe ao certo hoje o que o Clube Militar representa e que força tem entre os próprios militares da reserva e da ativa. Em outras épocas, o clube transmitia recados, porque pretendia falar em nome de uma maioria.
Hoje, poucos sabem o que significa uma nota do Clube Militar em que, ao invés de afirmações, são feitas perguntas.
São interrogações enumeradas em nove itens, com presumidas dúvidas que ressuscitam até o caso de Adelio Bispo, o homem da facada.
A pergunta mais constrangedora é a última, a que defende Silveira, mesmo que de forma enviesada, ao indagar se a sua da punição pelo Supremo teria sido motivada pelo fato de que ele é apoiador de Bolsonaro.
Sabe-se que falas e textos dizem mais do que pretendem dizer. Todos sabiam, por exemplo, que Fernando Henrique Cardoso raciocinava no governo pela negação.
As frases de FH eram e ainda são sustentadas por raciocínios que iniciam com um não. Não isso, não aquilo, não faremos, não desejamos, não queremos a desgraça de Bolsonaro.
A nota dos militares usa um truque do jornalismo, que é o de perguntar para ao mesmo tempo insinuar respostas.
Não são perguntas de entrevistadores ou de inquisidores, não é disso que se trata. São insinuações, como essa: “Por que os ilustres Ministros do STF pensam que apoiar o Regime Militar que foi instaurado a partir de 1964 é crime?”
É uma pergunta com uma premissa torta. Silveira não apenas defendeu o regime militar (com minúsculas) iniciado em 64. O deputado fascista defende a volta da ditadura e o fechamento do Supremo e ainda faz ameaças aos ministros da mais alta Corte.
Generais não deveriam sustentar reflexões a partir de uma lista de perguntas. Líderes militares precisam ser mais assertivos. Indagações tornam as questões ainda mais gasosas.
Mas, fazendo perguntas, os generais do Clube Militar escapam da armadilha da afirmação. Perguntas podem ser lidas como dúvidas, mesmo que carreguem nas entrelinhas uma afirmação. As perguntas expressam posições vacilantes.
Das poucas afirmações explícitas presentes na nota, essa é a mais esdrúxula: “A Democracia que temos hoje no Brasil começou em 1964”.
Em 1964 começaram as arbitrariedades, a tortura, os desaparecimentos, os julgamentos sumários, os assassinatos, a cassação de inimigos e até de ex-amigos do regime.
Resumindo, a nota é ruim e não ajuda na reflexão sobre o papel dos militares hoje, dilema que os argentinos, os uruguaios, os chilenos e agora os bolivianos já superaram.
Falta vitalidade a um texto que, na sequência de uma decisão grave da Câmara, deveria avisar ao país que os militares estão ao lado da Constituição. Mas a palavra Constituição não aparece uma só vez no texto, que tem 303 palavras.
O Brasil é uma república de malandros, onde, quando se diz olhar os pobres pretende-se encher o bolso dos ricos.
Você acha que a vinculação constitucional das percentagens do Orçamento para Educação e Saúde foi a única solução possível que surgiu diante da necessidade de pagar o auxílio emergencial, está redondamente enganado.
Este é um dos “D” do plano de Paulo Guedes – o DDD, de desvincular, desonerar e desindexar – que é, aliás, outros “dês”: o desejo do dinheiro.
Os gastos obrigatórios com Educação e Saúde estão previstos há décadas na Constituição. Na Educação, antes mesmo da Carta de 1988: 1983, com e Emenda João Calmon, depois ampliada. Na Saúde, desde a Emenda n° 29, de 2000.
Um permitiu a universalização do ensino básico; outro, a consolidação de Sistema Único de Saúde e, sem estes vínculos a sobrevivência de ambos ficam ameaçadas, ainda mais com um governo e um Congresso bem pouco afeitos aos serviços essenciais à população.
O projeto que o Senado ameaça votar ao final desta semana é maroto, porque é esperança de Guedes, mas também é maroto porque os parlamentares podem criar um impasse: não fazer a desvinculação completa e deixar Guedes pendurado na promessa de recriação do auxílio emergencial.
