No livro escrito por Daniel Kibblesmith, Papai Noel vive com seu companheiro no Polo Norte e passa férias na praia depois de distribuir os presentes de Natal.
Tudo começou com uma mensagem que Daniel Kibblesmisth postou há um ano no Twitter. A breve nota dizia que ele e sua mulher, Jennifer Wright, haviam decidido que seu futuro filho só ouviria histórias do Papai Noel negro. E quando a criança visse um Papai Noel branco, diriam que é o marido dele.
E, como tudo no Twitter, a reação foi rápida e impulsiva. A ilustradora de quadrinhos AP Quach não demorou a responder com um novo livro infantil à vista e prometeu ajudá-los a levar o projeto adiante enquanto outros seguidores expressavam sua raiva.
A ideia e os esboços foram tomando forma. O livro foi escrito pelo próprio Daniel Kibblesmith, um dos roteiristas do programa “Late Show” de Stephen Colbert. Chegou às prateleiras em outubro com o título Santa´s Husband (O Marido do Papai Noel). Não há nem sombra da Mamãe Noel. O casal inter-racial e homossexual mora no Polo Norte e passa férias na praia depois de distribuir os presentes de Natal.
Para os autores não é surpresa que o livro gere tanto respostas positivas como de rejeição, apesar de ser uma história inocente e escrita com muito cuidado. Na pontuação que recebe dos leitores na Amazon, é difícil encontrar uma crítica mediana. Kibblesmith diz que a única coisa que pode incomodar na obra é um Papai Noel negro e gay.
O trabalho, na verdade, foi inspirado em um comentário feito pela apresentadora Megyn Kelly quando trabalhava na FOX News, defendendo de forma apaixonada que Papai Noel era branco e tinha de continuar sendo porque, do contrário, provocaria uma exclusão das crianças que não eram de cor. Isso foi em dezembro de 2013. O editor do livro mandou uma cópia a ela, mas a agora estrela da NBC não respondeu.
Kibblesmith está convencido de que o livro receberia muito mais críticas se tivesse sido escrito por uma mulher. Basta ver os comentários enviados a sua esposa pelo Twitter, muito mais negativos. E isso apesar de ser uma figura mais fácil de atacar por parte de desconhecidos. Quach insiste que a obra representa as famílias e, como o autor, espera que passe a fazer parte da tradição natalina.
Fonte: El País
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