sábado, 14 de janeiro de 2012

Comandante do navio que naufragou é preso após horas de depoimento.

France Presse/Correio Braziliense
Ilha de Giglio - A promotoria de Gressetto, na costa da Itália, determinou a prisão do comandante do "Costa Concordia", Francesco Schettino, após várias horas de depoimento, devido à polêmica trajetória seguida pelo navio, muito próxima à costa, segundo testemunhas. Schettino teria abandonado o navio antes da saída dos passageiros e fugido para se salvar.

Ao menos três pessoas morreram e cerca de 40 ainda "não foram localizadas" após o naufrágio, na madrugada deste sábado (14), de um navio de cruzeiro na costa da Toscana, revelaram as autoridades italianas.

O navio "Costa Concordia" levava 53 brasileiros a bordo - 47 passageiros e seis tripulantes -, e todos estão bem, segundo a embaixada brasileira em Roma.

O naufrágio matou um tripulante peruano e dois turistas franceses, e deixou cerca de 40 feridos, dois em estado grave.

Segundo a capitania do porto de Livorno, que coordena os trabalhos de resgate, a diferença entre as pessoas identificadas em terra e a lista de passageiros e membros da tripulação revela que há 40 pessoas ainda não localizadas.

A capitania evitou utilizar o termo "desaparecido" por que as pessoas podem estar a salvo mas sem a devida identificação.

Segundo o governador da Toscana, Giuseppe Linari, mergulhadores estão a procura de vítimas na parte alagada do navio, que passou sobre uma rocha perto da ilha de Giglio.

No momento do acidente, o "Costa Concordia" levava 4.231 pessoas a bordo, a maioria turistas italianos, mas também cerca de 500 alemães, 150 franceses, 53 brasileiros e vários japoneses, indianos e espanhóis.

Muitos passageiros estavam jantando quando o navio encalhou e, tomados pelo pânico, alguns se jogaram na água gelada.

O brasileiro Luciano Castro, um dos passageiros do "Costa Concordia", disse à imprensa italiana que por volta das 21h30 local "todos estavam jantando quando a luz apagou, houve um tranco e os pratos caíram da mesa".

Quando a luz voltou, o comandante anunciou uma avaria no gerador elétrico e garantiu um conserto rápido, mas o barco começou a adernar.

A tripulação pediu que todos colocassem os coletes salva-vidas e logo veio a ordem para abandonar o navio, revelou Castro.

Outra passageira, a jornalista Mara Parmegiani, descreveu "cenas de pânico dignas do 'Titanic'", com empurrões entre os evacuados, gritos e choro.

Também denunciou a falta de preparo da tripulação, afirmando que houve problemas quando os botes salva-vidas foram lançados ao mar e que alguns coletes salva-vidas não funcionaram.

"Os funcionários não estavam de maneira nenhuma preparados, houve problemas quando os botes foram colocados no mar (...) e alguns coletes salva-vidas não funcionaram, assim como as luzes de emergência".

Unidades da Guarda Costeira, navios mercantes e ferrys garantiram a evacuação dos passageiros e tripulantes para a ilha de Giglio.

No total, 12 navios e 9 helicópteros foram mobilizados para verificar se há alguém no mar, segundo o porta-voz da capitania de Livorno, Emilio Del Santos.



A capitania de Livorno, o maior porto da Toscana, anunciou a abertura de uma investigação sobre a causa do acidente e como os passageiros foram resgatados.

A "Costa Crociere", empresa proprietária do navio, manifestou seus pêsames às famílias e destacou que ainda não é possível determinar as causas do acidente.

Segundo a empresa, o "Costa Concordia" havia partido de Savona para um cruzeiro pelo Mediterrâneo, com escalas em Civitavecchia, Palermo, Cagliari (Itália), Palma de Mallorca, Barcelona (Espanha) e Marselha (França).

O "Costa Concordia", de 290 metros, tinha cinco restaurantes, 13 bares e quatro piscinas.

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