No momento em que Paulo Guedes é atropelado múltiplas vezes por Jair Bolsonaro, não é difícil que o Congresso também não queira lhe dar a sua pisadinha.
Che
deixou registrado, naquela histórica Assembleia da ONU, o caráter internacionalista
da Revolução Cubana além da inegociável disposição em defender sua soberania.
Conceitos que se tornaram ainda mais urgentes e universais em razão da pandemia
de coronavírus que o mundo enfrenta nos dias de hoje.
“Patria o muerte!”, com essa frase o então Ministro da Indústria de Cuba, Ernesto Che Guevara, encerrou seu discurso em 11 de dezembro de 1964, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Quase 60 anos depois, o discurso e a consigna escolhida por ele para seu encerramento, seguem sendo farol para o continente latino-americano.
Uma revolução internacionalista
Antes de mais nada, é preciso dizer que Che Guevara deixou registrado, naquela histórica 19ª Assembleia da ONU em Nova York, o caráter internacionalista da Revolução Cubana, além da disposição inegociável da ilha socialista de defender sua soberania com surpreendente – e porque não dizer, triste – atualidade, quando se transporta suas palavras para o contexto da experiência latino-americana das últimas décadas.
Em plena Guerra Fria, “El Che” também jogou luz sobre a realidade dos continentes africano e asiático convergindo a atenção para demandas de países não-alinhados¹ que, ainda nos dias de hoje, lutam contra o imperialismo e o colonialismo tendo por base as pautas inseridas na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O longo e intenso discurso, acompanhado atentamente pelos líderes presentes, percorreu as mazelas do capitalismo pelo mundo naqueles anos 60 e questionou a verdadeira missão do organismo criado com o objetivo de preservar a paz mundial. Na condição de chanceler da nação cubana, Che saudou outras nações em resistência contra a opressão como a Palestina e a Somália; defendeu a luta por independência de Porto Rico; denunciou os horrores da Guerra do Vietnã; acusou as Nações Unidas de conivência com a brutal ocupação do Congo pela Bélgica e com o assassinato do líder Patrice Lumumba; cobrou dos países membros que se posicionassem contra o cruel regime de apartheid na África do Sul imposto pelo Reino Unido; instou que reconhecessem a legitimidade da representação da República Popular da China e sua condição de nação indivisível na ONU, entre muitos outros pontos em que Cuba – com Che como porta-voz – deixava claro ao mundo que não só manteria a cabeça erguida diante das consequências de haver escolhido o caminho da independência, como se colocava como luzeiro ao lado de todas as demais lutas por liberação. Era pátria ou nada.
Pátria ou Morte!
O grito, que imprimiu caráter transcendental e aprofundou o conceito de pátria para além da geografia (invocando os que morreram em qualquer parte do mundo para defendê-la) havia sido expressado anteriormente pelo líder histórico da revolução Fidel Castro – inspirado pelo prócer da independência José Martí – diante de uma multidão, em 5 de março de 1960, durante o enterro das vítimas da explosão do navio francês La Coubre, que deixou mais de cem mortos e quase quatrocentos feridos.
Foi também justo durante esse funeral coletivo que o fotógrafo Alberto Korda fez o registro icônico do então guerrilheiro argentino Che Guevara, imagem que se tornou um dos mais reconhecidos emblemas da própria Revolução Cubana e que ainda hoje é examinado por cátedras acadêmicas na mesma medida em que é cultivado popularmente em todo o planeta como símbolo de resistência.
O vapor cargueiro, que transportava 76 toneladas de munições, explodiu ao descarregar no porto de Havana. Menos de uma hora depois, uma segunda explosão, ainda mais forte, atingiu centenas de voluntários envolvidos na operação de salvamento das vítimas da primeira detonação.
Uma série de documentos desclassificados logo confirmou que o ataque terrorista ao cargueiro francês havia sido organizado pela CIA, com o objetivo de sabotar o fornecimento de armas e munições a Cuba, deixando a ilha indefesa contra as ofensivas de Washington, a primeira delas se materializando em seguida, com a tentativa de invasão da Baía dos Porcos em abril de 1961. Sendo essa apenas uma das muitas derrotas dos EUA em sua vã, porém perversa, obsessão por subjugar a nação cubana.
