50ª Caravana da Anistia: Manuela defende Comissão da Verdade
No ano em que a Comissão da Anistia comemora 10 anos e a no dia em o Rio Grande do Sul celebra os 50 anos da Campanha da Legalidade, Porto Alegre sediou a abertura da 50ª Caravana da Anistia.
Estiveram presentes no encontro que aconteceu na UFRGS, ao lado da deputada Manuela d’Ávila, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, o presidente da Comissão da Anistia, Paulo Abrão; o reitor da UFRGS, Carlos Alexandre Neto; a ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Maria do Rosário; e o filho do ex-presidente João Goulart; além de dezenas de pessoas que buscam sua anistia política e que lutaram contra a Ditadura Militar.
Segundo Paulo Abrão, desde 22 de agosto acontecem atividades em todo o país da Caravana da Anistia. “E não por acaso estamos em Porto Alegre, com a Caravana, para anistiar mais gaúchos que deram suas vidas a uma causa de todos nós. Estamos aqui para celebrarmos duas ações fundamentais para a história do nosso país, para a história da nossa democracia”, disse.
Abrão destacou a atuação de Manuela na CDH e a forma como vem atuando em toda a sua trajetória política. “A Manuela é a síntese dos ideais daqueles que enfrentaram tudo o que a Ditadura representou. Tenho certeza de que muitos dos que deram suas vidas naquela época pelo que vivemos hoje estariam orgulhosos de ver o papel que ela vem desempenhando não apenas à frente da CDH, mas em todas as transformações pelas quais o Brasil está vivendo”.
Para Manuela, uma medida urgente que converge com as ações da CDH, com a Comissão da Anistia e com a história do Brasil é a aprovação da Comissão da Verdade. “Os jovens têm o direito de conhecer sua história. Aqueles que foram torturados, tratados de forma desumana e que abriram mão de suas vidas em nome de um ideal coletivo merecem justiça”, defendeu.
Durante o encontro, a ministra Maria do Rosário também defendeu a implantação da Comissão da Verdade. “Esse é um compromisso da presidenta Dilma e é a sequência de uma série de ações que vivemos há anos. Precisamos fazer com o Estado reconheça seus erros e que, acima de tudo, repare-os”, afirmou.
Ao final, Manuela, Abrão e Maria do Rosário entregam ao filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Goulart, a anistia política ao seu pai. “Poder entregar a anistia a um dos grandes expoentes da nossa história é um marco. Mas como Jango, milhares de brasileiros anônimos doaram suas vidas na luta pela democracia, contra a tortura, contra a opressão. Nossa história é, portanto, escrita por Jango e Brizola, mas especialmente por anônimos, que sustentam a coletividade que dão força às lutas”, destacou Manuela.
A Ditadura Militar no Brasil foi vivida entre os anos de 1964 e 1985. Neste período milhares de pessoas sofreram com a repressão, com o estado de exceção, com os porões, com a tortura e tantas outras práticas desumanas. Hoje, pelo menos 35 gaúchos tiveram seus pedidos de anistia política analisados. Ainda existem milhares todo o país esperando por esta ação do Estado.
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