domingo, 6 de janeiro de 2013

Especialistas avaliam que morte de Chávez causará mudanças profundas


 Hugo Chávez diante de quadro com o rosto de Simón Bolívar, sua fonte de inspiração política e ideológica

Quando Hugo Chávez ascendeu ao poder, em 1999, José Portela tinha 17 anos. “Eu era muito pobre. Nunca viajava, não podia estudar. Tudo o que eu não podia fazer, agora faço”, conta ao Correio o morador de Caracas, hoje um geólogo, mestre em geoquímica e estudante de engenharia de telecomunicações. Ao analisar os impactos da Revolução Bolivariana sobre sua vida e sobre a de milhões de venezuelanos, José jura que morreria pelo presidente e pela ideologia socialista implantada no país. “Pelo futuro dos meus filhos, netos e bisnetos, eu o faria. Temos que defender esse processo, o qual querem nos roubar”, afirma. De acordo com ele, o chavismo é “união, ajuda ao necessitado e solidariedade”. O conceito se incorpora à própria figura de Chávez, criando um culto à personalidade, cujo pilar é a revolução. Com o presidente possivelmente à beira da morte, levanta-se a discussão sobre a possível efemeridade desses ideais forjados na figura do conquistador Simón Bolívar.

O chavismo e a Revolução Bolivariana sobreviverão a uma possível morte de Chávez? Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidad Simón Bolívar (Caracas), Miguel Ángel Martínez Meucci acredita que sim, mas explica que o chavismo precisará de mudanças profundas. “Se Chávez não puder seguir governando, um novo jogo político começará, além dos elementos de continuísmo que possam existir. Será difícil recuperar a estabilidade, depois da morte de uma figura que minimizou as instituições e concentrou todo o poder”, comenta, por e-mail.

Fonte: Correio Braziliense - Rodrigo Craveiro

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