Assim que ouviu os estrondos e viu a imensa nuvem de poeira cobrindo a cidade o então Ministro Che, que estava reunido no Instituto Nacional de Reforma Agrária, correu para a área portuária e passou horas prestando atendimento médico aos feridos.
Medicina que de fato, Che jamais deixou de praticar e que inspirou Cuba a se tornar o que é ainda hoje: a maior referência mundial em saúde pública como dever do estado. Em meio à pandemia, o exemplo do Che está mais do que vivo: ao menos quatro vacinas estão sendo produzidas por Cuba – apesar do agressivo bloqueio – e com atendimento garantido a seu povo, mantendo números baixos de casos e mortes e ainda enviando médicos, enfermeiros e insumos a dezenas de países, pobres ou ricos.
Enquanto países ricos tensionam a geopolítica mundial promovendo conflitos e guerras mesmo durante uma implacável pandemia, apoiar a campanha que pede um Nobel da Paz para a Brigada Internacional Henry Reeve, e que já conta com o apoio de mais de 17 mil personalidades em todo o mundo, é o mínimo que a humanidade pode fazer para agradecer tamanho gesto de solidariedade universal.
Os médicos cubanos incorporam como valor e missão a ideia expressa pelo professor e escritor brasileiro Marcelo Biar e que se tornou símbolo da campanha: “A alma não tem fronteira, nenhuma vida é estrangeira”
Desde então, “Patria o Muerte” se converteria em mais que uma declaração, mas espiritualizava um veredito – afetivo, moral e carregado de memórias – de uma nação agradecida e decidida a jamais se render e convertendo-se ela mesma, em referência para a imensa comunidade de seres humanos explorados do mundo.
O espectro que ainda assombra o mundo
Não é difícil perceber, observando o discurso de Che na ONU, o evidente peso político de ter sido aplaudido com tanto entusiasmo naquele momento histórico da humanidade e por aquela Assembleia das Nações, logo depois do grito que, como ele mesmo disse em seu discurso, tinha “a compreensão e o apoio de todos os povos do mundo”.
Ali, “El Che” se transformou inevitavelmente em um alvo preferencial dos EUA, tendo sido de fato assassinado poucos anos depois. Mas também por isso, se tornou a maior representação do herói convertido, por seu próprio inimigo, em ícone mundial de dignidade e autodeterminação dos povos.
O martírio de Che teve o efeito oposto dos que queriam silenciá-lo, resultou em espectro que ainda assombra e seguirá assombrando gerações de covardes.
O terrorista Felix Gutierrez Mendigutia, conhecido como El Gato, não só assassinou Che Guevara por encomenda dos EUA, como garantiu que suas mãos fossem decepadas e enviadas à CIA para que a morte de tão incômodo personagem fosse comprovada. Mas Che ou Cuba jamais ameaçaram nação alguma do mundo, exceto com sua “Batalha de Ideias”, da qual falava Fidel Castro, e que segue até hoje como o grande nó na garganta daqueles que precisam destruir a ideia viva da possibilidade de construção de um “novo homem” em contraposição ao egoísmo, ao individualismo e toda miséria humana escancarada pela pandemia.
São figuras como Che Guevara que tornam – para aqueles que assumem as mesmas lutas de liberação – qualquer passo atrás um ato de traição ao sacrifício para o qual ele tão certamente tinha consciência de que se entregava naquele instante e que é representado e representa milhares de outros heróis anônimos, de todos os gêneros, raças e credos, da fantástica e desafiadora história humana.
O extenso discurso que o Che – proclamado pela revolução ‘cubano de origem’ e por sua história de vida e ideias, um irremediável internacionalista – transmitiu ao mundo naquele dia, encerrava um conceito universal porque intergeracional e adaptável à qualquer cultura ou nação, e que cabe inteiro em uma única frase do hino nacional de Cuba: “morrer pela pátria, é viver“.
