Professor, Wellington Duarte
Quando alguém vocifera contra os “crimes do comunismo”, jogando os “massacres” que os comunistas realizaram ao longo da história, com dados extraídos de livros muito pouco referenciáveis como o “Livro Negro do Comunismo”, um panfleto tosco que adquiriu contornos de best-sellers porque foi “ajudado” pela CIA e por muitos historiadores da direita, que passaram a ter as cifras desse livro, desconfie.
Os regimes comunistas, de acordo com esses canalhas, são “muito mais assassino” do que os regimes capitalistas, uma miserável mentira e não cabe, de forma nenhuma, uma “disputa por cadáveres”, para saber quem foi menos ou mais “regime assassino”.
Se fôssemos elencar os massacres, genocídios, matança e torturas, os regimes considerados “capitalistas” preencheriam um livro negro completo. Basta dizer que os campos de concentração foram criados pelos ingleses no final do século XIX na África do Sul; as potências imperialistas, durante o período em que colonizaram a África, foram responsáveis por atrocidades inimagináveis, e o exemplo mais macabro foi a ocupação do “Congo Belga”, onde o genocídio foi a marca mais clara deixada pelos belgas; ou mutilação de mais de 500 mil quenianos, durante a rebelião dos mau-mau.
Como deixar de fora, as guerras genocidas, como a de Biafra, na Nigéria; ou o massacre étnico em Ruanda, quando em três semanas foram massacradas mais de 900 mil pessoas? Reportemos um milhão de armênios mortos pelos turcos durante a primeira guerra. Esses números não revelam o aspecto macabros dos regimes opressivos, como o de Trujillo, na pequena República Dominicana: de Banzer na Bolívia; de Pinochet, no Chile ou dos genocidas militares argentinos. O “Bogotazo”, que deixou mais de 200 mil mortos na Colômbia, não foi obra de regime comunista.
Lembremos, por exemplo, da Guerra da Argélia, onde os franceses mataram mais de 1 milhão de argelinos, cifra quase igual à matança que os EUA promoveram no Vietnã, Laos e Camboja, entre 1954 e 1975. Ditadores menores, como Bokassa, na República Centro-Africana; Mobuto Sese Seko, no Quênia; e Idi Amim, em Uganda, famosos pela sua fúria homicida, não eram “comunistas”.
Como eu disse, a lista é enorme, e não esconde os crimes cometidos em nome do comunismo, como o caso do Kampuchea, com o ensandecido Pol Pot, cujo regime ceifou da vida 2 milhões de cambojanos, para criar o “novo homem” e foi derrubado em 1979 por outro regime comunista, o do Vietnã. Os expurgos no regime soviético, embora longe de serem atos genocidas, mancharam a construção do socialismo na URSS e os erros na política econômica na China, no período de Mao, trouxeram a “Grande Fome”, que matou milhões de chineses, fruto de uma combinação de secas devastadores, burocracia ensandecida e uma política econômica.
Holodomor, a fome ucraniana, de 1932-33 é “reverenciada” como sendo uma amostra dos regimes assassinos, mas essa mentira derivou de uma decisão tomadas pelos proprietários rico, os kulaks, em empreender uma feroz resistência contra a coletivização da agricultura soviética, que devastou o campo do novo país, entre 1929 e 1933, com os kulaks abatendo 80% do gado e queimando colheitas inteiras, o que detonou uma grande fome.
Portanto, quando alguém chegar perto de você, comunista, e vier com esse discurso desprezível, jogue-lhe na cara que os regimes genocidas, que matam de todas as formas são as que defendem o regime capitalista.
Fonte: Potiguar Notícias
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