Fernando Haddad foi alvo de uma nova denúncia do Ministério Público de São Paulo.
O promotor Marcelo Mendroni o denunciou por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Um pedido de R$ 2,6 milhões a Ricardo Pessoa, dono da UTC, para pagamento de dívidas de campanha, teria sido feito em 2012 por intermédio do então tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto.
Mendroni, autor da denúncia, afirma que Vaccari “representava e falava em nome de Fernando Haddad”.
A delação de Pessoa é de 2015. Não existe nenhuma evidência, mas e daí?
Para além do timing, há a tibieza da peça (deslindada por Fernando Brito no Tijolaço —“um primor, um mau panfleto de campanha eleitoral”).
Mendroni gosta dos holofotes e é dado a arroubos retóricos no estilo de Dallagnol e seus mosqueteiros.
Em julho, causou mal estar num daqueles fóruns do Estadão após um solo demagógico, ladeado por Sergio Moro e pelo criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira.
“Eles não param de praticar corrupção se eles não vão para a cadeia”, afirmou, defendendo a prisão preventiva de “corruptos”.
“Na minha opinião, esse tipo de gente, que pratica esse tipo de corrupção, se equipara indiretamente a um serial killer. Porque esse dinheiro que ele rouba dos cofres públicos falta depois na saúde, no transportes, em todas as assistências sociais.”
Mariz respondeu: “Eu também quero ele na cadeia. Só que eu queria saber como o senhor vai descobrir logo no início das investigações se alguém é culpado ou se é inocente se ele não se defendeu?”
Mendroni, lui même, foi acusado de dar prejuízo aos cofres públicos.
O Conjur, site jurídico, cobriu bem a história:
Tudo começou porque o promotor foi liberado para fazer uma pós-graduação, na Itália, mas desistiu posteriormente sem avisar seus superiores e ficou naquele país [a viagem durou entre 2006 e 2007].
Ele havia pedido seis meses de licença remunerada para fazer pós-doutorado na Universidade de Bologna. O Conselho Superior do Ministério Público aprovou o pedido.
Quando chegou lá, desistiu de se matricular porque o curso inteiro só acabaria em 14 meses e ele só tinha seis meses para estudar. Ninguém foi informado da sua decisão e, assim, continuou recebendo o seu salário de R$ 22 mil.
Quando voltou da Itália, Mendroni apresentou um relatório que foi considerado insuficiente pelo Conselho. Ele participou como ouvinte de algumas aulas do curso, viu palestras, seminários e fez muitas pesquisas.
Em 2010, o inquérito que o investigava foi trancado e o CNMP anulou decisão da corregedoria que lhe aplicou pena administrativa.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO - DCM
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