Confira abaixo a tradução de fragmentos do histórico discurso do Comandante Ernesto Che Guevara representando a República de Cuba na Assembleia Geral da ONU de 1964:
Senhor Presidente, distintos delegados:
A representação cubana perante esta Assembleia tem o prazer de cumprir, em primeiro lugar, com o agradável dever de saudar a incorporação de três novas nações ao importante número daqueles que aqui discutem os problemas mundiais. Saudamos, portanto, nas pessoas do seu Presidente e Primeiros Ministros, os povos da Zâmbia, Malawi e Malta e esperamos que estes países se incorporem desde o primeiro momento no grupo das nações não-alinhadas que lutam contra o imperialismo, o colonialismo e o neocolonialismo (…)
Em alguns casos, é a cegueira causada pelo ódio das classes dominantes de países latino-americanos contra nossa Revolução; em outros, mais tristes ainda, é o produto dos deslumbramentos com o brilho de Mammon².
Como todos sabem, depois da tremenda convulsão denominada “Crise do Caribe”, os Estados Unidos contraíram com a União Soviética determinados compromissos que culminaram na retirada de certos tipos de armas que as contínuas agressões daquele país – como o ataque mercenário em Playa Girón e as ameaças de invasão à nossa pátria – obrigaram-nos a posicionar em Cuba, em um ato de legítima e inalienável defesa.
Os norteamericanos também pretendiam que as Nações Unidas inspecionassem nosso território, no que nos recusamos enfaticamente, já que Cuba não reconhece o direito dos Estados Unidos, nem de qualquer outra pessoa no mundo, de determinar o tipo de armas que possa ter dentro de suas fronteiras.
Nesse sentido, apenas aceitaríamos acordos multilaterais, com obrigações iguais para todas as partes.
Como disse Fidel Castro: “Enquanto o conceito de soberania exista como prerrogativa das nações e dos povos independentes e como direito de todos os povos, não aceitamos a exclusão de nosso povo desse direito. Enquanto o mundo for governado por esses princípios, enquanto o mundo for governado por esses conceitos que têm validade universal, porque são universalmente aceitos e consagrados pelos povos, não aceitaremos que sejamos privados de qualquer desses direitos, nós não renunciaremos a nenhum desses direitos.”
O senhor Secretário-Geral das Nações Unidas, U Thant, entendeu nossas razões. No entanto, os Estados Unidos buscaram estabelecer uma nova prerrogativa arbitrária e ilegal: a de violar o espaço aéreo de qualquer pequeno país. É assim que têm voado pelo céu de nossa pátria aviões U2 e outros tipos de dispositivos espiões que, com toda impunidade, navegam por nosso espaço aéreo. Emitimos todos os alertas necessários para que cessem as violações aéreas, bem como as provocações que os marinheiros ianques realizam contra os nossos postos de vigilância na zona de Guantánamo, os voos rasantes sobre os nossos navios ou de outras nacionalidades em águas internacionais, os ataques de piratas a navios de diferentes bandeiras e a infiltração de espiões, sabotadores e armas em nossa ilha.
Queremos construir o socialismo; nós nos declaramos apoiadores daqueles que lutam pela paz; Declaramo-nos dentro do grupo dos países não-alinhados, apesar de sermos marxistas-leninistas, porque os não-alinhados, como nós, lutam contra o imperialismo. Queremos paz (…)
Esta nova disposição de um continente, da América, se materializa e se resume no grito que, dia a dia, nossas massas proclamam como expressão irrefutável de sua decisão de lutar, paralisando a mão armada do invasor. Proclama que conta com a compreensão e o apoio de todos os povos do mundo e especialmente do campo socialista, liderado pela União Soviética.
Essa proclama é: Pátria ou morte!
¹ O Movimento dos Países Não Alinhados (MNA) reúne mais de 100 países, quase todos nações em desenvolvimento, com o objetivo de criar um caminho independente no campo das relações internacionais que permita aos membros não se envolver no confronto entre as grandes potências.
² Termo bíblico usado para descrever riqueza material, ganância, cobiça, ou literalmente, dinheiro.