A convocação de forças militares ostensivas e a dura e covarde repressão aos trabalhadores fizeram o #OcupaBrasília contra as reformas da Previdência e trabalhista e por Diretas Já, convocada pelos movimentos sindical e sociais, se transformar num verdadeiro tumulto - causado por um pequeno grupo de mascarados - nesta quarta-feira (24), em frente ao Congresso Nacional. Cerca de 200 mil trabalhadores, de várias partes do Brasil, se uniram para mostrar sua indignação com o retrocesso promovido com essa agenda de retirada de direitos.
“A adesão à manifestação superou as expectativas, apesar de o governo ter colocado o exército de prontidão”, observou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo. "O Sindicato vai questionar o GDF sobre o valor gasto com a operação policial, como horas-extras e armamento utilizado de forma indiscriminada e desproporcional, para reprimir o protesto", reforçou o dirigente sindical.
Confronto violento
Após a marcha que saiu de forma ordeira, por volta do meio-dia, do Estádio Mané Garrincha rumo à Esplanada dos Ministérios, a polícia militar entrou em confronto violento com um pequeno grupo de manifestantes.
Antes da confusão, os sindicalistas, do alto do carro de som, pediam aos participantes para retirarem os mastros das bandeiras e reforçavam que a manifestação era pacífica. A reação da polícia foi abusiva.
Dezenas de caravanas começaram a chegar em Brasília, na terça-feira (23), vindos de Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Espírito Santos, Mato Grosso, Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais, para participarem da marcha até o Congresso Nacional.
Faixas e placas com dizeres contra as reformas predominaram no protesto. No caminhão de som, organizadores gritavam e cantavam "Um, dos, três, quatro, cinco mil, parem as reformas ou paramos o Brasil". Os trabalhadores vestiam roupa de palhaço para demonstrar a indignação com os recessos propostos pelo governo ilegítimo contra a classe trabalhadora.
Temer autoriza Forças Armadas
O uso das Forças Armadas para reprimir a manifestação foi autorizado por Temer via decreto, publicado nesta quarta-feira (24). Valerá para o Distrito Federal no período de 24 a 31 de maio. De acordo com o parágrafo único, a área e atuação para emprego a que se refere o caput será definida pelo Ministério da Defesa. Juristas asseguram que a medida é inconstitucional.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário