quarta-feira, 29 de junho de 2016

Qual é o valor do seu voto?



2
A reflexão a seguir tem como objetivo discutir o direito ao voto, assim como seu valor para cada cidadão, a falta de consciência popular, os problemas sociais causados em função da má escolha e de representantes despreparados no poder.
Conforme afirma o sociólogo Betinho: “Só a participação cidadã é capaz de mudar o país.”, para que hajam mudanças efetivas na sociedade e na política como um todo, as pessoas devem primeiramente rever suas atitudes, sair das amarras da corrupção mesmo nos pequenos atos do dia a dia.
O primeiro passo é transformar a concepção do povo, sobretudo, a sua educação a fim de que a partir de um pensamento novo busquem-se novos ideais, novas condutas e que se possa escolher com mais consciência às indagações de cunho político.
Quando do surgimento da democracia, essa, não era exatamente uma democracia de fato, as pessoas não tinham tanta liberdade de escolha. Exemplo disso era o voto de cabresto, no qual, a pequena parcela da população que possuía direito ao voto, não o exercia conforme suas convicções, sofriam ameaças por parte de seus patrões com o intuito de que votassem no candidato apoiado. A pressão era tamanha, que, se não obedecessem as ordens estabelecidas, juntamente com sua família, corriam risco de vida.
Ao longo dos anos diversas mudanças ocorreram em relação ao direito ao voto. Entre elas, por meio de revoltas e muita luta por parte da população, o sufrágio passou a integrar o direito subjetivo de praticamente todos.
Entretanto, com o tempo, a política foi banalizada, o povo se orgulha em dizer: "Não gosto de política", os cidadãos não dão valor ao poder que possuem em suas mãos, o poder de decidir o futuro de seu país, por meio do voto, da participação popular nas decisões importantes, a maioria apenas exerce seu direito, pelo fato de esse, ser obrigatório e não por entender o verdadeiro valor desse instrumento jurídico de caráter público.
Diante disso é importante ressaltar que cada pessoa tem o seu papel no complexo sistema da sociedade, porém, com atitudes reprováveis, principalmente na esfera da política, como: compra e venda de votos, falsas promessas, é que se rompe com a harmonia desse percurso, onde cada um deveria fazer a sua parte. Os políticos, por sua vez, valem-se dessa quebra do andamento habitual para se promover e colocam seus interesses pessoais em primeiro plano.
A cada interstício de dois anos, quando ocorrem as eleições, a chuva de propostas ao comércio de votos é imensa: R$ 100,00, conta de luz, gasolina, cerveja, cargo de confiança, são algumas das ofertas proporcionadas aos eleitores que preocupados com suas dificuldades atuais, aceitam tais benefícios, sem pensar no futuro, nas maiores vantagens que conseguiriam posteriormente se tivessem escolhido com consciência o seu representante.
Em decorrência de que a classe política ao longo do tempo vêm sendo desacreditada e marginalizada, os indivíduos de boa conduta e qualificados, os quais seriam os mais indicados a concorrer aos cargos eletivos não o fazem, pois a imagem que o povo tem, é de que quem segue essa carreira é corrupto e bandido, diante disso, uma parte de quem se dispõe a concorrer aos cargos por vias eleitorais geralmente são pessoas com o mínimo de escrúpulos possíveis, e assim, perpetuam-se nesse ciclo vicioso.
Devido a esse ciclo vicioso quem sai perdendo é a população, a qual, eterniza-se em último plano aos olhos de nossos governantes, em decorrência disso, muitos problemas sociais surgem, há máculas na educação, na saúde, no transporte, em praticamente todos os setores por os quais a administração pública é responsável. O voto é direto, secreto, periódico, universal e com o valor igual para todos como a diz aConstituição Federal, por isso, é necessário que seja valorizado e não jogado no lixo quando as pessoas vendem o seu voto. Ou seja, para que tenhamos mudança no país, torna-se indispensável à participação cidadã de cada um.

Academia de direito na UNOESC. Micro empresaria. Estagiaria no Fórum da Comarca de Xanxerê-SC.
Fonte: Jusbrasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário