Quanto o ambicioso Frank Underwood, protagonista do seriado House of cards, interpretado por Kevin Spacey, quanto a manipuladora Cersei Lannister, retratada em Game of thrones pela atriz Lena Headey, possuem uma característica que é, geralmente, abundante nos vilões mais memoráveis: o maquiavelismo. Somados a esse, outros dois traços costumam vir no pacote, formando a chamada tríade negra: conjunto de características altamente aversivas que engloba também o narcisismo e a psicopatia.
Ainda que aversivos, esses três aspectos de personalidade prosperaram na sociedade e, por isso, são alvo de estudos há décadas. O conceito de maquiavelismo, por exemplo, nasceu nos anos 1960, tendo como inspiração o estrategista italiano Niccolo Machiavelli, autor da clássica obra política O príncipe. Desde então, o termo descreve uma tendência pessoal à insensibilidade e ao afastamento da moralidade convencional, permitindo que o indivíduo busque enganar e usar os outros. Na época, os psicólogos sociais Richard Christie e Florence Geis desenvolveram uma escala que media o grau de maquiavelismo a partir de itens que apontavam, por exemplo, uma visão cínica de mundo e um espírito de manipulação.
“O maquiavelismo costuma ser normal entre os narcisistas, que manipulam para conseguir o que querem, geralmente admiração e superioridade, coisas mais subjetivas. O psicopata, ao contrário, quer vantagens materiais. São problemas difíceis de entender e diagnosticar porque não existe uma alteração biológica por trás desses transtornos, o que significa que também não existem medicamentos próprios para eles”, explica Helena Moura, membro da Sociedade Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Gilv@n Vi@n@
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